We explore peasant territories as an emancipatory alternative in the context of authoritarian populism and neo-liberalism by focusing on two agroecological peasant territories in Brazil. We argue that territories harbour socio-ecological, cultural-political and politico-institutional bases that engender different forms of resistance and existence. Peasant territories build and defend emancipatory alternatives by creating self-governed knowledge and production systems, by problematising and mobilising against exploitative relations, and by transforming parts of the state. We conclude that peasant territories provide a basis for emancipatory transformation. What is more, they can be considered as emancipatory alternatives in themselves.
Youth play an important role in the transition toward agroecology through practices of resignification. This article discusses how young people resignify agroecology by taking part in education initiatives that originate from social movements, and that aim to strengthen young peoples’ abilities to reflect on their practices and realities. We used action research to create films with young agroecologists in the region of Zona da Mata Mineira, Brazil. Our analysis draws on films, interviews and participatory observations made during thirteen workshops to visualize the agroecological practices and visions of youth. We explore how social frames—e.g., the specific ways in which people understand reality—shape practices and how these frames are actively changed by youth. The findings show how frames are changed during (1) frame amplification by building on existing local values; (2) frame bridging by linking with other social movements; (3) frame extension by inclusion of new frames; and (4) frame transformation by altering the meaning of agroecology. We find that young people who engage with agroecology contribute to processes of repeasantization that rework local culture to be more inclusive of different populations, generations and genders, and that they foster an appreciation of the interconnectedness of humans and nature.
Baseado no contexto brasileiro no qual a maior autoridade do país tem negado as evidências da gravidade da pandemia, este artigo analisa a comunicação de riscos (CR) da Covid-19 desenvolvida pelo próprio governo federal. Criamos quatro variáveis de CR: transparência, riscos, adequação e temporalidade para analisar o conteúdo do corpus de 24 peças que fizeram parte das campanhas de comunicação do Ministério da Saúde, entre março e setembro de 2020. Os resultados apontam o predomínio da comunicação institucional, quase 50% das peças foram para divulgar o governo, em detrimento de ações que poderiam alertar a população sobre os riscos do novo coronavírus.
Este artigo analisa as estratégias de comunicação organizacional adotadas pelas duas centrais mineiras do Sistema de Cooperativas de Crédito no Brasil (Sicoob). O objetivo foi compreender a concepção de comunicação dessas organizações e identificar a relevância dos princípios cooperativistas para as práxis comunicativas. Como resultado, observa-se a relevância da comunicação no planejamento estratégico dessas organizações, no entanto pode ser constatado que as ações que visam a inserção mercadológica têm sido privilegiadas na comunicação no cooperativismo de crédito em detrimento à educação cooperativista e do interesse pela comunidade.
Esta nota discute a ausência dos quesitos cor/raça e gênero nos boletins epidemiológicos da Covid-19 e como essa omissão está articulada ao modo como se operacionaliza o racismo no Brasil. Coloca-se em evidência a apropriação da identidade racial e de gênero por alguns estados brasileiros que ganharam visibilidade midiática, como sendo solidários, ao iniciarem a campanha de vacinação com mulheres negras, grupo social mais vulnerável. É o jogo da dissimulação, em que se evidencia a raça/gênero na aparência, embora essas variáveis não sejam consideradas no enfrentamento da pandemia.
Este artigo discute um dos princípios constitutivos da radiodifusão pública, a universalidade de acesso, a partir da análise da cobertura geográfica da rede nacional de televisão pública na Região Sul. Destaca que a região possui a segunda maior quantidade de emissoras públicas do país, 28 TVs Educativas, no entanto apenas quatro delas integram a rede pública liderada pela TV Brasil. O cenário indica que universalizar a cobertura ainda representa um desafio a ser superado pela TV Brasil quase uma década depois de sua implantação.
O uso medicinal e terapêutico da Cannabis spp. tem uma longa história na humanidade, mas a atual Política Nacional de Drogas do Brasil ainda impõe processo burocrático para plantio, produção e consumo da substância para fins medicinais. Esse artigo tem o objetivo de analisar e comparar como programas de entretenimento matinais das redes Globo e Record abordaram o uso medicinal dos derivados da maconha no Brasil entre 2014 e 2018, nas quais são destaques os movimentos sociais a favor da liberação da maconha medicinal para famílias de pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais. Observou-se mudança significativa na abordagem, no que tange à seleção lexical, das emissoras durante o processo de liberação da importação. A segunda modificação observada consiste na escolha das fontes para as entrevistas. Se num primeiro momento tem-se forte representação das famílias, construindo uma imagem familiar do uso da substância, com o passar do tempo essas são substituídas por médicos e neurocientistas.
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