Na industrialização do pescado, o processo de resfriamento e congelamento em entrepostos, no transporte e armazenagem até chegar aos consumidores possui elevado custo, o que encarece o produto final. Algumas espécies de peixes inclusive possuem baixo valor comercial, o que impede sua produção por meio do processamento industrial. Com a finalidade de analisar uma possível alternativa para agregar valor ao pescado e possibilitar o acesso de algumas espécies de peixes ao mercado de pescado industrializado, este trabalho avaliou a qualidade apresentada por pescados enlatados de quatro espécies de peixes de água doce: tilápia (Oreochromis niloticus); tucunaré (Cichla ocellaris); piavuçu (Leporinus macrocephalus), e o lambari (Astyanax altiparanae), tanto preparados em salmoura como em forma de patê. Foram utilizadas 24 latas de 270 gramas destes pescados enlatados e realizadas análises bromatológicas, microbiológicas e sensoriais. A análise sensorial foi realizada por 35 provadores, que atribuíram notas de 1 a 9 para os atributos organolépticos, como aparência, aroma, sabor, cor, consistência e impressão global. Os dados foram submetidos em diversas análises estatísticas, tais como: Análise de Variância (ANOVA), Análise de Componentes Principais (PCoA), Análise Variância Permutacional (PERMANOVA). A qualidade bromatológica e microbiológica mostrou produtos dentro dos parâmetros legais, e os resultados indicaram maior preferência pelos pescados na forma de patê e uma boa aceitação dos enlatados em salmoura de piavuçu, tilápia e tucunaré. As análises de intenção de compra dos enlatados acompanharam o teste sensorial, apresentando melhores intenções de compra para os enlatados em forma de patê, e uma boa intenção de compra para os enlatados de tucunaré, piavuçu e tilápia. Conclui-se que o aproveitamento do pescado enlatado em salmoura pode constituir uma alternativa viável para agregar valor ao pescado sem necessidade de refrigeração, bem como a elaboração de patê de produtos enlatados pode possibilitar a agregação de valor e elaboração de uma diversidade de produtos de fácil preparo.
Durante o processo de despesca em viveiros escavados, observa-se uma quantidade expressiva de tilápias fora do tamanho padrão comercial para abate nos entrepostos, normalmente entre 600 e 900 gramas. Estes peixes pequenos ora são encaminhados para as lagoas de decantação, ou quando chegam misturados com os demais peixes de tamanho comercial nos entrepostos de pescado, são encaminhados para preparação de coprodutos, como farinha, por exemplo. Com o objetivo de aproveitar essas tilápias fora do padrão comercial, amostras destes peixes foram processadas para obter o tronco limpo, enlatadas, e defumadas e posteriormente realizados testes de aceitabilidade e intenção de compra de patês preparados com este pescado processado. As tilápias foram divididas por peso em três tratamentos: Pequeno (≥50g); Médio (51 a 80g); e Grande (81 a 100g). Os patês então preparados foram submetidos a análise sensorial dos atributos organolépticos por 31 avaliadores não treinados. Mais de 87% dos avaliadores gostaram dos patês preparados com tilápias enlatadas, e os índices de possibilidade de compra e compra dos enlatados foram superiores a 70%. Conclui-se que estes peixes de tamanho não comercial tem um grande potencial para gerar coprodutos da indústria do pescado, devido à alta aceitabilidade, especialmente dos enlatados.
A região oeste do Paraná destaca-se na piscicultura brasileira como o maior polo de produção de peixes em viveiros escavados e industrialização para produção de filés, concentrando 24 entrepostos de pescado de pequeno, médio e grande porte. O objetivo geral da pesquisa foi o levantamento de parâmetros técnicos da industrialização de tilápias em seis entrepostos de pequeno porte do oeste do Paraná. Entre os objetivos específicos destacaram-se: a) o levantamento do volume de peixes processados e filé produzido; b) a obtenção de parâmetros de uso e rendimento da mão-de-obra; c) avaliar a compra de matéria prima e a venda de filés; e d) verificar aspectos sobre a logística de transporte. Os parâmetros avaliados trouxeram importantes subsídios técnicos, que demonstram que as pequenas plantas industriais são importante instrumento de escoamento da produção aquícola. A piscicultura nos municípios de Toledo, Marechal Candido Rondon, Pato Bragado e Ouro Verde do Oeste da região oeste do Paraná geram renda anual estimada de R$ 71.039.430,00 que proporcionam renda aos aquicultores, sejam estes vinculados como parceiros ou mesmo independentes, e podem ser considerados um importante vetor de desenvolvimento nos municípios da região, sendo uma cadeia agroindustrial emergente que proporciona geração de renda, emprego e diversificação da produção agropecuária.
