O conceito de resiliência, enquanto capacidade do indivíduo manifestar uma adaptação positiva em face de situações adversas, tem interessado, nas últimas décadas, os investigadores que procuram compreender os percursos de desenvolvimento em situações de risco ou vulnerabilidade. Num âmbito mais restrito, alguns autores têm tentado criar instrumentos que capturem a percepção que os sujeitos têm de serem (ou não) capazes de enfrentar situações difíceis ou potencialmente stressantes. Nesta linha, a Resilience Scale, de Wagnild e Young (1993), surge como uma das hipóteses de avaliação em adultos. Apresentam-se neste trabalho os dados preliminares da tradução e validação desta escala para estudantes do Ensino Superior (451 sujeitos da ESTeS de Coimbra). Constituída por 25 itens, cotados numa escala de Likert de 7 pontos, a Escala de Resiliência apresenta boa consistência interna (α de .98), correlações item-total entre 0.20 e 0.59, sugerindo a análise factorial exploratória uma estrutura de 5 factores (diferente da estrutura encontrada pelos autores originais da escala) que explica 52,5% da variância total; correlaciona-se ainda negativamente e de forma significativa com a Ansiedade--Traço (STAI-Y, de Spielberger, 1983). Palavras-chave:Ensino superior, Escala de resiliência, Inventário de traço de ansiedade, Resiliência.
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ResumoA matemática tem sido perspetivada como um "filtro crítico" para o acesso a carreiras científicas e tecnológicas. Muitas variáveis têm sido identificadas como preditores do rendimento na matemática, designadamente a ansiedade e autoeficácia matemática. Neste estudo, com 112 alunos do ensino secundário examinamos o papel destas variáveis depois de controlarmos o rendimento prévio e o sexo dos estudantes, no desempenho escolar da matemática numa prova intermédia sumativa. Uma regressão linear mostrou que a ansiedade é um preditor mais eficiente do que a medida de autoeficácia do rendimento a matemática. As implicações psicopedagógicas dos resultados são discutidas. Palavras-chave: autoeficácia, ansiedade, realização a matemática Abstract Mathematics has been described as a "critical filter" for access to scientific and technological careers. Many variables have been identified as predictors of mathematical achievement, namely, anxiety and mathematical self-efficacy. In this study, with 112 secondary school students, we examined the role of these variables, after controlling the students' previous performance and sex, in the school performance of mathematics in a summative intermediate test. A linear regression showed that anxiety is a more efficient predictor than the measure of self-efficacy of mathematical performance. The psychoeducational implications of the results are discussed. Keywords:self-efficacy, anxiety, mathematics achievement A matemática tem sido perspetivada como um "filtro crítico" (Sells, 1980) para o acesso a carreiras científicas e tecnológicas, domínios profissionais tradicionalmente masculinos e, simultaneamente, associados a um maior prestígio e remunerações mais elevadas (Brown & Lent, 2016). As profissões incluídas no grupo das disciplinas ditas STEM (acrónimo anglo-saxónico referente às disciplinas Científicas, Tecnológicas, Engenharias e Matemáticas) encontram-se, internacionalmente, no topo da lista das profissões com perspetivas de desenvolvimento mais brilhantes para os próximos anos (vide O*Net OnLine em www.onetonline.org/find/ bright?b=1&g=Go). Obter êxito a matemática é um dos mais importantes requisitos para que os indivíduos possam prosseguir uma formação superior na área das disciplinas STEM, e, consequentemente para obterem uma colocação profissional nesses domínios de atividade. Como foi sublinhado por Pajares e Graham (1999) a matemática continua a ocupar um lugar proeminente entre as medidas de avaliação do desempenho académico usadas nos processos de colocação dos candidatos em programas de estudos altamente competitivos e na admissão a vários cursos do ensino superior. Infelizmente sucessivos relatórios, quer internos (produzidos por iniciativa de um único país), quer externos (i.e., aqueles promovidos e realizados por organizações supranacionais, como por exemplo, a OCDE) continuam a mostrar um desfasamento entre a oferta e a procura no mercado de competências científicas e tecnológicas. Todavia, ninguém duvida que o domínio de competências matemáticas avançadas ...
ResumoO presente estudo analisa as propriedades psicométricas da Future Time Perspective Scale (FTPS) numa amostra de universitários portugueses, usando o modelo de Rasch. Os resultados indicam que os itens das subescalas ajustam a estruturas latentes unidimensionais, pressuposto requerido pelo modelo de Rasch. A escala de resposta apresentou funcionamento adequado, excepção feita à subescala de rapidez, permitindo que os parâmetros de pessoas e itens fossem estimados com elevada precisão. Análises DIF confirmaram a inexistência de diferenças nos resultados relativas ao género. São discutidas as limitações do estudo e as implicações psicométricas dos resultados para futuras investigações. Palavras chave: perspectiva temporal, Rasch, rating scale model, DIF AbstractThe present study analyzes the psychometric properties of the Future Time Perspective Scale (FTPS) in a sample of Portuguese university students with the Rasch model. The results indicate that subscale items are well fitted to latent unidimensional structures, as required by Rasch modeling. The response scale showed proper functioning with the exception of speed subscale; therefore, people and item parameters were estimated with high precision. DIF analyses confirmed no differences between genders in the results. Limitations of this study and the psychometric implications of its results are discussed, providing suggestions for future research.
