O artigo analisa a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação) e suas implicações para a universidade pública e formação docente. A metodologia privilegia a pesquisa bibliográfica, com destaque para teóricos que discutem a política curricular e a formação de professores. A análise documental tem como fonte o Parecer MEC/CNE nº 2.167/2019 e a Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica e a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Educação Básica). A análise revela que a formação docente se torna, cada vez mais, instrumental, utilizada com o objetivo de atender as necessidades do capital. O lócus da formação deixa de ser a Universidade e passa a ser a escola, o espaço prioritário para as ações de ensino, pesquisa e extensão.
Resumo O texto resulta da pesquisa de mestrado realizada no município de Portel, no arquipélago do Marajó. Objetiva discutir as intencionalidades da formação de educadores do campo a partir do curso de Licenciatura em Educação do Campo. Metodologicamente trata-se de um estudo de caso do tipo único de abordagem qualitativa, que coletou os dados por meio das seguintes técnicas: entrevista semiestruturada, observação não-participante, questionário fechado e análise documental. Os dados analisados à luz da técnica da análise de conteúdo em diálogo com teóricos, a exemplo de Arroyo (2011), Caldart (2010), Molina (2011) e outros, possibilitaram considerar que uma das intenções da formação é a conquista de novas escolas, não no sentido de uma nova estrutura física, mas de um espaço aberto ao diálogo e ao debate. Palavras-chave: educação do campo, formação de educadores, intencionalidades.
O arquipélago de Marajó desde a colonização tem sido palco de intensas e sucessivas disputas entre diferentes grupos pela ocupação e usufruto da terra e riquezas naturais. Neste estudo, evidencia-se a luta dos ribeirinhos, um grupo social do rio Mapuá, município de Breves, Marajó, Pará, pelo acesso, uso e permanência no território tradicionalmente habitado. Em conflito com os empresários da madeira, os ribeirinhos, ameaçados de serem expulsos, requereram junto ao governo federal a criação de uma Reserva Extrativista, a Resex/Mapuá, como condição para permanecerem em seu território. Seguindo os pressupostos da pesquisa qualitativa, procuramos conhecer aspectos desse conflito, assim como discutir sobre a Resex e o uso do território na interface com a política territorial do Estado. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental. Tendo por referência o campo socioantropológico em uma perspectiva interdisciplinar, analisamos os dados empíricos, os quais nos levam a evidenciar que a Resex-Mapuá, para os ribeirinhos, constitui-se em uma tática política de afirmação e reafirmação do direito de permanecer no território que tradicionalmente habitam e costuram seus modos de vida.
Resumo: O texto trata da concepção de identidade e diversidade cultural presente nas Resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a formação de docentes da Educação Básica em nível superior, de 2002 a 2019, a fim de analisar como esta concepção reverbera no trabalho com as diferenças culturais, em especial a cultura indígena e quilombola na escola pública. O artigo é de natureza bibliográfica e documental de abordagem qualitativa. A base bibliográfica apoia-se em teóricos do campo da Antropologia e da Educação, e a documental inclui as Resoluções CNE/CP n. 1/2002, n. 1/2006, n.2/2015 e n. 2/2019. Como resultado, nota-se duas concepções de diversidade, uma de caráter universalista, cuja cultura indígena e quilombola é homogeneizada, em que se encaixam as Resoluções de 2002, 2006 e 2019. E outra concepção de caráter plural, adotada pelas diretrizes de 2015, em que se verifica uma tentativa de valorização da identidade cultural desses coletivos. Conclui-se que a diversidade reverbera no trabalho docente com pouca efetividade, no sentido de superar o universalismo.
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