Analisamos a Base Nacional Comum Curricular como política de Estado, a participação privilegiada da associação de grupos empresariais brasileiros - Movimento Pela Base -, o cenário de crise política e sua influência no processo de formulação da BNCC. Tomada como um “objeto vivo”, a Base foi compreendida em seu movimento histórico de disputas, o que nos levou ao objetivo central deste trabalho, de estabelecer o quadro geral de mudanças na disciplina Ciências da Natureza nas quatro versões do documento. Partimos de algumas hipóteses que se concretizaram: não houve renovação/inovação na área; prevalece o conservadorismo pari passu ao processo de vinculação da educação, em geral, e da educação científica, em particular; aos interesses de associações monopolistas voltadas a educação. Palavras-chave: monopólios na educação, escola do Estado, conservadorismo, Ciências da Natureza.
O presente artigo aciona o conceito de restauração conservadora elaborado por Michael Apple (2001; 2015; 2017) para refletir sobre os rumos das políticas curriculares que interpelam as disciplinas escolares Ciências e Biologia na atualidade. Aproximando-nos de tensões que são fruto das históricas disputas entre o público e o privado na educação brasileira, debatemos incursões recentes do conservadorismo sobre os currículos dessas disciplinas. Assim, apresentamos e discutimos tentativas de constrangimento ao ensino de determinadas temáticas que são atravessadas por controvérsias socioculturais: evolução biológica; corpo humano, saúde e diferença; diversidade étnico-racial. Por fim, também sinalizamos severas ameaças aos princípios democráticos que regem a educação do país.
Este artigo apresenta resultados parciais de pesquisa de cunho documental-bibliográfico, dedicada à compreensão dos pormenores da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Novo Ensino Médio (NEM) em diálogo com os aspectos histórico-estruturantes da educação brasileira. Assume a máxima importância a mediação da categoria capitalismo dependente, aqui nos termos de Florestan Fernandes, sobretudo para entender a unidade dos aspectos educacionais, econômicos, políticos, sociais e ideológicos, presentes e passados, da formação econômico-social brasileira. Com o aporte de compreensões buscadas no arcabouço teórico deixado pelo sociólogo brasileiro, tais como aquelas referentes à especificidade da revolução burguesa no Brasil e das contradições erigidas no seio do capitalismo dependente, argumenta-se que a BNCC e o NEM apresentam traços comuns às diversas reformas e medidas de contrarreforma alavancadas pela burguesia brasileira ao longo da nossa história, sobretudo em momentos de crise. Conclui-se que, a despeito das particularidades obscurantistas da conjuntura atual, a mesma reflete em todos os âmbitos a revitalização e o aprofundamento da dependência, ao que a esfera educacional não se faz exceção: nesta também as medidas apresentam as faces exacerbadamente contraditórias, antidemocráticas e retrógradas, próprias do capitalismo dependente.
RESUMO O artigo apresenta o conceito de empresariamento da educação de novo tipo, calcado na teoria do valor-trabalho de Marx e nas concepções de Estado ampliado, aparelhos privados de hegemonia e intelectual orgânico em Gramsci. Destacamos suas dimensões centrais: mercantilização, mercadorização e subsunção da educação ao empresariado. Visando à apreensão de aspectos históricos e conjunturais, universais e particulares desse processo, trabalhamos com os conceitos de capitalismo dependente, de Florestan Fernandes, e empresariamento de novo tipo, da historiadora Virgínia Fontes. Trata-se de um esforço teórico-analítico de reunir elementos estruturais e superestruturais a fim de contribuir para pesquisas que se debrucem sobre a progressiva força política do empresariado na educação brasileira.
Aims Left ventricular ejection fraction (LVEF) ≤ 40% is a well-established risk factor for mortality after acute coronary syndromes (ACS). However, the long-term prognostic impact of mildly reduced ejection fraction (EF) (LVEF 41-49%) after ACS remains less clear. Methods and resultsThis was a retrospective study enrolling patients admitted with ACS included in a single-centre databank. LVEF was assessed by echocardiography during index hospitalization. Patients were divided in the following categories according to LVEF: normal (LVEF ≥ 50%), mildly reduced (LVEF 41-49%), and reduced (LVEF ≤ 40%). The endpoint of interest was all-cause death after hospital discharge. A multivariable Cox model was used to adjust for confounders. A total of 3200 patients were included (1952 with normal EF, 375 with mildly reduced EF, and 873 with reduced EF). The estimated cumulative incidence rates of mortality at 10 years for patients with normal, mildly reduced, and reduced EF were 24.8%, 33.5%, and 41.3%, respectively. After adjustments, the presence of reduced EF was associated with higher mortality compared with normal EF [adjusted hazard ratio (HR) 1.64; 95% confidence interval (CI) 1.36-1.96; P < 0.001], as was mildly reduced EF compared with normal EF (adjusted HR 1.33; 95% CI 1.05-1.68; P = 0.019). The presence of reduced EF was not associated with a statistically significantly higher mortality compared with mildly reduced EF (adjusted HR 1.23; 95% CI 0.96-1.57; P = 0.095). Conclusions In patients with ACS, mildly reduced EF measured in the acute phase was associated with higher long-term mortality compared with patients with normal EF. These data emphasize the importance of anti-remodelling therapies for ACS patients who have LVEF in the mildly reduced range.
O artigo aborda as ‘reformas’ Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio (NEM). O trabalho visa compreender a simultaneidade das reformas educacionais com tantas outras em curso. À luz do método materialista histórico e dialético de investigação, analisamos (I) o conteúdo das ‘reformas’; (II) o discurso propalado às massas com vistas à legitimação de ambas (BNCC e NEM); (III) a conjuntura econômica, política e social de sua alavancagem; (IV) as recentes propostas de organismos internacionais como OCDE e Banco Mundial, para solucionar a crise. Trata-se de uma análise teórica que busca dialogar o texto legal das ‘reformas’ e dos relatórios de organismos internacionais com a Teoria do Valor-Trabalho de Marx, mediado por referenciais que tratam das particularidades do capitalismo dependente, como Florestan Fernandes. Concluímos que (I) o conteúdo das propostas educacionais contradiz o discurso que as legitima, e apresenta ainda ressonância nas diretivas dos organismos internacionais; (II) essas reformas atendem às necessidades candentes das frações da burguesia brasileira, que vem operando reformas na estrutura e na superestrutura do bloco histórico com vistas à manutenção de sua supremacia.
O artigo versa sobre o empresariamento da educação de novo tipo, em vista do progressivo protagonismo assumido por frações empresariais na educação brasileira nos últimos trinta anos. Tal protagonismo robustece a trincheira de poder junto ao Estado ampliado por meio dos aparelhos privados de hegemonia e opera a supremacia burguesa no âmbito da educação. Considerando a irrompível organicidade entre estrutura e superestrutura e as particularidades da formação econômico-social brasileira, definimos duas dimensões centrais desse processo, quais sejam a capitalização da/na educação (cujos aspectos principais são a mercantilização e a mercadorização) e a subsunção da educação ao empresariado. Apontamos implicações desse processo para a educação brasileira, como o aumento da precarização e da expropriação do processo formativo, discutindo suas funcionalidades no âmbito da reprodução ampliada do capital.
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