O presente artigo propõe discutir as questões que se colocam a partir da presença crescente das populações indígenas nos centros urbanos. Na medida em que percorremos os paradoxos que compõem este cenário, somos provocados a desacostumar o olhar estigmatizado que perdura na sociedade envolvente sobre as questões indígenas. As ferramentas conceituais propostas por autores da Filosofia da Diferença, assim como as formulações atuais da antropologia acerca do perspectivismo ameríndio, levam-nos a refletir de que maneira as populações indígenas têm experimentado a cidade, criando uma relação singular que a transforma em devir. Por fim, lança perguntas sobre as capturas que o contemporâneo apresenta, as quais demandam esforços coletivos por ampliação das possibilidades de vida.
RESUMO: O artigo problematiza os atuais critérios de avaliação da Pós-Graduação, cuja ênfase na publicação de artigos em revistas indexadas, tem levado à desvalorização do educador. Ao não valorizar outras atividades como ensino, orientação, organização de eventos, participação em debates, trabalhos de extensão, participação em bancas, assessorias etc., e ao não considerar relevante as publicações que se dirigem a um público mais amplo, ou mesmo as publicações de livros, tende a definir de maneira bastante limitada o que seja produtividade acadêmica. PALAVRAS-CHAVE: avaliação, ensino, produtividade acadêmica.
O presente texto enfoca a necessidade de tornar visíveis as múltiplas atividades industriosas atualizadas por parte dos trabalhadores em ambiente laboral regulado e ordenado, considerando as dramáticas dos usos de si como formuladoras de possíveis criações. Problematiza a incessante tensão entre instituído e instituinte como paradoxo constituinte das relações de trabalho. Aborda o que se passa nos processos de trabalho apoiando-se em alguns conceitos da abordagem ergológica e da obra de M. Foucault. Formula uma visão sobre os mundos do trabalho hoje que nos permite pensá-lo como luta cotidiana por modos de viver que afirmem a vida como tendência criadora.
Neste texto, abordamos a Mostra Nacional de Práticas em Psicologia a partir dos conceitos de arquivo e testemunho. Considerando-a como arquivo coletivo, a Mostra pode ser vista como o plano comum de uma multidão enunciadora que, como testemunha, enuncia aquilo que tem sido e em que está se tornando a Psicologia como ciência e profissão. A questão dos diálogos da Psicologia com outros saberes é mostrada como relevante aos devires de nossa ciência, uma vez considerarmos que dialogar com outros domínios das ciências, das artes e da filosofia refere-se a um modo de produzir aberturas no atual arquivo de saberes que produzimos em direção a outros e novos futuros possíveis.
This text establishes that the act of researching resembles the act of talking, constituting as it also does a subjection device and a space for creation. It proposes a singular and poetic manner of creating, at one and the same time an investigation and professional performance process in an attempt to supersede a mechanicist and dichotomous method of investigation. A methodological strategy that uses the analysis of thinking case-studies, prepared from the clinical experience of the Occupational Therapist, is presented, which takes as its conceptual web, references from the fields of Philosophy of Difference, Occupational Therapy, Psychology and Literature.KEY WORDS: Occupational Therapy. Psychology. research techniques. methodological strategies. thinking casestudy. knowledge.Este texto estabelece que o ato de pesquisar se aproxima do ato de conversar, configurando-se também como dispositivo de subjetivação e espaço de criação. Propõe-se um modo poético e singular de criar um processo de investigação e, simultaneamente, de atuação profissional, procurando romper com o método de investigação mecanicista e dicotômico. Apresenta-se uma estratégia metodológica que utiliza a análise de casos-pensamento elaborados com base na experiência clínica do terapeuta ocupacional e que tem como teia-conceitual os referenciais da Filosofia da Diferença, Terapia Ocupacional, Psicologia e Literatura. PALAVRAS-CHAVE: Terapia Ocupacional. Psicologia. técnicas de pesquisa. estratégias metodológicas. casopensamento. conhecimento.
