O artigo apresenta reflexões construídas nas trajetórias de duas professoras de Pedagogia de uma universidade pública localizada no interior da Região Centro Oeste e tem como foco pesquisa de Mestrado em Educação. A investigação realizou-se com professoras da Educação Infantil e objetivou conhecer e compreender como vivenciaram/construíram concepções de gênero e sexualidade nas diversas relações interpessoais, nos espaços privado e público, uma vez que foram educadas e cuidadas para corresponderem aos comportamentos “ditos” de meninas, conforme padrões sociais e históricos dominantes. A metodologia efetuou-se com estudos em autores que discutem a infância, a Educação Infantil e interfaces com os temas gênero e sexualidade e usou-se a História Oral Temática, quando se registraram as memórias de infância. Nas análises evidenciaram-se aprendizados permeados por silêncios; cuidados e educação buscando uma feminilidade exigida como legítima, assim como uma forma considerada “normal” de sexualidade. Constatou-se que assertivas das diferenças de gêneros, de lugares previstos para meninas/meninos fizeram parte da infância das colaboradoras da pesquisa.
Resumo Apresentamos reflexões sobre os limites da instituição escolar em lidar com crianças e adolescentes que apresentam performances ou comportamentos que fogem às normas binárias de gênero. Os estudos sobre gênero e sexualidade foram lidos a partir da teoria queers e estudos foucaultianos. Como resultados, discutimos os comportamentos, os padrões e as normas que legitimam as infâncias e seus corpos infantis, problematizando os contextos sociais transmisóginos e transfóbicos presentes no espaço escolar, muitas vezes responsável pelo silenciamento desses indivíduos.
Este artigo é resultado de pesquisas acerca da potencialidade do trabalho intelectual de Norbert Elias para a Educação, fomentadas no âmbito de um grupo de pesquisadores(as) que vêm trabalhando com as teorias desse autor há cerca de vinte anos, em diferentes instituições no Brasil e no exterior. Tais grupos de pesquisa contam com pesquisadores estrangeiros, especialmente ingleses e holandeses, que foram orientandos ou trabalharam com Norbert Elias. Assim, nossa reflexão neste artigo aborda a sociodinâmica das relações de poder no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência, particularmente no que tange à constituição de tal sujeito, enquanto outsider da escola comum, e às figurações existentes que o estigmatizam e o inferiorizam. A nossa intenção foi problematizar, a partir da perspectiva elisiana, a figuração escolar no processo de inclusão dos alunos com deficiência, como um espaço que produz cultura escolar fundada em relações de poder entre os indivíduos que a compõem.
RESUMO A formação de professoras para a educação das futuras gerações se traduz em grande desafio, principalmente quando se acredita que junto do compartilhar de conteúdos científicos, curriculares, entende-se como partícipes dessa relação de aprendizado o compartir de conteúdos morais, sociais, éticos, estéticos etc. Daí, pensar em uma educação que se estabeleça em diferentes bases pode se tornar promissor, haja vista a possibilidade de se somar formação profissional e formação pessoal. Nessa perspectiva, utilizando os construtos teóricos eliasianos e a abordagem (auto)biográfica em suas interfaces com o campo educativo, o artigo traz à baila o inventário de um arquivo pessoal docente com foco em memoriais de infância (auto)biográficos elaborados por acadêmicas do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação (FAED) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), localizada em Dourados, estado de Mato Grosso do Sul (MS). O objetivo foi examinar a formação inicial de professoras que, em perspectiva, trabalharão com a educação das crianças. Analisaram-se diferentes figurações que compuseram esses processos, bem como teias de interpendência presentes nas trajetórias da professora e das acadêmicas, apreendendo que a (re)significação do vivido, ato reflexivo entendido como sendo de autoconhecimento do indivíduo, pode viabilizar o (re)constituir-se, propiciando novos fazeres para o cenário educativo.
Esta investigación analiza las tensiones entre las condiciones de empleo establecidas por las universidades y la autonomía de los docentes. En el trabajo empírico se realizaron entrevistas en profundidad a docentes y observación participante en universidades públicas y privadas de Bogotá, Colombia. Para continuar en su empleo, los docentes deben cumplir las condiciones imperantes en las instituciones, desempeñar adecuadamente sus labores y establecer relaciones convenientes con miembros de los grupos de poder en las universidades. Luego, los profesores tratan de ejercer su autonomía buscando alternativas para cumplir con múltiples labores, donde se destacan la creación de conocimiento, la formación de personas, la participación en comunidades y la generación de recursos económicos para vivir dignamente. Una paradoja se evidencia debido a que los docentes deben desarrollar sus actividades amoldándose a las dinámicas imperantes para continuaren la institución y a partir de su autonomía buscar alternativas para establecer vínculos sociales, esforzarse en la creación de conocimiento y orientarse a participar en proyectos académicos. A pesar de la compleja cotidianidad en las universidades, se destaca la autonomía como el núcleo de la actuación de los docentes.
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