Objetivo: analisar a influência da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico (FM-AP). Métodos: estudo clínico de corte transversal, para avaliar a FM-AP pelo teste da avaliação da força do assoalho pélvico (AFA) e uso do perineômetro em primíparas, entre 20-30 anos de idade, 4-6 meses pós-parto. A contração, medida pelos dois testes, foi classificada em: zero -ausência, um -leve, dois -moderada e três -normal, sustentada por 6 segundos. Avaliaram-se 94 mulheres, entre 20 e 30 anos, divididas em três grupos: pós-parto vaginal (n=32); pós-cesárea (n=32) e nulíparas (n=30). A variável independente foi a via de parto e a dependente, a FM-AP. A comparação entre os graus de contração foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis e o teste de Dunn para comparações múltiplas; a influência da via de parto pelo teste χ 2 , o risco relativo (RR) para alteração da FM-AP e o coeficiente kappa para avaliar equivalência entre os testes. Resultados: a mediana e 1º e 3º quartil da FM-AP foram menores (p=0,01) pós-parto vaginal (2,0;1-2) e intermediários pós-cesárea (2,0; 2-3) em relação às nulíparas (3,0;2-3), tanto analisadas pelo AFA como pelo perineômetro. Aumentou o RR de exame alterado pós-parto vaginal (
Este trabalho constitui uma síntese e revisão dos principais resultados das pesquisas, com o objetivo de validar o grupo IB de Rudge. As gestantes deste grupo têm rastreamento positivo e diagnóstico negativo para o diabete gestacional, ou seja, apresentam resposta normal ao teste oral de tolerância à glicose (TTG100g). Apesar disso, as alterações nas glicemias ao longo do dia, confirmadas no perfil glicêmico (PG) caracterizam a hiperglicemia diária, fator responsável por risco materno e desfecho perinatal adverso. Estas gestantes são erroneamente incluídas na categoria de "pré-natal de baixo risco" e não estão sendo diagnosticadas e tratadas. Correspondem a 13,8% da população de gestantes rastreadas que, somados aos 7,0% das gestações complicadas por diabete, aumentam a ocorrência de distúrbios hiperglicêmicos na gestação para cerca de 20,0%. Tem índice de mortalidade perinatal de 41‰, semelhante ao de gestantes diabéticas e 10 vezes maior que o de não diabéticas; suas placentas apresentam alterações morfológicas e funcionais diferenciadas dos grupos de gestantes não diabéticas e diabéticas, indicativas de ajuste para manutenção da atividade funcional, facilitando a passagem de glicose para o feto e explicando a macrossomia fetal (53,8% das gestantes não tratadas). O risco materno para hipertensão, obesidade e hiperglicemia é elevado e parece reproduzir modelo da síndrome metabólica, favorecendo risco potencial para diabete no futuro; 10 anos após a gravidez-índice, o diabete clínico tipo 2 foi confirmado em 16,7% das mulheres do grupo IB. Os autores propõem o desenvolvimento de projetos multicêntricos, para identificar biomarcadores, de múltiplos enfoques, específicos das gestantes do grupo IB de Rudge e estabelecer protocolos para o diagnóstico dos distúrbios hiperglicêmicos da gestação, padronizando a associação TTG100g + PG, conduta que poderá causar impacto na morbimortalidade perinatal das gestações complicadas por hiperglicemia diária.
This descriptive study collected socio-demographic, obstetric, and diagnostic and treatment-related data from pregnant and postpartum women and their partners, for the 67 pregnant or postpartum women reported with syphilis to the National System of Diseases of Notification, users of public maternity hospitals in the Federal District of Brazil from 2009 to 2010. Data on clinical and laboratory follow-up of the newborn were obtained from the hospital patient charts, compulsory notification forms, and Infant Health Cards. Of the pregnant women, 41.8% were adequately treated; the main reason for inadequate treatment was the absence (83.6%) or inadequate treatment of the partner (88.1%). More than a third required repeat treatment at the maternity hospital due to lack of documentation of treatment during the prenatal period. Of the newborns diagnosed with congenital syphilis, 48% received radiographic investigation, 42% received a spinal tap, and 36% failed to receive any kind of intervention. Thus, the quality of prenatal care was insufficient to guarantee the control of congenital syphilis and achieve the goal of reducing incidence of the disease.