A clínica sempre suscitou um mistério... O que é possível acontecer em uma relação que se propõe terapêutica e de certa forma libertadora? Libertar-se de que/ quem? Ou tratar-se-ia de sair de si, tarefa labiríntica de desobrar-se em meio às múltiplas dobras da própria pele? Por onde e como poderiam vir a ser criados novos modos de fazer-se existir e de tramar maior resistência na própria experiência do sofrimento de nossos banais cotidianos? Poder-se-ia falar em um movimento clínico para o Fora?A abordagem do fazer cartográfico como um dispositivo capaz de produzir crítica a respeito do instituído e seu próprio desviar-se, leva-nos a dotá-lo de potencialidade clínica. Neste sentido, quer-se dizer que o ato de cartografar pode vir a promover, em um só movimento, invenção tanto de um mundo quanto de um sujeito, uma vez que, Universidade Federal do Rio Grande do Sul RESUMO: O fazer cartográfico, como um dispositivo de crítica ao instituído e de promoção de seu próprio desviar-se, leva-nos a dotá-lo de potencialidade clínica. Neste texto, procuramos colocar em análise a prática clínica desde a perspectiva cartográfica, indissociada da expansão da vida e da produção de modos minoritários de subjetivação. O referencial teórico no qual se funda nossa argumentação procede, em especial, da esquizoanálise. PALAVRAS-CHAVE: Cartografia -subjetivação -clínica ampliada THE DESIRE OF WORLD: A VIEW ABOUT CLINIC ABSTRACT: The cartographic attitude as a critic device to the instituted and promotion of its own selfdeviance, take us to endow it with clinical potentiality. In this text, we intend, from a cartographic perspective, to put under analysis the clinical practice, which cannot be detached neither from the expansion of life nor from the production of minority ways of subjectivation. The theoretical basis assumed for this discussion comes specially from esquizo-analysis. KEY WORDS: Cartography -subjectivation -extended clinic Talvez precisemos de oposições de postura, de cronologias diversas, da identificação de nossos devires de gênios, de ladrões e de drogados para testar, com certa autenticidade, os limites de nosso pensamento mantendo vivo o desejo de mundo e, termos assim, alguma chance de cartografar nossa pseudoliberdade." Patrícia Kirst ao colocar em análise as formas que habitam o contemporâneo, seus limites e fronteiras, rebate-as em si mesmas, atiçando-as para provocar o seu plano de alteridade e criação. Tal tarefa incidiria, desta forma, nos próprios modos de produzir o controle da vida, forçando-nos a argüir sobre o que temos sido e sobre as condições que se colocam como fundações de nosso existir. Leva-nos a acolher esta complexa tarefa, como um "viajar por dentro", visualizar o avesso, como um mapear das intensidades e dos afetos que constituem nossos estados e que ocupam nossos corpos a cada momento. Rebater a forma sobre si mesma, sondála enquanto morada do ser, na busca de ampliar sua superfície de contato com o Fora, multiplicar seus planos, agir nos seus limites, não para o seu fundo, mas para os lados, a...
RESUMO.Este trabalho surge da indagação sobre um novo modo de pesquisar nas ciências humanas com base no paradigma ético-estético e político, com vistas a confrontar o saber instituído pela modernidade. Interrogações a respeito do modo cartesiano de produção de conhecimento remetem a uma diversidade de "propostas" teóricas que implicam o pesquisador desde um lugar de escuta e demanda das falas, tomando-as como efeito do que se produz no pedido pela palavra. Se o contar e o escutar constituem redes de tradução em busca da criação de sentidos, também o registrar e escrever do contado podem vir a ser problematizados da mesma forma, ou seja, como matéria a se constituir no próprio ato de sua invenção. É nessa perspectiva que se reconhece a emergência da arte da cartografia como um modo de análise do social e de suas narrações.Palavras-chave: metodologia, discurso, cartografia. SPEAKING, LISTENING AND WRITING: TRANSLATION WEBS PRINTED IN THE ART OF CARTOGRAPHYABSTRACT. The present work was originated from the probing into a new way of researching in the field of the humanities, based on an ethical, esthetic and political paradigm that aims at collating the knowledge constituted by modernity. Inquiries related to the Cartesian approach to the production of knowledge point to a variety of theoretical proposals that call the researcher from his/her place of demanding and listening to the speech to a position of assuming that they can rather be the consequences of what is implied when suggesting the speech. If telling and listening constitute translation webs in the search of creation of meanings, the registering and writing of what has been told might also be similarly questioned, i. e., as a matter to be instituted by the very act of its creation. It is from this perspective that the emergence of the art of Cartography can be recognized as a tool in analyzing society and its narratives. INTRODUÇÃOEste trabalho surge da interrogação sobre um novo modo de pesquisa nas ciências humanas o qual busca uma metodologia que compreenda um olhar desde o paradigma ético-estético e político que vem a confrontar o saber instituído pela modernidade de uma lógica cartesiana na qual o objeto de estudo está dissociado do sujeito que o investiga. Na pesquisa em Psicologia, por exemplo, trata-se, em geral, de interrogar o outro para análise e confirmação de hipóteses. Neste sentido, em muitos casos -e são os que interessa a este artigo discutir -são contadas histórias sobre a vida dos sujeitos e daqueles que compõem seu universo. Estas histórias só podem ser contadas a partir dos dias atuais, o que implica uma análise daquilo que é relatado e interrogado desde uma perspectiva sociotemporal.Mas que histórias se trata de escutar? O que significa contar uma história? Que fala é esta que atravessa o discurso dos sujeitos? A quem se dirige esta fala? Que tipo de discurso se constitui nestas falas? Todas estas interrogações remetem o pesquisador a uma diversidade de "propostas" teóricas no domínio deste território que o implicam desde um lugar...
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