<span>Segundo especialistas da área da educação, a avaliação constitui tema ao mesmo tempo polêmico e relevante, consideradas suas implicações pedagógicas, psicológicas e sócioeconômicas. Observa-se, entre professores, a tendência a realizarem, sem maior reflexão, práticas avaliatórias de natureza objetivizante na busca de uma avaliação exata e justa. Neste trabalho, faremos a crítica a esse paradigma, ao lado da qual apresentaremos algumas alternativas envolvendo interaçãoe negociação, processos que levam em conta os sujeitos e as circunstâncias implicadas na produção dos trabalhos avaliados.</span>
Este número da Revista escrita − seguindo o tema "Diversidade e inclusão: aspectos linguísticos, socioculturais e educacionais" − reúne onze artigos de excelência e relevância na contemporaneidade. Escritos ou coescritos por quase vinte pós-graduandos e professores, os estudos enriquecem o presente volume com a presença de inúmeros campos de formação e estudo, em uma dezena de instituições brasileiras que vão do Pampa gaúcho ao Rio Grande do Norte, somando-se a elas uma universidade portuguesa.Já de início queremos registrar nosso prazer em ler os trabalhos, e nosso aprendizado, pois que, como verão os leitores, todos eles resultam de pesquisas que trazem consistência e novidades. De um modo geral instigantes, complexos e desafiadores, os textos despertam em nós o interesse de dialogar com os autores, em situação e momento propícios, em busca de maiores esclarecimentos quanto a resultados ou efeitos dos estudos realizados, suas contribuições de natureza bibliográfica, metodológica, tecnológica.Nesta apresentação introdutória dos artigos, podemos adiantar que vários deles, movidos por múltiplos interesses (interpretação textual, letramento, argumentação escrita, gêneros textuais, dentre outros), encontram-se no campo do ensino-aprendizagem de língua portuguesa como L2, para Surdos. A multimodalidade comparece com frequência, assim como o tema das construções e desconstruções identitárias. Relações de poder, historicidade, questões ideológicas e sociais constituem, de igual modo, preocupação constante. Destaca-se o alerta contra preconceitos que discriminam identidades minoritárias − étnicas ou de gênero, por exemplo. Também são incluídas as pessoas com deficiência visual, por meio do tema da audiodescrição da cor em filmes.
Reunimos, neste décimo primeiro número da Tradução em Revista, a produção de docentes e pesquisadores que se dedicam ao campo da tradução audiovisual (TAV), quer como objeto de reflexão, quer como atividade profissional. O volume contempla a diversidade da área, que de um início restrito à legendagem e à dublagem para cinema e TV expandiu-se nas últimas décadas de modo a contemplar um grande número de modalidades, como demonstra o mapeamento feito por Eliana Franco e Vera Araújo no artigo inaugural, "Questões terminológico-conceituais no campo da tradução audiovisual (TAV)".Esse trabalho -mais um da dupla de pesquisadoras brasileiras que vêm pioneiramente desbravando a área da TAV em nosso país -traz uma contribuição valiosa ao campo mais amplo dos estudos da tradução, na medida em que analisa as diferentes práticas, conceitos e termos que vêm se constituindo na esteira das novas mídias e assim conformando o complexo campo da tradução audiovisual. Sem perder o fôlego, as autoras discutem uma a uma as várias atividades, considerando as especificidades de cada qual, as fronteiras menos ou mais nítidas entre elas, e propõem, em nossa língua, um rico mapa terminológico-conceitual.Valemo-nos aqui de duas citações por elas feitas, ambas traduções de texto do também reconhecido autor Jorge Díaz Cintas, acreditando que, somadas, essas citações expressam muito bem o interessante destino, digamos assim, que vem sendo dado à tradução como um todo por seus estudiosos. Esse destino ou percurso a que nos referimos compreende dois momentos que gostaríamos de destacar. O primeiro consiste -sobretudo graças ao recurso que se fez à tipologia proposta por Roman Jakobson em meados do século passado -na consolidação, como atividades tradutórias, das transformações interlinguais audiovisuais, as quais se dão a ver apenas na oralidade ou na combinação oralidade-escrita. O segundo momento, igualmente ou mais radical em seu abalo da noção jakobsoniana de "tradução propriamente dita" -ao trabalhar com 10.17771/PUCRio.TradRev.18930
