ResumoNeste artigo relacionamos matemática, linguagem e arte, visando mostrar que a Educação Matemática pode auxiliar os estudantes, principalmente aqueles que não gostam de matemática, a desenvolverem a habilidade de apreciar a beleza dessa disciplina. Tal beleza pode ser despertada pelo estímulo ao prazer pelo seu estudo, porém isso só é alcançado quando as regras matemáticas são apreendidas. Ensinar o estudante a apreciar a matemática está intimamente ligado à ação de fazer compreendê-la. No entanto, destacamos que a interpretação e a produção de imagens de um texto matemático estão relacionadas com a imaginação que é criativa, mas que deve se submeter aos domínios da lógica. Para tanto, apoiamo-nos em Wittgenstein para analisar similaridades e diferenças entre a criação matemática e criação artística bem como vislumbrar a estética e o uso da linguagem no ensino de matemática.
Este texto tem o objetivo de sugerir um enfoque interdisciplinar que visa à comunicação entre aluno e professor no processo de ensino e de aprendizagem da linguagem matemática. Esse enfoque é tratado sob o ponto de vista de diferentes olhares: o filosófico discute a natureza do objeto matemático; o antropológico aponta para a relação que o aluno estabelece com os objetos matemáticos e as suas representações; o histórico discorre sobre o discurso que fala da dificuldade da matemática; o psicológico destaca o processo cognitivo do aluno quando lida com conceitos matemáticos; e o semiótico trata das representações dos objetos matemáticos. Para tanto, analisa-se as implicações de algumas características da linguagem matemática nos processos de seu ensino e de sua aprendizagem, bem como se reflete acerca do papel da comunicação nesse processo que envolve os seguintes temas: a relação entre a língua natural e a linguagem matemática; e os jogos de linguagem como forma de vida para que haja a comunicação entre professor e aluno.
ResumoO saber etnofísico relaciona-se a uma classe especial de trabalhadores: os mestres de ofício, ou seja, profissionais que possuem larga expertise em mobilizar saberes científicos em ocupações fundamentalmente práticas. Nosso interesse recai sobre os construtores de canoas. Uma pergunta a responder é: como o construtor de canoas usa a linguagem para expressar seus saberes em ciências e matemática? Assim, o objetivo é investigar a relação entre linguagem e saber etnofísico no contexto da construção de canoas. Especificamente intencionamos: investigar de que maneira os construtores de canoas expressam seus saberes sobre o conceito de flutuabilidade; relacionar esses saberes ao que se aprende nos livros didáticos e propor orientações pedagógicas que visem o uso da Etnofísica em sala de aula. Fizemos um estudo de caso etnográfico com utilização de entrevista estruturada a um mestre de um município no interior paraense. Os resultados iniciais evidenciam que ele usa em sua prática os mesmos princípios físicos sobre densidade e empuxo que usaria um engenheiro ou professor para pensar sobre flutuabilidade; contudo, os jogos de linguagem evocados no momento da entrevista parecem "mascarar" a cientificidade das técnicas desenvolvidas na prática de seu ofício.. Palavras chave: Etnofísica; jogos de linguagem; flutuabilidade; sala de aula. AbstractEthnophysics Knowledge relates to a special class of workers: the craft masters, that is, professionals who have extensive expertise in mobilizing scientific knowledge in fundamentally practical occupations. Our interest is in canoes builders. One question to answer is: how they use language to express their knowledge in science and math? The objective is to investigate the relationship between language and ethnophysics know in the context of building canoes. Specifically we intend: to investigate how the canoes builders express their knowledge about the concept of buoyancy; relate this knowledge to what is learned in textbooks and propose educational guidelines intended to use the ethnophysics in the classroom. We did an ethnographic case study with structured interview a master of a municipality from Pará-Brasil. Initial results show that he uses in his practice the same physical principles of density and buoyancy that would use an engineer or teacher to think about buoyancy; however, the language games mentioned in the interview seem to "mask" the scientific techniques developed in the practice of their craft.