ResumoAo decidirem os indivíduos escolhem determinados cursos de ação em detrimento de outros. As pessoas preocupam-se com as suas decisões pelas implicações que elas têm para o seu desenvolvimento e bem-estar. Aprender a decidir é um processo que se intensifica no início da adolescência, mas pouco se conhece sobre os fatores e as suas vicissitudes nesta fase do desenvolvimento. Este estudo testa um modelo simplificado da tomada de decisão de carreira com 312 jovens com idades compreendidas entre os 9 e os 13 anos. Os resultados mostraram uma estrutura fatorial diferenciada. As implicações dos resultados são discutidas. Palavras-chave: decisão de carreira, fatores de indecisão, adolescência AbstractIn deciding individuals choose certain courses of action over others. People are concerned about their decisions because of the implications they have for their development and well-being. Learning to decide is a process that intensifies in early adolescence, but little is known about the factors and their vicissitudes at this stage of development. This study tests a simplified model of career decision-making with 312 young people aged 9 to 13 years. The results showed a differentiated factorial structure. The implications of the results are discussed. Keywords: career decision, indecision factors, adolescence Introdução O ato de decidir determina a opção de um indivíduo por um determinado curso de ação em detrimento de outro, ou outros, que podiam ser hipoteticamente escolhidos. Muitas das decisões efetuadas pelos seres humanos são triviais, mas algumas são mais fundamentais e formam uma trajetória contingente bem definida, como é o caso das decisões que têm lugar no domínio da carreira profissional. As decisões importantes são fontes de stresse e mal-estar para os indivíduos. A indecisão vocacional, ou seja, a diminuição da capacidade do indivíduo para fazer um compromisso apropriado e requerido com uma direção educacional ou vocacional (Osipow, Carney, & Barak, 1976) é um fenómeno comportamental frequentemente observado. A indecisão vocacional (ou, lato senso, a indecisão de carreira) é, por isso, um dos tópicos da ciência vocacional mais frequentemente estudados (Crites, 1969; Gati, Osipow, & Krauz, 1996; Santos, 2013;Silva, 2004). Tradicionalmente, a psicologia vocacional tem centrado a investigação da indecisão, ou, mais genericamente, das dificuldades relacionadas com o processo de tomada de decisão (Gati & Tal., 2008;Gati et al., 1996) no final da adolescência e início da idade adulta. Tal concentração é compreensível uma vez que é nessa época que precisam de tomar-se decisões que marcarão fortemente o devir vocacional. Todavia, essas decisões começam a formar-se nos primeiros anos de vida e prolongam-se por todo o ciclo de vida (Super, Savickas, & Super, 1996). Como mencionaram Hartung, Porfeli e Vondracek (2008) a infância representa o princípio do desenvolvimento vocacional e envolve um período ativo da parte dos indivíduos de consciencialização sobre o mundo do trabalho. Segundo Hartung e colaboradores (2...
Apresenta-se neste trabalho uma revisão de interpretações recentes sobre as relações entre a representação da vinculação aos pais e a adaptação ao Ensino Superior. A metáfora de Kenny de que o ingresso na Universidade pode ser visto como uma nova Situação Estranha – como a descrita por Ainsworth – é explorada em diferentes investigações. Os estudos sugerem que os adolescentes/jovens adultos com representações seguras tendem a responder melhor aos desafios inerentes à nova situação (nomeadamente quando esta implica a saída de casa), e continuam a recorrer aos pais em situações de stress. As dimensões da vinculação valorizadas variam consoante o sexo e nível sócio-cultural dos estudantes.
A estrutura familiar e nível socioeconómico podem tornar-se factores significativos para o desempenho escolar dos jovens, agindo indirectamente através das práticas educativas e oportunidades de opção por uma educação mais exigente. Tal é particularmente notório em países onde existem clivagens marcadas entre grupos sociais. O objectivo deste estudo é analisar as relações entre diferentes tipologias familiares de classe desfavorecida do Recife (Brasil) e o tipo de relação do pai e da mãe com os filhos em adolescentes que abandonaram a escola. Analisou-se o envolvimento dos pais (pai e mãe), segundo a percepção dos responsáveis escolares, no dia-a-dia da vida escolar de 504 alunos (entre os 15 e 17 anos) e sua relação com o abandono escolar dos filhos. Os resultados apontam que o pai (seja em famílias monoparentais, reconstruídas, ou de pai ausente), tende a apresentar um relacionamento de indiferença relativamente à vida escolar dos filhos. Esta atitude apresenta associações significativas com a estrutura familiar destes adolescentes que abandonaram os estudos. A atitude da mãe face à escola surge como calorosa/ apoiante (na maioria dos casos), apresentando também relações significativas com a estrutura da família. O abandono no ensino médio público (equivalente ao ensino secundário em Portugal) nas classes desfavorecidas brasileiras é um problema grave, de dimensões e repercussões preocupantes.
ResumoO presente estudo analisa as propriedades psicométricas da Retrospective Family Unpredictability Scale (Retro-FUS) numa amostra de universitários portugueses, com o modelo de Rasch. Os resultados indicam que os itens ajustam a uma estrutura latente unidimensional, pressuposto requerido pelo modelo. A escala de resposta revelou funcionamento adequado, mas refinável, permitindo que os parâmetros de pessoas e itens fossem estimados com elevada precisão. Análises DIF confirmaram a inexistência de diferenças nos resultados relativas ao género. São discutidas as limitações do estudo e as implicações psicométricas dos resultados para futuras investigações. Palavras chave: imprevisibilidade familiar, Retro-FUS, Rasch, DIF AbstractThe present study analyzes the psychometric properties of the Retrospective Family Unpredictability Scale (Retro--FUS) in a sample of Portuguese university students with the Rasch model. The results indicated that scale items are well fitted to a latent unidimensional structure, as required by Rasch modeling. The response scale showed proper functioning, that can be refined, allowing people and item parameters to be estimated with high precision. DIF analyses confirmed no differences between genders in the results. Limitations of this study and the psychometric implications of its results are discussed, providing suggestions for future research.
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