No ano do cinquentenário da criação da habilitação tradutor-intérprete no curso de Letras da PUC-Rio, pareceu-me oportuno refazer a trajetória percorrida pelo curso de formação de intérpretes, que começou como um bacharelado e é hoje uma pós-graduação lato sensu. Além de ser uma clara homenagem ao curso que formou tantas gerações de intérpretes que hoje são profissionais bem-sucedidos no Brasil e no exterior, este artigo pretende preencher uma lacuna na história da interpretação no Brasil ou mesmo corrigir algumas informações imprecisas já veiculadas. O levantamento de dados objetivos e abrangentes sobre currículo, carga horária e conteúdo programático visa também a contribuir para a pesquisa em interpretação de conferências e, em particular, para a literatura sobre formação de intérpretes, cuja importância para a profissionalização é enfatizada por Sawyer (2004, p. 29) em seu livro Fundamental Aspects of Interpreter Education. 2 1 Agradeço a todas as pessoas que colaboraram para a realização deste artigo, dos funcionários do Departamento de Letras e do Núcleo de Memória da PUC-Rio aos professores, ex-alunos e colegas de várias gerações, que compartilharam generosamente seus arquivos e suas lembranças, e em especial a André Bekenn, pela parceria e confiança nesse percurso.