Este trabalho tem o objetivo de discutir alguns problemas encontrados na tradução de textos escritos em linguagem matemática para a linguagem natural, em situações de ensino e aprendizagem, em particular, destacando a adição e subtração, multiplicação e divisão com números positivos e negativos. Para tanto, justifica-se pela necessidade de alguns estudos em tradução sob a perspectiva de filósofos, matemáticos e educadores matemáticos com a finalidade de termos referenciais teóricos para analisarmos a tradução sob o ponto de vista pedagógico. Para isso, tenta-se construir compreensões sobre o seguinte questionamento: Por que os alunos confundem as operações, adição e subtração com multiplicação e divisão, entre números positivos e negativos? Os encaminhamentos metodológicos tomados partiram de apontamentos teóricos na perspectiva do rigor (GRANGER, 1989), do uso do simbolismo (WHITEHEAD, 1987), da episteme grega (LIZCANO, 1993), e sobretudo, sobre regras e acordos (SEGATTO, 2010). Os resultados das discussões teóricas apontam que a regra usual, menos vez menos dá mais, carrega, sutilmente, uma falta de rigor na tradução e que a regra é aceita devida ser a única que mantém o resultado das operações realizadas, independentemente da maneira de se resolver. Percebemos, também, que existem alguns problemas de tradução da linguagem natural para a linguagem matemática e vice-versa.
Resumo: Neste artigo procuramos mostrar que a Matemática e a Língua Portuguesa não são disciplinas opostas e alguns aspectos do fenômeno que aponta como Língua e Matemática se aproximam, ao invés de se distanciarem. A discussão está assentada nos referenciais teóricos de Ludwig Wittgenstein, Paul Ricouer, Nilson José Machado e Gilles Gaston-Granger, permeada por outros autores que discutem a temática.Palavras-chave: Linguagem Matemática. Língua Materna. Metáfora. Sistemas de representação.Abstract: In this article we seek to show that Mathematics and Portuguese Language are not opposite disciplines and some aspects of the phenomenon which indicates how language and Mathematics approach each other, rather than being apart. The discussion is based on the theoretical references of Ludwig Wittgenstein, Paul Ricouer, Nilson José Machado and Gilles Gaston-Granger, together with other authors who discuss this theme.Keywords: Mathematical Language. Mother Language. Metaphor. Systems of representation. IntroduçãoMatemática e Língua Portuguesa são consideradas por alunos, ou por aqueles que já frequentaram a escola, duas áreas do conhecimento completamente antagônicas, quer sejam pelas características sobrelevadas no ensino dessas disciplinas no currículo escolar quer sejam pelos usos que se fazem delas nos mais diversos contextos sociais. Aliás, quando este último fator se concretiza é motivo para professores sentirem-se bem
Neste trabalho apontam-se duas questões para discussão que, a nosso ver, se configuram como desafios da formação docente em matemática: o primeiro diz respeito às implicações dos estudos de filosofia da linguagem para o ensino da matemática, particularmente as ideias do filósofo Ludwig Wittgenstein. Este campo da filosofia, ao negar que os significados residem na mente, coloca a linguagem como personagem principal da aquisição dos conceitos. Conforme argumenta o filósofo austríaco, os significados de nossas expressões linguísticas são criações humanas, e a realidade é linguisticamente construída, o que coloca em questão teorias cognitivistas como o construtivismo. O segundo desafio concerne ao ensino da matemática como instituição humana, isto é, como patrimônio que deve ser socializado a todos, independentemente de suas diferenças de nível socioeconômico ou cultural. Palavras
Neste artigo, apresentamos um estudo acerca do uso do Modelo Referencial da Linguagem na tradução-interpretação da linguagem matemática pelos surdos usuários da Libras. Nosso objetivo é investigar as influências desse uso no aprendizado da Matemática. Para tanto, apoiamo-nos em alguns conceitos da filosofia de Wittgenstein e de educadores matemáticos que se filiam a essa filosofia e em alguns autores que trabalham com a educação inclusiva de surdos. Realizamos uma pesquisa de campo em duas escolas, com um total de 13 (treze) estudantes surdos, sendo 4 (quatro) em uma turma e 9 (nove) em outra. A partir da abordagem qualitativa, constatamos que esses alunos utilizam a tradução literal das palavras que deriva do Modelo Referencial da Linguagem, ou seja, uma tradução palavra-sinal, fazendo com que não consigam compreender conceitos matemáticos.
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