Este trabalho analisa os determinantes do voto em Dilma Rousseff no primeiro e segundo turnos das eleições presidenciais de 2010, usando diversos indicadores políticos, econômicos e sociais. São exploradas as variáveis tradicionalmente indicadas como determinantes do voto, como visões sobre o estado da economia, identificação partidária, avaliação do governo, assim como também fatores explorados de forma menos sistemática, como percepções sobre corrupção e religião. Por último, o trabalho inova ao acrescentar a esse debate o efeito da mobilidade social sobre o voto. Assim, o presente estudo capta o efeito político da ascensão social de setores da população brasileira, a dita "nova classe média". O trabalho utiliza dados do Estudo Eleitoral Brasileiro de 2010.
This paper analises the determinants of vote for Dilma Rousseff in the first and second rounds of the 2010 Brazilian presidential elections, based on various political, economic and social indicators. The study tests the traditional hypotheses about vote choice in Brazil, such as sociotropic economic voting, party identification, government evaluation, perceptions of corruption and religion. Our contribution comes from the adition of a new explanation for vote choice: perceptions of social mobility. Therefore, the present study captures a political effect of the upward social mobility of sectors of the Brazilian population, the so called "new middle class". The article uses data from the CSES Brazilian Electoral Study (ESEB)
Resumo: Por vezes interpretados pelos analistas políticos como locais de fragilidade do sistema partidário em que os "mandões" exercem seus desígnios sem limites, os chamados grotões eleitorais permanecem como fenômeno pouco estudado no Brasil. O objetivo deste paper é produzir uma análise sistemática sobre a competição eleitoral nas eleições municipais brasileiras ocorridas entre 1996 e 2012. A questão analítica que se coloca refere-se aos possíveis fatores sociodemográficos, políticos e econômicos dos municípios que estão associados à maior ou menor competição eleitoral nas eleições para prefeitos e vereadores no Brasil. Demonstra-se, por fim, como a competição pode ser explicada mais por meio das características institucionais do sistema eleitoral, e menos pelas características sociodemográficas dos municípios. Palavras-chave: Democracia; institucionalismo; eleições municipais; competição eleitoral; grotões eleitorais.
Esta pesquisa tem por objetivo analisar as eleições suplementares ocorridas no Brasil nos anos de 2013, 2014 e 2015, por irregularidades no pleito de 2012. Verificam-se nesta pesquisa aspectos relativos à competição eleitoral como o perfil dos candidatos, suas relações com o pleito anulado e os partidos políticos envolvidos. Utilizou-se a metodologia quantitativa, com revisões bibliográficas, pesquisa documental de legislações e o estudo dos casos das eleições suplementares ocorridas no Brasil no período analisado. Percebeu-se com a pesquisa que as eleições suplementares ocorreram em municípios onde não há 2º turno e a quantidade de concorrentes foi maior do que nas ordinárias. A maioria dos eleitos participou de alguma forma das eleições ordinárias. Embora seja possível a realização de eleições suplementares para Presidente da República e Governadores, foca-se nesta pesquisa apenas as eleições para Prefeitos.
Após um longo processo de incorporação das mulheres na dimensão política da cidadania, o déficit nas arenas municipais de poder, permanece em níveis baixos. Após mais de 80 anos da eleição da primeira mulher para Câmara dos Deputados, ainda existem relativamente poucas mulheres participando das eleições e um número bem menor delas sendo eleitas. Este artigo explora as consequências das inovações institucionais introduzidas na legislação eleitoral brasileira com as políticas de discriminação positivas, como as cotas para as mulheres nas listas partidárias. Analisamos os portões institucionais que se impõem como obstáculos cumulativos a efetiva participação eleitoral feminina nas eleições de 2016. Apresenta-se, por fim, um modelo econométrico, para mensurar os impactos das características individuais e partidárias dos candidatos, sobre os votos nas eleições municipais brasileiras, nesse sentido, testamos hipóteses acerca do sexo, escolaridade, financiamento de campanhas, cor e os desempenho eleitoral. Palavras-chave: Candidaturas femininas; Cotas de gênero; Competição eleitoral; Partidos Políticos.