A tradução no Brasil e Maria Candida Bordenave são dois sintagmas que se interrelacionam. Dentre os principais laços que os unem -para além do 30 de setembro, dia dos tradutores e aniversário de nossa homenageada -estão, entre outros tantos feitos, a estruturação do primeiro Bacharelado em Tradução e Interpretação do país, em fins da década de 1960; a realização dos dois primeiros Encontros Nacionais de Tradutores, em 1975 e em 1985; a coordenação do GT de Tradução da ANPOLL tão logo ele foi criado, em 1987; e a abertura do curso de Especialização em Tradução da PUC-Rio, em 1997. Não faltam motivos, portanto, para justificar a homenagem que esta revista brasileira especializada no campo da tradução vem prestar a Maria Candida Rocha Diaz Bordenave, pioneira no ensino da atividade tradutória em nosso país.Como seus admiradores e colegas, e editores desta Tradução em Revista, nos reunimos para organizar o presente número, "Homenagem a Maria Candida Bordenave", ao qual damos início com esta apresentação, escrita a seis mãos. Para além de apresentar o volume, lançado neste verão de 2012-2013, pretendemos aqui registrar um percurso da professora Candida.Como de costume, começamos esta história no ano de 1968, quando da promulgação da nova lei de diretrizes e bases (LDB) que abria aos Departamentos de Letras das universidades nacionais a possibilidade de não mais se restringirem às licenciaturas, criando habilitações em revisão, tradução e interpretação, bem como em crítica literária e em secretariado executivo. Amélia Lacombe, diretora do departamento à época, liderou, juntamente com outros professores, a iniciativa que redundou, em 1969, no oferecimento do bacharelado que visava à formação conjunta de tradutores e intérpretes. Foi então contratada a professora Maria Candida Bordenave, não só tradutora como também intérprete de conferência formada pela Georgetown University, À frente dessa e das demais mudanças curriculares (das quais passamos a participar em diferentes momentos da história deste Bacharelado em Tradução) estava a professora Candida, sempre cheia de confiança e entusiasmo. Um ponto alto do curso por ela estabelecido, e até hoje preservado, são os Estágios Supervisionados de Tradução, feitos pelos alunos no último ano de sua formação. Dependendo de nossas preferências e aptidões, éramos encaminhados a editoras nacionais como a José Olympio, a Nova Fronteira e a Record, ou a empresas internacionais como a IBM e a Burroughs.Com sua determinação, Candida não demorava a perceber as demandas e necessidades dos alunos, bem como as viradas que se davam na prática profissional dos tradutores e no campo de seu ensino. Foi assim que, em momentos distintos, as disciplinas de tradução técnica e de tradução literária tiveram o seu oferecimento dobrado e que foram incorporadas as disciplinas de português para tradutores, de terminologia e de teorias de tradução.Com sua consciência política cada vez mais fortalecida, a professora Candida, com considerável militância dentro e fora da PUC, não tardou em iluminar para se...
A partir de meados do século XX, com a popularização do cinema, do rádio e da TV, a produção e o recebimento de informações foram substancialmente alterados e ampliados, se não inaugurando, consolidando a chamada "era das telecomunicações".Como mostra Denis Moraes na apresentação da coletânea Sociedade midiatizada, vivemos em meio a "redes, sistemas e circuitos [que] tecem um emaranhado de imagens, sons, efeitos especiais, palavras e discursos que subverte cronologias e lugares"; vivemos, ainda segundo o autor, em uma "sociedade saturada de impactos audiovisuais e acessos desiguais a tecnologias e conhecimentos" (2006: 10-11) -em poucas palavras, é na cultura do audiovisual que vivemos hoje.Segundo o Dicionário Aurélio, "audiovisual" designa "a mensagem constituídade som e imagem", "os sistemas, meios ou veículos de comunicação que atingem o indivíduo receptor através dos canais auditivo e visual " (1996: 199). Os audiodescritores costumam usar o termo "audiovisual" de modo a abranger diferentes áreas como cinema, teatro, TV, videogames etc., sem restringi-lo, como muitos o fazem, à comunicação mediada por aparatos eletro-eletrônicos. A abrangência do termo continua e provavelmente continuará ampliando-se, de acordo com o surgimento de novas áreas e mídias de produção audiovisual, como já é o caso de mídias digitais para internet e celular.O veículo de maior notoriedade na cultura do audiovisual é, sem dúvida, a televisão. Estima-se que 70% da população mundial tenham pelo menos um aparelho de TV em casa e esse número é bem maior no Brasil, cuja estimativa, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, é de que 96% dos domicílios têm aparelhos de TV. Outras mídias partícipes da cultura do audiovisual caminham a passos largos nessa mesma direção, produzindo discursos, regendo comportamentos, desejos de consumo etc. -ou seja, sendo estruturantes, constitutivas da sociedade contemporânea. A título de ilustração, vale mostrar outros resultados daquela mesma pesquisa nacional:10.17771/PUCRio.TradRev.18882
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