Abigail Silvestre Torres Assistente social; mestre pela PUC/SP e doutoranda em serviço social pela mesma instituição. Consultora em políticas sociais públicas. Docente de graduação e pós-graduação nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social da PUC/SP. Coordenadora Geral da pós-graduação lato sensu da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN).
Alexandre Ferreira do NascimentoPsicólogo; mestre em estudos da subjetividade pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Presidente do I Conselho Tutelar de Niterói por duas gestões (1999 a 2006) e integrante do processo de organização dos conselhos estaduais e nacional. Atualmente, presta assessoria técnica em atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes para organizações públicas, civis de interesse público e empresariais e atua na área de formação de redes de proteção social de crianças e adolescentes em situação de violação de direitos.
<span>This articleis the description of my ethnographic sociological interest in the universe of nannies</span><strong>. </strong><span>From the perspective of nannies, it is intended to comprise a portion of the dynamic that moves the world of motherhood.Emphasis is given to field work that was primarily conducted in a square located in a district of Rio de Janeiro’s wealthier southern zone. It therefore focuses on families in general and on families from Rio’s middle classes and elite in particular. But because the nannies live and move through a variety of locations, the ethnographic observation was extended to various parts of the city, reflecting the study’s ethnographic vocation.</span>
Resumo Este artigo é parte da pesquisa “As violências no contexto da COVID-19: desafios e vulnerabilidades globais”, que propõe uma reflexão crítica acerca das situações de violências de gênero potencializadas pelos protocolos de distanciamento social requeridos pela pandemia de COVID-19. A partir de levantamento bibliográfico do ano de 2020, analisamos recomendações de pesquisadores e instituições de diferentes partes do mundo, com o objetivo de sistematizar e disseminar estratégias para lidar com este cenário. O material está organizado em dois eixos temáticos: políticas de gênero e ações intersetoriais; e estratégias de enfrentamento às violências contra mulheres e crianças no campo da saúde e da assistência social. As recomendações estão centradas no desenvolvimento de ações por Estados/governos, redes de atendimento e sociedade em geral. Parte das recomendações sugere aumentar ou adequar as ações de vigilância já existentes, e parte contribui com propostas criativas, norteando ações promotoras e preventivas em nível individual e coletivo. A adoção de teleatendimento, campanhas midiáticas de conscientização de que a violência é injustificável e desenvolvimento de estratégias de denúncia por meio de sinais e códigos foram reiteradas pela literatura.
Este artigo apresenta os resultados de uma etnografia documental cujo objeto de pesquisa foi a profissionalização da enfermagem no Brasil, entre os anos de 1928 e 1931. Com o objetivo de compreender as formas pelas quais os discursos acerca da nova profissão e da nova profissional foram construídos no bojo de sua estruturação no país, o campo etnográfico desta pesquisa desvelou suas raízes profundamente articuladas aos discursos do mito do amor materno, da cristandade e do patriotismo. Considera-se que esses discursos são construções que serviram como dispositivos disciplinares implicados naquela profissionalização, com fortes relações de gênero, classe e raça, que contribuíam para o apagamento das novas profissionais. Em articulação, construiu-se a imagem socialmente aceita e idealizada de uma enfermeira padrão, cujos valores norteavam o serviço a Deus, à pátria e à família.
Resumo Considerado como uma das formas de servidão atuais, o trabalho doméstico ganha destaque com a grande demanda por cuidados de crianças e idosos, reconhecido como serviço essencial durante a pandemia de COVID-19. Poucas categorias foram tão afetadas pela crise sanitária e social associada à COVID-19, devido à sua situação precária - trabalhista, salarial, exposição e vulnerabilidade - face à pandemia. A partir de dados etnográficos de pesquisa doutoral realizada em 2011 de uma rede de babás, que por vezes atuavam como trabalhadoras domésticas e em diálogo com a literatura da teoria do care, discute-se como as experiências de distância social foram amplificadas pela pandemia de COVID-19 e atualizam as dinâmicas que operam nas relações entre distintas categorias sociais na sociedade brasileira, antevendo o que poderá ser um novo elemento na sociabilidade existente. Como conclusão, discutimos as chamadas culturas de servidão, destacando que, nesses casos, a servidão não implica rigidez, mas sim plasticidade. O que faz com que o afeto se transforme numa commodity que valoriza as trabalhadoras domésticas oriundas da América Latina, diferenciadamente no mercado de trabalho, onde essa característica é uma vantagem comparativa que dinamiza o mercado de afetos.
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