Dentre os elementos que constituem o sistema elétrico, a linha de transmissão é o elo fundamental para interligar as unidades geradoras e as unidades consumidoras de energia elétrica. O país utiliza o Sistema Interligado Nacional-SIN, que oferece vantagens de logística em relação ao transporte de energia elétrica, aproveitando a diversidade hidrológica e as características sazonais das regiões. Neste contexto, as linhas de transmissão passam a ter fundamental importância para o equilíbrio e a eficiência do sistema elétrico. A crise energética ocorrida em 2001 deixou clara a necessidade de maiores investimentos no setor elétrico, tanto na geração de energia, quanto no sistema de transmissão. A taxa média de crescimento das linhas de transmissão durante a década de 1990 não passou de 1,7%. Após a crise de energia elétrica de 2001, conhecida como "apagão", as instituições do setor energético passaram por uma reestruturação e foram criadas novas instituições como o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico-CMSE e a Empresa de Pesquisa Energética-EPE. Estas instituições, incorporadas às já existentes, passaram a ter a missão de evitar novas crises, buscar a modicidade tarifária e a universalização da energia elétrica, dentre outras. A partir de 2001 foi constatado o aumento da taxa média de crescimento da oferta de transmissão em relação ao decênio anterior. A expansão da fronteira de geração para a região Norte prevista no Plano Decenal de Expansão de Energia 2010-2019 contribuiu para a criação de linhas de transmissão com extensões superiores a 2.000 km. Ampliando consideravelmente o Sistema Interligado e modificando a integração eletroenergética no Brasil, sobretudo com a transmissão da energia gerada nos rios da bacia amazônica para as regiões Sudeste e Nordeste, e a utilização de novas tecnologias de transmissão.
Este estudo teve por objetivo avaliar o rendimento de carcaça, determinar a composição química do filé e avaliar a resistência físico-mecânica do couro de tilápia do Nilo produzida em viveiros escavados e tanques-rede. Os resultados obtidos para as características corporais, rendimentos, as relações morfométricas, a composição química dos filés e os testes físico-mecânicos do couro de tilápia de ambos os sistemas de criação foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e quando observado diferenças estatísticas, aplicou-se o teste de Tukey a 5% de significância, utilizando o software Statistica 7.1. Foram observadas diferenças significativas para os valores médios das características corporais entre os dois tipos de criação para o comprimento total e padrão, peso total, nadadeira peitoral e peso do filé. Quanto às relações morfométricas, composição química dos filés e resistência do couro, não foram observadas diferenças significativas. Concluímos que o sistema de cultivo influencia em algumas características corporais, sem influenciar no rendimento da carcaça, relações morfométricas, composição da carne e nos testes físico-mecânicos do couro. Os testes de resistência, tração e rasgo do couro da tilápia indica possibilidade de seu uso na indústria têxtil.
O uso racional da água nas atividades produtivas tem sido o fator relevante para produção de alimentos. O consumo de água na industrialização de bovinos, suínos e aves são conhecidos na literatura, sendo necessário expandir os estudos para a industrialização de pescado. Este trabalho teve como objetivo avaliar o consumo médio de água em processos produtivos na industrialização do filé de tilápia, em entrepostos de pescado dulciaquícola de pequeno e médio porte. O tratamento de efluentes e características dos recursos hídricos utilizados também foram analisados. Foram efetuadas entrevistas semiestruturadas em quinze entrepostos da região oeste do Paraná. Os entrepostos avaliados foram divididos em grupos de acordo com sua estrutura física e o selo do sistema de inspeção sanitária de produtos de origem animal. Os resultados apontam para a consumo médio de 19,64 litros de água para a produção de 1kg de filé de tilápia. Em geral, os efluentes não são monitorados, sendo necessário melhorias no processo de tratamento dos resíduos, prevenindo impactos ambientais decorrentes da industrialização da tilápia.
O período de cultivo da tilápia (Oreochromis niloticus) para industrialização de filés nos entrepostos de pescado gira em torno de 8 a 9 meses. A produção e industrialização em tempo menor, agregando valor ao produto pode ser uma alternativa de mercado. Com o foco em propor o enlatamento desta espécie, este trabalho teve como objetivo analisar o rendimento corporal dos peixes, a qualidade microbiológica de tilápias de tamanho inferior ao padrão comercial de abate para produção de filés. Foram utilizadas um total de 100 tilápias, em um experimento fatorial 2x3, composto por 2 tratamentos (embalagem in natura e enlatado), cada um com 3 níveis (grande (259,90 a 373,33 g); médio (118,30 a 256,51g) e Pequeno (48,51 a 112,56 g). Após a dissecação, as amostras foram embaladas em sacos plásticos marcados com suas respectivas categorias de tamanho e, na sequência, congelados para posterior enlatamento. A análise estatística foi realizada para determinar a existência de efeito do peso sobre as características do peixe in natura e para determinar o efeito do tamanho e da embalagem sobre a composição química. O conjunto de características de pesos, medidas morfométricas e rendimentos foram analisados segundo o teste de Kruskal-Wallis e as comparações entre níveis dos fatores analisados segundo o teste de Wilcoxon não pareado. As classes de tamanho diferiram estatisticamente entre si (P<0,05) para a variável de peso, comprimento e rendimento. Os resultados de rendimento obtidos apresentaram uma tendência crescente em função dos tamanhos com valores médios de 45,07% ± 2,60% no tamanho pequeno, 46,49% ± 1,43% para o tamanho médio e 49,43% ± 2,31% no tamanho grande. Os valores encontrados da composição química do tronco limpo demostram que houve efeito do tamanho (P<0,05) do peixe em relação ao teor de cinzas, sendo o tamanho caracterizado como grande com maior teor de cinzas em relação aos demais. Por fim, os produtos enlatados e in natura apresentaram rendimento corporal e microbiológico que viabilizam a produção e sua industrialização.
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