ResumoO presente artigo procura retomar a mudança de rumo da obra de Foucault que determinou o enfoque sobre a subjetividade, sobretudo nos dois últimos volumes de História da Sexualidade. Com isso, nossa atenção volta-se para os marcos da definição de subjetividade como processo ou prática, que são a relação com o tempo e a dimensão transformacional ou criativa do corpo. Tal investigação conceitual sobre a subjetividade em Foucault procura indicar, outrossim, de que maneira a criação filosófica está relacionada ao modo de vida ou estilo de um filósofo. O pensamento derradeiro de Foucault é consistente com o estilo que ele vinha construindo no decorrer de sua obra, de modo que se discute a invectiva de que esta última fase, por razões várias, seria o lugar de um retorno do sujeito ou do homem que Foucault havia negado anteriormente. Palavras-chave: Foucault; subjetividade; subjetivação; vida. What a subjectivity is useful for? Foucault, Time and Body AbstractThe present article main proposition focuses on the turn made by Foucault when he takes into a new account the theme of the subjectivity, above all in the last two volumes of History of the Sexuality. Henceforth, our attention retraces the two characters of the subjectivity definition as a process or practice, it means, our relationship with the time and the creative or transformative dimension of the body. We argue, then, against the assertion that Foucaults last issue would imply the return of the subject or of the man that he had previously denied, that the last Foucault is consistent with the style that he had been building throughout his past books.
RESUMOO artigo trata de uma discussão sobre a análise de instituições a partir do pensamento de Michel Foucault. Um dos objetivos é interrogar a afirmação de que Foucault definiu os mecanismos disciplinares como restritos ao confinamento em algumas instituições. Visa-se ressaltar que as relações de poder não eram propriedade de uma instituição ou apenas restritas ao Estado. Busca-se pensar como as tecnologias biopolíticas também extrapolam o âmbito estatal e operam governos das condutas por meio de articulações e composições e não ficam apenas fixadas em uma entidade de maneira naturalizada. Outro ponto tratado é o questionamento realizado por Foucault da visão de poder apenas como repressão e massificação operada pelas instituições. Finaliza-se, apontando a preocupação central de Foucault, qual seja, a análise das práticas, e não apenas das instituições.Palavras-chave: análise de instituições; Michel Foucault; relações de poder. RESUMENEl artículo es una discusión sobre el análisis de las instituciones del pensamiento de Michel Foucault. Uno de los objetivos es cuestionar la afirmación en el que Foucault define los mecanismos disciplinarios como restringido al confinamiento en algunas instituciones. Cuya finalidad es destacar que las relaciones de poder no eran propiedad de una institución o restricta al Estado. En el que busca pensar cómo las tecnologías bio-políticas también extrapolan el ámbito estatal y operan gobiernos de las conductas por medio de articulaciones y composiciones y no quedan apenas fija en una entidad de manera naturalizada. Otro punto relevante es el cuestionamiento hecho por la visión del poder de Foucault apenas como represión y masificación operada por instituciones. Finaliza apuntando la preocupación central de Foucault, , el análisis de las prácticas, no sólo apenas de las instituciones.Palabras clave: análisis de las instituciones, Michel Foucault, las relaciones de poder. ABSTRACTThe article is a discussion on the analysis of institutions from the thought of Michel Foucault. One goal is to interrogate the claim that Foucault's disciplinary mechanisms defined as restricted to confinement in some institutions. The aim is to point out that power relations were not owned by an institution or just restricted to the state. The aim is to think how the biopolitical technologies also surpass the state level by governments and operate the pipeline through the joints and compositions and unfixed in an essential entity. Another point addressed is the questioning conducted by Foucault's vision of power as repression and mass operated by the institutions. Ends pointing to the central concern of Foucault, namely the analysis of practices and not institutions.
1Hélio REBELLO CARDOSO Jr 2 ■ RESUMO: O conceito de "acontecimento" foi desenvolvido para o domínio epistemológico da história por P. Veyne, no intuito de ativar determinados problemas foucaultianos que indicavam a estrita ligação entre o trabalho historiográfico e o trabalho filosófico. A definição deste conceito poderia ser aprofundada se fosse extraído do domínio epistemológico para o qual fora elaborado e levado a uma dimensão mais abrangente. Vislumbra-se tal possibilidade a partir da articulação do referido conceito a determinadas injunções do pensamento de Deleuze, particularmente tendo em vista o conceito deleuzeano de "acontecimento", em suas implicações ontológicas e éticas.■ PALAVRAS-CHAVE: Acontecimento; Epistemologia das Ciências Humanas; Deleuze; Foucault; Veyne. P. Veyne: "Acontecimento" como objeto da história/ "Prática" como operador conceituaObservando-se a trajetória de P. Veyne, em seus estudos voltados para a epistemologia das ciências humanas, pode-se destacar a conexão que ele procura estabelecer entre o esforço narrativo do historiador e o esforço teó-rico-conceitual a que este último muitas vezes é obrigado a se dedicar. Por força desse problema, a trajetória de Paul Veyne se caracteriza, primeiramente, por uma crítica da Filosofia da História, crítica esta feita através do tratamento epistemológico da história como disciplina. Em seguida, ao 1 Artigo recebido em 06/2005; aprovado para publicação em 08/2005.
