<p>Este artigo traça uma análise de documentos curriculares de ensino fundamental (EF) 2 de 16 estados brasileiros com base nos seguintes temas: articulação entre conteúdos universais e locais; abordagem da questão da diversidade; relações dos documentos com as avaliações externas e tratamento dado às especificidades do EF 2. Conclui-se que a maior parte dos documentos privilegia conteúdos considerados “universais” em detrimento da parte diversificada que trataria das questões locais ou regionais; que não explicita de forma clara qual é a especificidade do que deve ser aprendido e ensinado no EF 2; que menciona de algum modo a questão da diversidade, conforme apregoam os PCN e as DNC, mas que há fraca presença de “conteúdos” que promovam a construção de identidades plurais nas várias disciplinas; e que há forte influência das avaliações externas sobre as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.</p>
Resumo O presente artigo problematiza a formação docente em avaliação da aprendizagem partindo de evidências de que são raros os cursos de licenciatura que oferecem formação técnica e teórica nesse tópico, levando à reprodução de modelos aos quais o professor fora exposto enquanto aluno e das escolas onde passa a trabalhar sem a necessária crítica, reverberando em procedimentos, instrumentos e critérios de avaliação da aprendizagem sem validade e fidedignidade, com forte impacto sobre a trajetória escolar dos alunos e que não permitem o uso dos resultados para organizar o processo de ensino e aprendizagem. O trabalho foi ancorado em pesquisa bibliográfica, observações de oito Conselhos de Classe em uma escola da Rede Municipal de Ensino de São Paulo e respostas de 1.083 professores a um questionário aplicado no âmbito de uma formação continuada em avaliação na mesma rede. Das observações realizadas, verificamos que as apreciações do professor, para efeitos de aprovação e reprovação, se apoiam em fontes não cognitivas como, por exemplo, comportamento e participação. Ao mesmo tempo, as lacunas de conhecimento demonstradas nas respostas aos questionários evidenciam uma formação docente em avaliação frágil e, em muitos casos, ausente, com equívocos que incidem diretamente na prática avaliativa, desde o emprego de procedimentos e instrumentos inadequados à adoção de critérios flutuantes com imprecisões que comprometem todo o processo de avaliação, com prejuízos aos alunos. O trabalho mostra a urgência de retomarmos o debate acerca das práticas avaliativas realizadas na escola, atualmente eclipsadas pela centralidade das avaliações externas no cenário educacional brasileiro.
ResumoA centralidade adquirida pela avaliação externa nas últimas décadas fez emergir questionamentos sobre suas implicações para o cotidiano escolar, algumas das quais se pretende evidenciar neste trabalho que tem origem em pesquisa de mestrado em andamento realizada em quatro escolas Rede Municipal de Ensino de São Paulo. Objetiva-se explorar e analisar as possíveis formas de apropriação dos resultados gerados por essas avaliações pelas equipes gestoras nas escolas. Inicialmente, busca-se pontuar elementos para conceituar as atribuições da gestão escolar e compreender a trajetória da avaliação externa na educação básica e fornecer informações sobre a metodologia utilizada. Em seguida, apresenta os dados coletados nas entrevistas realizadas em campo e descreve experiências, concepções e resistências das equipes gestoras sobre avaliações externas. Conclui que, dentro das escolas, da perspectiva das equipes gestoras, há um tensionamento entre as potencialidades e limites que a avaliação externa tem em contribuir com a melhoria da qualidade do ensino. Palavras-chave: Gestão escolar, Avaliação externa, Escolas públicas. AbstractThe centrality acquired by external evaluation in recent decades did emerge questions about its implications for everyday school life, some of which are intended to be demonstrated in this paper, based on an ongoing master's degree research conducted in four public schools from São Paulo. The aim is to explore and analyze possible ways of appropriation of these assessments' results by school management teams. Initially, we seek to indentify elements to conceptualize school management assignments and understand the trajectory of external assessment in basic education, and provide information on the methodology used. After that, we present data collected in field interviews and describe experiences, conceptions and reluctance from management teams over external evaluations. We then conclude that, inside the schools, from the management team's perspective, there is concern and tension between the potentials and limits of external evaluations' contribution on quality improvement of teaching.
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