ResumoA autopercepção da saúde baseia-se em critérios subjetivos e objetivos, sendo influenciada por fatores como sexo, idade, classe social e presença de doenças crônicas. Este trabalho descreve a autopercepção da saúde de usuários adultos adscritos à rede de Atenção Primária à Saúde (APS) de Porto Alegre (RS). Trata-se de um estudo transversal de base populacional, que avaliou a autopercepção da saúde por meio da pergunta "Comparado com alguém de sua idade e sexo, como você considera sua saúde?". As respostas foram agrupadas em "boa" ou "ruim". Variáveis sociodemográficas e econômicas, biológicas, de estilo de vida, do estado de saúde e da relação com o Serviço de Saúde ou médico referido foram utilizadas no modelo hierárquico conceitual para auxiliar na descrição da autopercepção de saúde por meio de regressão de Poisson modificada. (RP: 1,19; IC: 1,27) aumentaram significativamente a probabilidade de o usuário avaliar sua saúde como boa. A autopercepção da saúde mostra-se influenciada por fatores biológicos, socioeconômicos e de vínculo com o Serviço. Cabe ressaltar que maior satisfação com Serviço de APS estava associada à melhor autopercepção de saúde, justificando a reorganização do Sistema Único de Saúde pela ampliação da rede de Serviços de APS, como a Estratégia Saúde da Família.
Esta pesquisa busca compreender que critérios são importantes para a percepção do aluno da qualidade da interação e interatividade na Educação a Distância (EAD). O estudo transversal objetivou analisar como ocorreu a interação em fóruns de um curso tutorado, a distância, de especialização de preceptoria em Medicina de Família e Comunidade (MFC), com análises complementares de abordagem quantitativa e qualitativa. Após estimar a qualidade da interação e interatividade do curso na percepção dos alunos, foram selecionados dois grupos e então analisados 16 fóruns utilizando princípios da análise da conversação. O número de mensagens postadas, de intervenções do tutor e de cadeias enunciativas foi associado à qualidade. Os resultados mostram que a autonomia na atuação do tutor, como propor mudanças de tópico, incide na participação e na construção de cadeias enunciativas, que contribuem para a percepção da qualidade da interação e interatividade.
This article is contextualized in the Brazilian More Doctors Program (PMM). It was aimed at understanding the perception of distance education and its contributions to health practices in the Brazilian state of Rio Grande do Sul. Through a qualitative approach and using a focus groups methodology, this study was conducted with the participation of PMM doctors and family health specialization course students of Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. The results show that, although distance education is still a new topic for most of PMM professionals, it did not hinder the identification of potentialities in this teaching modality. It contributed to the education and qualification of these professionals’ daily practice, both in terms of their individual clinical performance and of teamwork.
Hacia una educación basada en competencias: la construcción de la matriz de prácticas en Medicina de FamiliaObjective: To elaborate a blueprint of the competencies to be developed during three months of Family Medicine Clerkship at the Federal University of Health Sciences of Porto Alegre (UFCSPA). Methods: A literature review was carried out on competency-based education, medical schools using this approach and national and international guidelines on medical education. Therefore, the applicability of the recommendations in the context of UFCSPA Clerkship was discussed. Results: Eighteen competencies were established and divided into four axes: General, Individual Approach, Family Approach, and Community Approach. Each competency was depicted in one or more components. For each component, we have identified the teaching and students' assessment methods currently applied in Family Medicine Clerkship. Conclusions: Clerkship competencies, which were previously developed in an intuitive way, were organized in a blueprint that enables the review and adequacy of teaching methods and students' assessment. declaram não haver.
O Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde) é uma iniciativa em rede nacional com foco na formação de docentes e preceptores para a área da Saúde e para o Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo apresenta o caráter inovador do curso que se desenvolve na área de Saúde Coletiva, com uma concepção pedagógica centrada na aprendizagem do sujeito e desenvolvida fortemente por meio de educação a distância, com encontros presenciais. Objetiva-se, assim, apresentar a proposta do ProfSaúde, com foco na sua concepção, organização curricular, produção dos materiais educacionais, e no funcionamento da rede de instituições de ensino e pesquisa. Em sua primeira edição, foram titulados 170 mestres e alguns trabalhos dos egressos estão sendo publicados neste Suplemento. Espera-se que esta experiência possa subsidiar outras propostas formativas, entendendo que o curso ainda se encontra em processo de constante aperfeiçoamento.
O presente documento traz diretrizes construídas conjuntamente pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) com a intenção de apoiar as escolas médicas de forma objetiva e prática, na elaboração de projetos político-pedagógicos no contexto da Atenção Primária à Saúde. Um marco reconhecido na política educacional brasileira é a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais, as quais flexibilizam as organizações curriculares, possibilitando a construção de projetos político-pedagógicos contemporâneos e consonantes com o Sistema Único de Saúde brasileiro. A Atenção Primária à Saúde é o ponto de convergência entre estas duas políticas, descentralizando o ensino da Medicina dos hospitais para toda a rede de saúde no Brasil. Destaca-se a imperiosidade de que o ensino na Atenção Primária à Saúde esteja presente longitudinalmente, ao longo de todo o curso, de preferência com inserções significativas (de aprendizado real e a partir do trabalho), mas que, sobretudo, deva fazer parte do núcleo de ensino da prática clínica do futuro médico.
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