ResumoDiversos atores participam dos processos de formação de políticas públicas: indivíduos, grupos ou organizações que exercem influência direta ou indireta, em diferentes momentos. Dessa forma, buscou-se mapear os atores envolvidos na formulação e implementação do Programa Mais Médicos e compreender as dinâmicas e contribuições desses atores. Para análise dessa política pública, adotou-se um estudo teórico-empírico com abordagem qualitativa e método de estudo de caso. Identificou-se como atores centrais o Governo Federal, os movimentos sociais, a mídia de massa, as redes sociais e os conselhos de medicina. No que se refere à análise do ciclo do programa, verificou-se que seus processos não foram contínuos, mas, sim, permeados por relações assimétricas e conflitantes. Na análise observou-se que as Jornadas de Junho constituíram uma janela de oportunidade para o Programa Mais Médicos; no entanto, houve diversos posicionamentos contrários a ele. Os movimentos de oposição enfeixaram-se em dinâmicas, conflitos e coalizões tanto no âmbito de atores governamentais como de atores da sociedade civil -com destaque para a relação da base aliada com os partidos contrários ao programa, em que houve processos conflituosos e recuos de ambos os lados. Conclui-se que os diversos atores participaram dos processos motivados por interesses, ideologias e objetivos diversificados. Dessa forma, os conflitos permearam todo o processo, desde a proposta do programa, o anúncio, a aprovação da lei, a chegada dos diversos médicos, até o início de suas atividades por todo o país. Palavras-chave: Políticas públicas. Atores. Ciclo de políticas públicas.The role of the actors in the formulation and implementation of public policies: dynamics, conflicts and interests in the 'Mais Médicos' Program Abstract Many different actors take part in the process of formulating public policies, which includes individuals, groups and organizations that exert a direct or indirect influence at different times. Thus, the specific purpose of this article has been to map the actors involved in the formulation and implementation of the 'Mais Médicos' Program and to understand the dynamics and contributions of these actors. In order to analyze this particular public policy, a theoretical and empirical study has been adopted with a qualitative approach and case study method. Among the key players in this process were the federal government, social movements, the mass media, and social networks, as well as the Councils of Medicine. With regard to the analysis of the program cycle, it was found that its processes were not continuous, but rather asymmetrical and permeated by conflicting relations. This same analysis showed that the June 2013 protests provided a window of opportunity for the 'Mais Médicos' Program, but that nevertheless, there was still considerable opposition to the program. The opposition movements involved were bound by a series of different dynamics, conflicts and coalitions that applied to both government actors as well as those from civil socie...
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Resumo:A comunicação cumpre um papel essencial na articulação dos diferentes níveis da organização para que coordene de forma eficiente a cadeia produtiva sem concorrer por recursos, tirando a potencialidade competitiva da integração vertical cooperativa (Modelo Central -Singulares). Neste estudo, se objetivou analisar a comunicação organizacional na articulação agroindustrial entre uma cooperativa central, suas cooperativas singulares e cooperados. A pesquisa é exploratória-descritiva, utilizando um estudo de caso, com o apoio da técnica de entrevista semiestruturada. Constatou-se que a sobrevivência deste modelo dependerá de como se faz a articulação dos diferentes níveis de organização cooperativa da produção.Palavras-chaves: comunicação, cooperativas, sistema agroindustrial. Abstract: Communication plays an essential role in the articulation of different levels of the organization to efficiently coordinate the production chain without competing for resources, taking the competitive potential of the cooperative vertical integration (Central -Singles
A organização do quadro social (OQS) como estratégia e ferramenta para a gestão social e empresarial de uma cooperativa é um processo sistemático de comunicação e integração, que responde à necessidade da cooperativa de se comunicar com seus associados direta e eficientemente. Este artigo objetiva entender o funcionamento do processo de comunicação das cooperativas agropecuárias com os produtores rurais, viabilizado pela gestão social através do processo de OQS, bem como o papel desta ferramenta na interface da gestão empresarial com a gestão social. A pesquisa realizada foi de caráter exploratório descritivo, sendo utilizado um estudo de caso numa cooperativa agropecuária de Minas Gerais. Entrevistas, aplicação de questionários, dados secundários e observação participante foram utilizadas para se chegar aos resultados. Eles indicam que o trabalho de OQS potencializa as atividades agroindustriais, se bem articuladas entre as organizações do sistema, mas ao mesmo tempo revelou falta de maior planejamento das atividades de educação cooperativista que permitissem tirar maior proveito das potencialidades da OQS. Os resultados permitem concluir que esta ferramenta promove um maior envolvimento entre os membros da cooperativa, elimina o distanciamento entre cooperativa e cooperados, promovem a socialização dos cooperados, a melhoria dos serviços de assistência técnica, da produção e produtividade.
