ResumoEste artigo apresenta um recorte de uma pesquisa realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD/MS/Brasil, intitulada: "Você parece criança! Os espaços de participação das crianças nas práticas educativas 1 ." Seu objetivo é refletir sobre a importância da história da educação e sua intersecção com a história, para que possamos compreender, ainda que de forma incipiente, as configurações históricas e sociais que se estabeleceram à luz do seu tempo nas relações sociais, econômicas e culturais. Para tanto, recorremos aos estudos de autores da área da história da infância, das instituições (KUHLMANN, 1998(KUHLMANN, , 2003 e da sociologia (ELIAS, 1994), entre outros. Compreendemos, assim, a importância da história da educação. É por meio do conhecimento dela que podemos perceber e analisar o processo de consolidação da educação infantil e sua articulação com o sistema educativo estabelecido ao longo dos tempos e espaços.Palavras-chave: História da criança. Educação infantil. Pesquisa com crianças.
Este artigo apresenta reflexões sobre a experiência profissional de homens na educação infantil, espaço essencialmente feminino, a partir dos relatos de dois professores concursados nesse nível da educação básica, retratando não somente a fase inicial de suas trajetórias como também as experiências do percurso. A fonte utilizada foi o resultado de entrevistas gravadas com roteiro semiestruturado, que permitiram uma aproximação com a teoria figuracional de Norbert Elias, mais especificamente, com o conceito de poder, discutido pelo autor, que tornou possível analisar como os discursos e as práticas, no interior das instituições de educação que atendem as crianças pequenas, marginalizam e maximizam estereótipos que impactam sobremaneira na vida pessoal e profissional desses docentes.
Este artigo apresenta reflexões de um estudo que tem como objetivo analisar os conflitos e os aspectos de resistência dos docentes quando se deparam com normatizações referentes ao trabalho pedagógico ao compreender as crianças como centro da prática educativa. Para a coleta de dados, debruçamos sobre as situações cotidianas narradas pelas professoras nos momentos de formações, realizadas nos encontros mensais de estudos, lançando mão da teoria de Norbert Elias (1994; 2006) olhando as relações de poder entre as crianças e as professoras, observando gatilhos que desequilibram o poder ora para o adulto ora para a criança em uma relação de instabilidade e conflitos de interesses. Os resultados indicam que o protagonismo das crianças se restringe apenas nas práticas pedagógicas quando suas professoras vão planejar o que irão desenvolver com elas e que não percebem que estão à margem dos processos de construção das aprendizagens, das relações interpessoais, ocupações dos espaços, organização da rotina e do tempo na instituição. Analisando as narrativas das professoras, percebemos que nos entremeios do cotidiano, nos detalhes das relações do dia a dia o que prevalece de fato, são as opiniões, ritmos e interesses não só da professora, mas dos demais adultos da instituição. Disso compreendemos que não basta contemplar no papel os interesses da criança, é preciso um olhar refinado e vigilante sobre a prática, sobre as relações que priorizem o exercício por parte dos pequenos de sua independência e protagonismo na construção das aprendizagens, das relações com o outro e com o meio.
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