Centralidade de gênero no processo de construção da identidade de mulheres envolvidas na rede do tráfico de drogasGender centrality in the process of identity construction of women involved in drug trafficking
Entre cuidar e vigiar: ambiguidades e contradições no discurso de uma agente penitenciária Between caring and monitoring: ambiguities and contradictions in the discourse of a female penitentiary officer
Resumo: A prisão é historicamente reconhecida por produzir a uniformização dos indivíduos submetidos às suas normas, bem como o apagamento das identidades pessoais. Às tentativas institucionais de invisibilização-expressas através do controle constante dos comportamentos-correspondem estratégias pessoais de afirmação das singularidades e de diferenciação. Considerando as dinâmicas invisibilizadoras da prisão, o objetivo deste trabalho é discutir a aparente contradição envolvida no reconhecimento da possibilidade de a prisão-entendida como um instrumento de segregação social-se constituir em um espaço de visibilidade para homens e mulheres encarcerados. Tal contradição é discutida a partir do contexto social e econômico da população usualmente encarcerada no Brasil, alijada historicamente de direitos sociais básicos. É neste contexto mais amplo de marginalização, portanto, que a prisão pode potencialmente visibilizar subjetividades socialmente marginalizadas.
ResumoMediante uma perspectiva de gênero, o presente trabalho tem como objetivo investigar as especificidades da homossexualidade feminina no encarceramento. Pela análise do discurso de entrevistas realizadas com duas mulheres encarceradas em uma unidade prisional feminina, trataremos dos significados atrelados ao "se transformar em homem" na prisão. As duas entrevistadas assumiram, dentro do cárcere, posturas, nomes e aparência masculinas e passaram, desde então, a ser reconhecidas por outras internas e pelo próprio staff do presídio como homens. O objetivo é entender que tipos de privilégios tais mulheres adquirem como resultado da adoção de padrões de comportamentos tipicamente masculinos. Os resultados atestam que as duas participantes experimentam o status e os direitos usualmente associados ao masculino, tais como a poligamia e o uso legitimado da força, reproduzindo no espaço intramuros a organização hierárquica que marca as relações heterossexuais na sociedade mais ampla. Palavras-chave: Homossexualidade feminina; Gênero; Discurso; Travestismo; Encarceramento. Expressions of female homosexuality in prison: the meaning of "becoming a man" during incarcerationAbstract From a gender approach, the present work has the goal of investigating the specificities of female homosexuality in prison. From the discursive analysis of interviews conducted with two incarcerated women, we investigate the meanings associated to the experience of "becoming a man" in prison. In prison, the two participants assumed male names and looks, being recognized by other inmates and by the prison staff as men. The goal is to understand the kind of privileges these women acquire as the result of adopting typical male behaviors in prison. Results show that the two participants experience the status and the rights usually associated to men, such as polygamy and the legitimized use of force, reproducing in prison the hierarchical organization that characterize heterosexual relationships in society. Expresiones de la homosexualidad femenina en el encarcelamiento: el significado de "transformarse en hombre" en la cárcelResumen A través de una perspectiva de género, el presente estudio tiene como objetivo investigar las especificidades de la homosexualidad femenina en el encarcelamiento. Por medio del análisis del discurso de entrevistas realizadas con dos mujeres encarceladas en una unidad carcelaria femenina, trataremos de los significados vinculados al "transformarse en hombre" en la cárcel. Las dos entrevistadas asumieron, dentro de la cárcel, posturas, nombres y apariencia masculinos y pasaron, a partir de ahí, a seren reconocidas por otras internas y por propio staff de la cárcel como hombres. El objetivo es entender que tipos de privilegios esas mujeres adquieren como resultado de la adopción de patrones de comportamientos típicamente masculinos. Los resultados muestran que las dos participantes experimentan el status y los derechos usualmente asociados al masculino, tales y como la poligamia y el uso legitimado de la fuerza, reproduci...
O presente estudo tem como objectivo identificar a prevalência da Síndrome de Burnout e a sua associação com os factores de risco psicossociais em 63 professores de escolas especiais da região central do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados o Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo – CESQT-PE, versão para professores, a Bateria de avaliação de riscos psicossociais e um questionário para as restantes variáveis. Os resultados obtidos evidenciam uma prevalência de 30,6% de professores que apresentam o Perfil1 de Burnout, considerado como um nível moderado da síndrome e 14,3 % do Perfil 2, definido como uma forma mais severa de Burnout. O Perfil 1 associou-se ao aumento do conflito de papel e iniquidade e o Perfil 2 ao conflito de papel, sobrecarga de trabalho, iniquidade, insatisfação laboral e aos problemas de saúde.
Protagonismo e vitimização na trajetória de mulheres envolvidas na rede do tráfico de drogas no Rio de JaneiroAgency and victimization in the trajectory of women involved in drug trafficking in Rio de Janeiro
Abigail Silvestre Torres Assistente social; mestre pela PUC/SP e doutoranda em serviço social pela mesma instituição. Consultora em políticas sociais públicas. Docente de graduação e pós-graduação nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social da PUC/SP. Coordenadora Geral da pós-graduação lato sensu da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Alexandre Ferreira do NascimentoPsicólogo; mestre em estudos da subjetividade pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Presidente do I Conselho Tutelar de Niterói por duas gestões (1999 a 2006) e integrante do processo de organização dos conselhos estaduais e nacional. Atualmente, presta assessoria técnica em atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes para organizações públicas, civis de interesse público e empresariais e atua na área de formação de redes de proteção social de crianças e adolescentes em situação de violação de direitos.
Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática em bases de dados internacionais de artigos publicados entre 2003 e 2014, sobre a maternidade no cárcere. Os resultados evidenciaram a coexistência de estudos que vincularam ideais conservadores, associados à maternidade, e daqueles que problematizaram a diferença entre a versão ideológica da maternidade e a série de perdas e problemas que compõem a vida real das mulheres privadas de liberdade. De acordo com os estudos revisados, nos parece evidente que a maternidade no contexto de encarceramento assume contornos específicos e diversos daquela maternidade exercida fora das grades da prisão. Embora a maternidade seja importante, problematizamos o foco exclusivo neste aspecto da identidade feminina quando falamos nas possibilidades de ressocialização de mulheres encarceradas. Ao focar exclusivamente na maternidade, as instituições prisionais reforçam os estereótipos de gênero da sociedade mais ampla, entendendo as mulheres unicamente como mães. Nesse sentido, chamamos a atenção para que os esforços para a ressocialização considerem as outras esferas na vida destas mulheres, tais como o trabalho e a educação, de modo a favorecer a emancipação e a autonomização das mulheres pós-encarceramento.
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