Na atualidade, os processos de medicalização da infância têm atingido os espaços escolares onde se proliferam rotulações diagnósticas acompanhadas da prescrição de psicofármacos. O presente trabalho tem como objetivo estudar, por meio da perspectiva genealógica foucaultiana, processos de medicalização da educação, com especial atenção a análise de projetos brasileiros de lei que servem à lógica medicalizante e ao estudo dos movimentos de resistência que surgiram com o intuito de denunciar as estratégias psicopatologizantes. Considera-se que os espaços escolares já submetidos aos processos de disciplinamento e normalização de corpos têm ganhado, através de projetos de lei, novos dispositivos de apoio aos discursos psiquiátricos. Estes, ao se apropriarem da infância considerada problema, têm disseminado diagnósticos e drogas psicofarmacológicas, processo que tem sido enfrentado por movimentos de resistência identificados com propostas de potencialização da pluralidade da vida.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v25i2.2645
Some have recognized an affinity between Pragmatist thought and that of Foucault, though this affinity is typically cashed out in terms of William James and John Dewey and not Charles Sanders Peirce. This article argues that bringing Foucault and Peirce into collaboration not only shows the relevance of Peirce for Foucault, and vice versa, but also enriches the thought of both thinkers—indeed, it also reveals important implications for the theory of history more generally. Specifically, the article crosses the Peircean concept of habit and the Foucauldian concept of practice (as it operates in the arenas of discourse, power, and self), ultimately decoding them in terms of an account of time that derives from Peirce and that gives a fundamental role to discontinuity. In this way the article shows how Peirce can provide Foucault with an account of time that buttresses and grounds his genealogical approach to history, while at the same time revealing how Foucault can provide Peirce with an account of history. The synergy between the two thinkers offers a way to think about the nature of history that goes beyond what each thinker individually provided.
O artigo trabalha a noção de amizade em Foucault como um modo de vida que se opõe ao processo de normalização empreendido pelo biopoder. Inicia com uma caracterização acerca do Estado Moderno. Logo após, aborda a historicidade dos processos de subjetivação e de como a atitude frente a estes implica estados de maior autonomia ou sujeição. Em seguida, aborda a amizade como resistência à normalização, situando-a em relação ao prazer e à sexualidade. Por fim, discute o papel da filosofia no processo de constituição da amizade, particularmente quanto à possibilidade de pensá-la por meio de uma teoria das relações.
This article inspects Peirce’s resonances on Deleuze’s semiotic. Whereas most of the literature agrees that Deleuze adapts Peirce’s semiotic to serve his Bergsonian-based theory of sign, this article claims that the relationship of Deleuze with Peirce’s writings is more foliated than it may appear at first. The development of this hypothesis invites to trace back Deleuze’s works before his very acquaintance with Peirce in the 1980s. Therefore, one of Peirce’s classical issues – the role that relations and habits play for the triadic conception of sign – is considered with Deleuze’s early studies, in which he developed this same issue as to approach Hume (habit and relation, 1953) and Proust (triadic sign, 1964). This background echoes years later in Deleuze’s incursion to Peirce’s semiotic in the 1980s ninety-two classes and two books on cinema. In fact, Deleuze’s own triadic conception of sign and his acknowledged pragmatist inclination prove to be closer to Peirce’s pragmatism than the scholarly literature tends to think or argue. The aim of this article is not, however, to build an overwhelming philosophical identity between Deleuze and Peirce, it sets up instead a steadier basis from where to understand their differences. Deleuze’s ignored five-year long lectures on cinema shows to be exegetically revealing with respect to his debts towards Peirce.
O artigo mobiliza a noção de diálogo assimétrico para caracterizar a posição da historiografia brasileira na historiografia global. A seguir, analisa o diálogo teórico e metodológico dos historiadores da Universidade de São Paulo com a historiografia francesa da Nova História, investigando características do Programa de Pósgraduação em História como lugar de produção, estudando ainda um conjunto de seis trabalhos defendidos na USP entre 1985 a 1994.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.