RESUMO: O artigo aborda a formação do professor de História, ao longo dos últimos quinze anos, considerando a legislação que reformula a perspectiva de História do Brasil nos currículos da Educação Básica. As diretrizes nacionais para a educação para as relações étnico-raciais, acarretam mudanças nos percursos de formação, as quais projetam alterações substantivas no modelo usualmente adotado para a formação docente em História. Diante disso, o artigo analisa o impacto de tais alterações, a partir dos trajetos curriculares de cursos oferecidos por universidades federais em dez unidades da federação. A partir da consideração de tais trajetos, pretende-se analisar o espaço destinado à formação para as relações étnico-raciais e para o trato com a diferença. Argumentamos que as lacunas existentes em relação à implementação da lei são devedoras do modo pelo qual a formação de professores é concebida e assumida nos percursos curriculares estudados.
RESUMOA Lei 10.639/2003, desde que foi promulgada, engendrou uma nova dinâmica nas escolas. Instados pelas determinações legais, gestores e professores formularam alternativas para fazer frente aos dispositivos que introduziram as temáticas da História da África e da Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares do Ensino Fundamental. A análise sobre essas iniciativas evidencia mais do que a visão que esses agentes escolares cultivam sobre as temáticas propostas. Ela viabiliza um quadro singular do ambiente escolar, de suas virtudes e vícios. A partir da análise de seis escolas, de quatro Estados da Região Norte, o artigo demonstra que o improviso e a "boa intenção" superam, em muito, o investimento em pesquisa e formação continuada, para o enfrentamento da questão étnico-racial. Os resultados positivos, importantíssimos para os alunos, não escondem a fragilidade das iniciativas.
Estudar sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) no âmbito da Escola Básica, em especial, nos anos finais do Fundamental e Ensino Médio, requer conhecer o panorama sobre o qual as relações de sociabilidades adolescentes ocorrem dentro e fora da sala de aula. Tais relações são permeadas de ações racistas, discriminatórias e preconceituosas. O artigo objetiva analisar como as sociabilidades adolescentes se constituem a partir dos grupos presentes no ambiente escolar, identificando suas relações subjacentes e suas representações acerca do preconceito e discriminação racial. O lócus da pesquisa abrangeu seis escolas públicas de Belém do Pará e participaram da pesquisa 1.398 estudantes. Os procedimentos metodológicos foram observação participante, aplicação de questionários, grupos de discussão, fontes orais e documentais nas escolas estudadas, as quais nos auxiliaram na inflexão ora realizada, com base em Chartier (1990), Berger e Luckman (2004), Ozella e Aguiar (2008), Almeida (2019) e Bardin (2016). Os resultados apontam que a interlocução orgânica da escola com os grupos juvenis e a compreensão das sociabilidades adolescentes potencializam as articulações das adolescentes na problematização do racismo naquele espaço.
RESUMOO artigo apresenta práticas que conformam a formação e a atuação de coordenadoras pedagógicas de cinco escolas da periferia do município de Belém, estado do Pará, tendo por base as novas diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério da Educação Básica, de 1 de julho de 2015. Nossa intenção é analisar como o percurso formativo desses profissionais (des)favorece práticas pedagógicas atentas aos "sentidos de diversidade e desigualdade". Analisaremos os processos formativos e as práticas pedagógicas das coordenadoras atuantes em escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio, tendo a compreensão de que a interferência de técnicos pedagógicos sobre os procedimentos teóricos e metodológicos é decisiva para a condução do trabalho pedagógico de uma instituição escolar, uma vez que estes profissionais figuram entre os que atuam na definição de políticas educacionais internas. Entre as conclusões realizadas, constatamos, por meio de documentos escritos e orais, o descompasso entre a formação para uma escola ideal e o parco conhecimento
RESUMO No presente artigo, analisamos um dos aspectos da política educacional projetada - as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação Inicial de Professores para a Educação Básica aprovadas em 2019, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) - problematizando o modo pelo qual ela encaminha a educação para a as relações étnico-raciais, tendo como parâmetro as licenciaturas em História. Uma vez que as diretrizes propostas não anulam a política educacional de caráter afirmativo, torna-se relevante dimensionar o modo pelo qual o desenho pensado para a formação inicial promove saberes docentes que capacitem o professor para o enfrentamento do racismo e de seus desdobramentos. Sustentamos que as diretrizes recentemente aprovadas pelo CNE encaminham uma formação restritiva, no tocante à Educação para as Relações Étnico-Raciais, posto limitarem o espaço da autonomia docente e o contato com saberes necessários ao enfrentamento do racismo e de seus desdobramentos no espaço escolar. Ademais, as diretrizes aprofundam deficiências recorrentes nos cursos de formação de professores de história, tornando ainda mais rarefeito o espaço para a discussão de temas como Diferença, Diversidade, Multiculturalismo, Inclusão etc.
ResumoEste texto aborda aspectos da educação na região Norte, em particular, no Estado do Pará; oferece um enfoque sobre a diversidade cultural, especialmente a educação no campo, quilombola e indígena. Centrase na análise de documentos e projetos das organizações parceiras do Programa "Norte de Saberes". Conclui-se que a educação na Região Norte requer análises circunstanciadas sobre as suas diversas dimensões. Há que se salientar que os processos articulados pelos coletivos da sociedade civil são alvissareiros, ao pautar a construção coletiva de uma proposta democrática de educação de qualidade, que considere a diversidade territorial e humana, e a superação das desigualdades.Palavras-chave: Formação de professores, ensino médio, relações étnico-raciais EDUCATION IN NORTH REGION BRAZIL: FIRST NOTES AbstractThis paper discusses aspects of the education in the North region, in particular, in the State of Pará; offers a focus on cultural diversity, especially concern on the education of indigenous peoples, maroon and peasants' communities. It analyses documents and projects of partner organizations of the "North of Knowledge" Program. We conclude that education in the North requires detailed analysis on its various dimensions. It should be noted that the processes articulated by civil society are collective good cheer, to guide the construction of a proposed collective democratic quality education that considers the territorial diversity and human, and overcoming inequalities.
RESUMOEste artigo apresenta o percurso da literatura especializada sobre a temática formação de professores e relações étnico-raciais, no período de 2003 a 2014, tendo como objeto a ampliação sobre a temática expressa em 52 artigos produzidos em revistas qualificadas entre A1 a B5, bem como em 8 teses e 22 dissertações defendidas no período. Os dados foram trabalhados a partir dos conceitos de campo em Bourdieu (1989Bourdieu ( , 1999Bourdieu ( , 2003, representações em Chartier (1991), estado da arte em André (2009) e análise de conteúdo em Bardin (2008). Compreender essa literatura especializada e especificamente verificar as similitudes de temas entre artigos e teses e dissertações estão entre nossos objetivos, tendo a compreensão de que há similaridades entre a mesma, uma vez que parte dos artigos se origina do escopo das teses e dissertações. Entre as conclusões, inferimos que essa literatura especializada transformou questões em aportes, perspectivas, temas e objetos, conformou um campo de pesquisa, entre as diversas recorrências temáticas e de objetos. É necessário caminhar, todavia, no campo das práticas -a questão do racismo e seus desdobramentos reclama reflexões que entendam sua gênese e proliferação. Rever currículos, repensar pesquisas, problematizar
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