RESUMO Introdução: O arranjo institucional de implementação do Projeto Mais Médicos Brasil (PMMB) envolve diversos atores governamentais e não governamentais em níveis distintos da federação. Trata-se de um complexo arranjo conduzido de forma intersetorial e colaborativa, que demanda a mobilização de capacidade de coordenar e articular os responsáveis por sua condução. Sendo assim, analisaram-se as implicações dos arranjos institucionais e de suas inter-relações com as capacidades estatais, que podem afetar o desempenho e a entrega dos objetivos pretendidos pela intervenção. Materiais e métodos: Para tanto, realizaram-se oito entrevistas com atores-chaves, ligados direta ou indiretamente à implementação do projeto, em nível federal, no período de julho de 2018 a janeiro de 2019, bem como análise documental. Resultados: Os resultados apontam que, no começo, o arranjo facilitou a construção de capacidades técnico-administrativa e político-relacional que permitiram superar os desafios, em termos de coordenação dos diversos atores e das burocracias, em nível interfederativo, a fim de levar médicos aos locais desassistidos ou com dificuldades de fixá-los. Entre outras questões, contribuíram neste processo a aceitação social da intervenção, a geração de resultados em curto prazo e a centralidade da política na agenda governamental. Entretanto alterações, no contexto sociopolítico, que culminaram, em mudança governamental e de atores centrais quanto ao arranjo de implementação, aliado à resistência de grupos de interesse, enfraqueceram as capacidades de entrega dos resultados da intervenção. Discussão: Fica evidente que as capacidades de implementação de uma política pública não são fixas e demandam constante ativação de seu arranjo institucional.
ResumoO artigo procurou refletir se o ambiente institucional que envolve as cooperativas na Mineração Pequena Escala (MPE) favorece a efetividade desta forma organizacional no âmago desta atividade econômica. Sendo assim, o estudo buscou compreender o processo de formalização de cooperativas minerais no ambiente institucional da MPE, para, em seguida, apontar os constrangimentos à formalização e os desafios enfrentados na operacionalização da atividade mineral por essas organizações. O estudo foi caracterizado como exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa e método de estudo de casos em duas cooperativas localizadas no Estado de Minas Gerais. Foram realizadas 25 entrevistas com dirigentes e associados das cooperativas, representantes do poder público local, do cooperativismo em Minas Gerais e do órgão mineral em âmbito estadual e federal. Os resultados indicam processos distintos de constituição das cooperativas. Enquanto em uma, os garimpeiros se organizaram para se antecipar ao processo de fiscalização estatal, em outra, os pequenos mineradores se constituíram a partir da imposição do Estado. Ademais, os resultados indicam que o processo de formalização e operacionalização da atividade mineral é complexo em função do hiato existente entre aquilo prevê o ambiente institucional da MPE de prioridade e fomento às cooperativas do ramo mineral e a realidade dessas organizações. Nesse sentido, elas enfrentam desafios para acessar o direito mineral e ambiental, as políticas públicas, crédito, assessoria, treinamento, tecnologia, suporte organizacional, entre outros. Esses problemas do ambiente institucional afetam a capacidade de gestão mineral e ambiental realizados por essas organizações, compromete o desenvolvimento econômico e social dos associados dessas cooperativas, bem como dificulta a possibilidade de contribuírem para o desenvolvimento local. AbstractThe article sought to reflect on whether the institutional environment involving cooperatives in Mining Small Scale (MPE) favors the effectiveness of this organizational form at the heart of this economic activity. Thus, the article sought to understand the process of formalization of mineral cooperatives in the institutional environment of SSM, to then point out the constraints to formalization and the challenges faced in the operationalization of mineral activity by these organizations. The study was characterized as exploratory-descriptive, qualitative approach and case study method in two mineral cooperatives located in the State of Minas Gerais. Twenty-five interviews were conducted with leaders and members of cooperatives, representatives of local public authorities, cooperatives in Minas Gerais, and state and federal agencies. The results indicate different processes of incorporation of cooperatives. While in one, the prospector organized themselves to anticipate the process of state control, in another, the small miners, they were constituted from the imposition of the State. In addition, the results indicate that the process of formalization and operationalization of the mineral activity is complex due to the gap existing between what predicts the institutional environment of the MPE of priority and foment to the cooperatives of the mineral branch and the reality of these organizations. In this sense, they face challenges to access mineral and environmental law, public policies, credit, advice, training, technology, organizational support, among others. These problems of the institutional environment affect the capacity of mineral and environmental management carried out by these organizations, it jeopardizes the economic and social development of the members of these cooperatives, as well as hinders the possibility of contributing to local development.
Este artigo tem como objetivo analisar as estratégias de comunicação nas cooperativas agropecuárias, localizadas no estado de Minas Gerais, no contexto do modelo federado de cooperativas. A pesquisa é qualitativa que contou com o apoio da técnica de entrevista semi-estruturada. Entre os resultados, postula-se que exista nesta articulação diferentes processos de comunicação simultâneos e relacionados que precisam harmonizar interesses, demandas e exigências desses três níveis de instâncias, numa adequada escolha de canais e de mensagens.
Economic Sociology and Competitiveness in Centralized Agricultural Cooperatives RESUMO A gestão de empreendimentos cooperativos centralizados do setor agropecuário é marcada por grande complexidade. No presente trabalho, de natureza teórica, visou-se a discorrer, à luz das três correntes epistemológicas da Sociologia Econômica-Redes, Institucionalismo em sua vertente econômica e Teoria dos Campos-, a forma pela qual poderia se compreender a busca pela competitividade em cooperativas agropecuárias de segundo grau. A análise apegou-se na extrapoção de cada dos condicionantes constitutivos das bases epistemológicas da Sociologia Econômica. Enquanto a perspectiva das Redes garantiria a viabilidade econômica do negócio, por meio do adensamento do capital social, o Institucionalismo conformaria uma formalização contratual para a redução dos custos de transação, e a perspectiva dos Campos atuaria na constituição de um poder simbólico resultante de uma habilidade estratégica do agente sob a estrutura. Concluí-se que a perspectiva pela qual a ação social resulta em resultados econômicos às cooperativas agropecuárias centralizadas, é passível de ser analisada sob três enfoques teóricos em que a cada um haverá fatores intervenientes distintos, tanto ao problema quanto em relação à compreensão dos resultados.
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