ResumoEste artigo explora as consequências das inovações institucionais introduzidas na legislação eleitoral brasileira com as políticas de discriminação positivas, como as cotas para as mulheres nas listas partidárias. Descreve a trajetória da legislação pós-1988 e analisa o aumento significativo da participação feminina nas eleições e o baixo sucesso eleitoral tanto para a Câmara dos Deputados quanto para as Assembleias Legislativas Estaduais. Apresenta-se, por fim, um modelo econométrico para mensurar o impacto da variável gênero e demais atributos individuais dos candidatos nas eleições de 2014.Palavras-chave: Eleições legislativas; representação; cotas de gênero; financiamento de campanhas. IntroduçãoO acesso das mulheres à esfera pública, de modo geral, é dificultado por um duplo complicador sustentado na prerrogativa da não cidadania das mulheres, caracterização que as enquadra como sujeitos passivos, vinculados à esfera privada e desprovidos de requisitos para interferir na esfera pública. A representação das mulheres, desse modo, também está condicionada por esse fator de exclusão do público. Esse princípio, inerente de uma exclusão da cidadania das mulheres, deriva na negativa da condição de sujeito ativo, de cidadãs, às mulheres (ARAÚJO, 2012b, p.154).O Movimento Feminista pode ser diretamente ligado às conquistas sociais e políticas das mulheres. As críticas, a mobilização e as lutas produziram ganhos para as mulheres, entre eles, talvez o principal, o direito de votar e serem votadas. As sufragistas americanas 1 Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
O objetivo do trabalho é descrever e analisar a desigualdade de gênero nas eleições proporcionais de 2018 a partir dos seguintes parâmetros: i) o número de candidaturas masculinas e femininas; ii) o perfil sociodemográfico de candidatas e candidatos; iii) competitividade de mulheres e homens e, ainda, a relação entre votos; iv) e o volume de recursos financeiros de campanha declarados por candidatas e candidatos. A metodologia se deu com base em estatísticas descritivas dos dados brutos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), avaliando parâmetros de candidaturas, competitividade e gastos. A análise desses parâmetros revela que os partidos cumpriram, à risca, o patamar mínimo de candidaturas femininas definido em lei, de 30% de nomes nas listas partidárias. Além disso, observou-se um possível efeito do estado civil em interação com gênero desfavorável à representação feminina. Esse dado parece refletir, na arena eleitoral, constatações mais gerais a respeito da variação da desigualdade de gênero no Brasil associada à divisão sexual do trabalho reprodutivo. Para descrever a competitividade de candidatas e candidatos, foi elaborada uma tipologia a partir da regra que define o patamar mínimo de 10% quociente eleitoral como requisito para obtenção de representação. Observou-se um expressivo contingente de mulheres subcompetitivas. Isso ajuda a explicar outro achado do artigo: o fato de que as vagas adicionais nos legislativos estaduais obtidos pela expressividade da votação de algumas poucas mulheres “puxadoras de votos” foram preenchidas, em geral, por homens. Por fim, o artigo revela que, considerando um mesmo volume de recursos de campanha, os homens, em sua grande maioria, recebem mais votos que as mulheres. A descrição da desigualdade de gênero, a partir das eleições proporcionais de 2018, dialoga diretamente com os principais temas da literatura sobre desigualdade de gênero na política. Espera-se que a análise empreendida no artigo contribua para o diálogo e ações que visem promover uma maior igualdade entre homens e mulheres na política brasileira.
Desde a década de 1990, a ciência política brasileira vem se dedicando de forma sistemática à análise da relação Executivo/Legislativo, com destaque para os padrões de formação de governo e sobre o comportamento dos legisladores no Congresso Nacional-principalmente na Câmara dos Deputados. Um importante debate travado nessa literatura refere-se às características do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão. 1 Questões sobre a configuração do processo decisó
A campanha de imunização contra a COVID-19 foi iniciada no Brasil em Janeiro de 2021 após forte pressão da sociedade sobre o governo federal, que havia criado uma série de empecilhos ideológicos contra as vacinas, sobretudo, as produzidas com insumos chineses. Este artigo analisa o impacto da ideologia de extrema direita na distribuição espacial da cobertura vacinal contra Covid-19 nos municípios brasileiros. Por meio de modelos hierárquicos multiníveis de dois estágios identificou-se que, mantido constantes características sócio demográficas e as estruturas do Sistema Único de Saúde, o grau de bolsonarismo nos municípios impactou negativamente as taxas de cobertura da primeira, da segunda e, especialmente, da terceira dose.
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