Na primeira metade dos anos setenta do século passado, um ex-padre austríaco-americano lançava a crítica mais contundente até então empreendida contra a Medicina moderna. (1976). Na tradução brasileira de 1975, feita com base na edição francesa, lê-se na introdução: "A empresa médica ameaça a saúde, a colonização médica da vida aliena os meios de tratamento, e o seu monopólio profissional impede que o conhecimento científico seja partilhado" (p.1). Doze anos após haver escrito a versão inicial da Nêmesis, Illich veio a emitir um conjunto de apreciações de sentido fortemente autocrítico em relação à sua obra. Pretendo descrever de forma sucinta neste trabalho os principais argumentos desta segunda crítica social da saúde que passou despercebida no Brasil, como, de resto, tudo que ele veio a escrever após a Nêmesis, obra que definitivamente influenciou a formação intelectual dos que integravam a Saúde Coletiva nos anos setenta. 185Interface -Comunic, Saúde, Educ, v7, n12, p.185-90, fev 2003 *Texto preparado a partir de Tese de Doutorado (Nogueira, 1999).
Extensão fenomenológica dos conceitos de saúde e enfermidade em Heidegger
A ontologia fundamental de Heidegger de Ser e Tempo tem servido de fonte de inspiração para investigadores que realizam seus trabalhos nas áreas de saúde mental e saúde coletiva, a despeito das dificuldades de interpretação dessa obra. O entendimento equivocado por Binswanger, na tentativa de transpô-la para a psicanálise, serve de exemplo e é brevemente exposto com base na análise detalhada feita por Loparic. Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a linguagem antimetafísica de Heidegger pode ajudar a fechar o que denomina de fenda ontológica entre saúde mental e saúde do corpo. Na primeira parte, recapitulam-se alguns equívocos que podem ser cometidos na interpretação da ontologia heideggeriana e delineiam-se os critérios de não-objetivação e não-determinismo. Na segunda, o autor aporta sua contribuição pessoal, ao explicitar sua própria interpretação da analítica existencial da saúde, articulada em torno de termos, tais como: padecimento, socorro e reatamento.
Com base neste trabalho, poder-se-ia hoje afirmar com maior segurança que: i) o movimento de recomposição de pessoal no setor público brasileiro, observado durante toda a primeira década de 2000, mostrou-se apenas suficiente para repor praticamente o mesmo estoque de servidores ativos existentes em meados da década de 1990; ii) tampouco se deduz dos dados analisados que os gastos com pessoal tenham saído do controle do governo federal, pois, em termos percentuais, essa rubrica permaneceu praticamente constante ao longo da primeira década de 2000, em um contexto de retomada relativa do crescimento econômico e também da arrecadação tributária; e iii) do ponto de vista qualitativo, evidências da pesquisa indicam que esse movimento atual deve trazer melhorias gradativas ao desempenho institucional, pois vem sendo promovido a partir de critérios meritocráticos de seleção (concursos públicos), e diante disso as atividades-fim, que exigem nível superior de escolarização, são mais contempladas do que as atividades-meio, indicando a possibilidade de maiores impactos sobre a produtividade agregada do setor público; e tem assumido a forma de vinculação estatutária, em detrimento do padrão celetista ou de várias formas de contratação precárias, o que coloca o novo contingente sob direitos e deveres comuns e estáveis, podendo com isso gerar maior coesão e homogeneidade no interior da categoria como um todo, aspecto considerado essencial para um desempenho satisfatório do Estado a longo prazo.Palavras-chave: ocupação no setor público, gastos com pessoal, desempenho institucional, desenvolvimento brasileiro.
(*) Consultor da Organização PanAmericana da Saúde (OPAS). Este texto reproduz palestra realizada na Conferência Nacional de Recursos Humanos para a Saúde, Brasília, 13 a 17 de outubro de 1986. INTRODUÇÃONuma hora em que a idéia de reforma sanitária começa a se revestir de uma notável densidade política e, a partir da VIII Conferência Nacional de Saúde, define suas linhas em tomo do direito de todos à saúde, convém perguntar como se situa a força de trabalho setorial, diante dos preceitos e das metas preconizadas por esse movimento.Dispomos, atualmente, de grande quantidade de dados e informações sobre a força de trabalho em saúde no Brasil, como resultado de um esforço de investigação que se deu nos últimos cinco anos. No entanto, considerada no contexto da reforma sanitária, essa força de trabalho não pode se limitar a ser alvo de uma descrição, através dos nú-meros referentes a sua disponibilidade e uso, em seus distintos segmentos. Não basta quantificá-la e descrevê-la; devemos, ao contrário, estabelecer um juízo, ou seja, uma avaliação.Duas formas de avaliação podem ser feitas, nesse particular:1. de natureza macroeconômica, levando em conta os aspectos de capacidade de geração de emprego e absorção de pessoal recém-formado, dinamismo do setor no conjunto da economia, perspectivas de expansão, etc.; 2. de natureza política, que consiste em julgar se a dimensão, distribuição, composição interna e utilização da força de trabalho estão consistentes com as linhas e diretrizes da política nacional de saúde. No contexto da reforma sanitária, a avaliação política deve responder até que ponto aquelas características estão adequadas aos princípios de universalidade, eqüidade e resolutividade dos serviços. Nesta perspectiva, mencionaremos seis problemas que nos parecem representar significativos desafios à iniciativa da reforma sanitária. Começaremos a análise, entretanto, pela dimensão econômica, que conduz a uma apreciação bastante positiva, da força de trabalho em saúde. Em termos simplificados, apresentamos a tese de que a força de trabalho em saúde vai bem, do ponto de vista macroeconômico e mal, do ponto de vista macropolítico,
Nos Seminários de Zollikon, Heidegger discute a enfermidade enquanto uma privação da saúde, relacionada à restrição da liberdade humana. Por sua vez, o estresse é exposto em sua relação com o fardo do Dasein, que são as solicitações que constantemente lhe são dirigidas devido a sua abertura aos entes do mundo em sua totalidade. Expandindo essa interpretação, o autor propõe que a enfermidade, ou melhor, o padecimento, como modo de ser singularizante do Dasein, deve ser analisado em sua pertinência ao mesmo círculo hermenêutico, que tem por base as solicitações que o mundo faz ao Dasein e as respostas que este fornece em circunstâncias concretas.
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.