O objetivo deste estudo foi verificar se a prática do exercício físico (natação), iniciada em diferentes momentos da prenhez de ratas diabéticas, promove alterações no metabolismo materno. Após confirmação do diabete, induzido por Streptozotocin, ratas Wistar foram acasaladas e randomizadas em três grupos (n = 13 ratas/grupo): não-praticante (G1) ou praticante de exercício desde o dia zero (G2) ou sétimo dia (G3) de prenhez. O exercício consistiu de um programa de natação com intensidade moderada. Durante a prenhez, glicemia e peso corpóreo foram avaliados semanalmente. No final da prenhez, as ratas foram anestesiadas e dessangradas para obtenção de amostras de sangue para determinação de proteínas totais, triglicérides, colesterol total e VLDL-colesterol. Fígado e músculo foram coletados para dosagem de glicogênio hepático e muscular, respectivamente. Independente do momento em que foi iniciado, o exercício não alterou os níveis glicêmicos, a evolução do peso corpóreo e as concentrações de proteínas totais e glicogênio hepático e muscular. Porém, a natação iniciada no sétimo dia de prenhez diminuiu as taxas de triglicérides (G1 = 369,10 ± 31,91mg/dL; G2 = 343,32 ± 162,12mg/dL; G3 = 212,35 ± 70,32mg/dL), colesterol total (G1 = 176,48 ± 28,25mg/dL; G2 = 141,33 ± 19,77mg/dL; G3 = 129,86 ± 33,16mg/dL) e VLDL (G1 = 64,92 ± 24,41mg/dL; G2 = 63,54 ± 28,31mg/dL; G3 = 42,53 ± 14,12mg/dL) comparando com o grupo G1. Apesar de não se comprovar a influência do exercício físico sobre os níveis glicêmicos maternos, a prática diária de natação a partir do sétimo dia de prenhez mostrou-se benéfica para o perfil lipídico de ratas diabéticas. Esse resultado reforça a validade da associação da atividade física regular à dieta e insulina na gestação complicada pelo diabete.
O caráter multifatorial das complicações e da mortalidade materna torna difícil e demorada a tarefa de seu controle a longo prazo. A atenção profissional à mulher gestante e/ou parturiente representa seguramente elemento chave para a obtenção de bons resultados, tanto maternos quanto perinatais. Partindo-se do pressuposto de que atenção médica profissional ao parto de maneira adequada tem a capacidade de diminuir a ocorrência de complicações associadas à morbidade e mortalidade materna, são apresentadas resumidamente as evidências sobre algumas intervenções incluídas nesta atenção. São enfocadas as evidências derivadas de estudos realizados com extremo rigor metodológico e científico, os ensaios controlados randomizados, sobre intervenções capazes de reduzir as complicações e a mortalidade materna. Estas principais intervenções referem-se basicamente a: atenção institucional ao parto, atendimento profissional capacitado, utilização de parteiras tradicionais em determinados contextos, uso de tecnologias apropriadas incluindo o partograma, local do parto, posição para o parto, uso de episiotomia, tipo de parto, uso de ocitócicos na fase ativa do parto, realização de esforços de puxo no período expulsivo, manejo da dequitação e profilaxia da hemorragia puerperal. Ainda que o efeito de prevenir mortes seja difícil de ser avaliado pela baixa freqüência, sua utilização de forma racional e padronizada, por meio de manuais e normatizações de condutas de serviços, tem um efeito positivo sobre a qualidade da atenção ao nascimento. Isso faz parte do contexto técnico e humano do direito que toda mulher tem ao melhor atendimento possível nesse momento tão especial de sua vida. ABSTRACTThe multiple factors involved in maternal complications and maternal mortality make the task of their long-term control difficult and time-consuming. Professional care for pregnant women and/or those in labor certainly represents a key point for obtaining good outcomes, either maternal or perinatal. From the starting point that an adequate professional medical care for delivery has the capacity of decreasing the occurrence of complications associated with maternal morbidity and mortality, the evidence regarding some interventions included in this care is summarily presented. The evidence derived from studies performed with a strong methodological and scientific approach, mainly randomized controlled trials, on interventions to reduce complications and maternal mortality. These main interventions basically refer to: institutional care to is focused delivery, skilled professional care, use of traditional birth attendants in some contexts, use of appropriate technologies including partograph, place of birth, position for delivery, use of episiotomy, type of delivery, use of oxytocin during the active phase of labor, performance of push efforts during the second stage, active management of the third stage, and prophylaxis for post-partum hemorrhage. Although the effect of avoiding maternal death is difficult to be evaluated due to its low frequency,...
Objetivo: identificar fatores de risco para a macrossomia fetal na população de gestantes portadoras de diabete ou hiperglicemia diária. Métodos: estudo retrospectivo, tipo caso-controle, incluindo 803 pares de mães e recém-nascidos desta população específica, distribuídos em dois grupos: macrossômicos (casos, n=242) e não macrossômicos (controles, n=561). Foram comparadas variáveis relativas à idade, paridade, peso e índice de massa corporal (IMC), ganho de peso (GP), antecedentes de diabete, hipertensão arterial e tabagismo, tipo e classificação do diabete e indicadores do controle glicêmico no terceiro trimestre. As médias foram avaliadas pelo teste F e as variáveis categorizadas foram submetidas à análise univariada, utilizando-se o teste do χ². Os resultados significativos foram incluídos no modelo de regressão múltipla, para identificação do risco independente de macrossomia, considerando-se OR, IC 95% e valor de p. Para todas as análises foi estabelecido o limite de significância estatística de 5% (p<0,05). Resultados: observou-se associação significativa entre macrossomia e GP maior que 16 kg, IMC ≥25 kg/m 2 , antecedentes pessoais, obstétricos e, especificamente, o de macrossomia, classificação nos grupos de Rudge (IB e IIA + IIB), média glicêmica (MG) ≥120 mg/dL e média de glicemia pós-prandial ≥130 mg/dL no terceiro trimestre.
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