Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador, Prof. Dr. Ruy Braga, pela ajuda, apoio e estímulo permanente, além de suas valiosas sugestões de leitura principalmente a de José Carlos Mariátegui que, sem nenhum segredo, "abriu" portas para minha formação intelectual. Ruy foi quem, mesmo sem me conhecer (como se costuma dizer, "com uma mão na frente e outra atrás"), prontificou-se a enveredar comigo até o final deste trabalho. Agradeço calorosamente sua alta envergadura teórica, sempre também de maneira franca e sincera. À Prof.ª Dr.ª Silvia Beatriz Adoue, agradeço imensamente sua participação na banca de qualificação, participação essencial da qual procurei dentro de meus incontornáveis limites seguir sempre que possível suas preocupações. Além disso, manifesto também minha irredutível admiração pelo seu rigor intelectual e militância exemplar-a "contrapelo" do que se passa dos jardins ociosos da academia e da "militância" acomodada-, e que tentarei sempre, modestamente, seguir. Ao Prof. Dr. Luiz Bernardo Pericás, interlocutor fundamental nessa minha trajetória, meu muito obrigado pelas inestimáveis conversas, por se mostrar sempre disponível e, sobretudo, aberto às minhas dúvidas, indagações e observações. A Eleni Varikas e Michael Löwy com quem tive oportunidade ímpar de poder intercambiar ideias, problemas e sugestões sobre meu trabalho, durante a breve estadia em que estiveram na Universidade de São Paulo, em 2012. Ao MST, em particular a todos aqueles que se disponibilizaram em ceder seu tempo para a realização das entrevistas, especialmente Itelvina Masioli, que me recebeu várias vezes com muita simpatia e paciência na Secretaria Nacional do MST, em São Paulo. Ao Egídio Brunetto (in memorian), uma homenagem especial, com quem tive a sorte de conversar dias antes de seu lamentável falecimento. Um abraço ao companheiro Tiago Flores, que me levou à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), lugar do qual não consegui mais me afastar. Aos colegas Luis Alberto Zimbarg e Luiz Carlos Barros do Centro de Documentação e Memória da UNESP, que tornaram possível meu acesso ao respectivo acervo do MST, sempre com muita gentileza e humor.
RESUMO Este artigo tem como objetivo discutir a perspectiva “decolonial” de Aníbal Quijano (1930-2018) e seus usos a partir de José Carlos Mariátegui. Em primeiro lugar, relacionamos o contexto histórico latino-americano desde a década de 1980 ao esforço de interpretação de Mariátegui por Aníbal Quijano, balizado, sobretudo, pela formulação de uma teoria fundacional (filosófica, epistemológica, ética e política) sobre a especificidade da América Latina. Na sequência, Quijano redescobre, assim, certo Mariátegui associado à renovação crítica da teoria social latino-americana. Através de múltiplos mecanismos de difusão, ele estabelece uma reconhecida caracterização filosófica e epistemológica do arsenal mariateguiano, visto como bastião da crítica eurocêntrica (“racionalidade alternativa”), para legitimá-lo como referência fundamental da teoria da “colonialidade do poder”.
Resumo Florestan Fernandes é um dos pioneiros na divulgação da obra de José Carlos Mariátegui no Brasil. O objetivo central deste artigo é analisar e interpretar algumas manifestações do encontro entre Florestan e Mariátegui. Em primeiro lugar, levantaremos algumas das principais ocorrências da obra do pensador peruano nos textos, entrevistas e intervenções públicas do sociólogo brasileiro. Em segundo lugar, disponibilizaremos o resultado de uma pesquisa no arquivo Fundo Florestan Fernandes, que lança luz sobre o trabalho materializado ao longo das leituras feitas por Florestan: são inúmeros grifos, anotações, questionamentos inscritos nos livros do pensador peruano que o sociólogo tinha disponíveis em sua biblioteca particular. Assim, procuraremos reforçar a ideia de que muitos dos problemas levantados pelo Amauta no Peru na década de 1920 e, por extensão, na América Latina, suscitaram realmente o interesse daquele que é considerado o maior sociólogo brasileiro.
O passado se torna presente em função da realização dos possíveis implicados objetivamente nesse passado. Henri Lefebvre ResenhaSe pudéssemos arriscar sobre qual a raiz dos desdobramentos teóricos e metodológicos na Sociologia de José de Souza Martins (2008), um dos mais importantes cientistas sociais do Brasil, seria a célebre frase de Marx: "Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem". Ela emite, com efeito, um descompasso social permanente entre o homem produtor de sua história e o que se separa dela.Nesse desencontro do homem com a história é que se promovem "tempestades" dos ritmos desiguais do desenvolvimento histórico capitalista. A sociabilidade do homem simples tem exatamente como objetivo esgueirar-se na situação do reencontro possível do homem consigo mesmo, na singularidade latino-americana e, mais especificamente, na brasileira.O livro é composto por ensaios e entrevistas, dos quais o professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) também propõe avaliação, analisando tal temática, com propostas metodológicas claras, a fim de que se construam condições pertinentes para uma compreensão e para futuras pesquisas sociológicas.As relações entre homem simples, vida cotidiana e história são ponto precípuo de suas pesquisas históricas e sociológicas, seja -só para ficarmos em alguns exemplos -em sua investigação acerca da vida social do subúrbio em São Caetano, seja dos imigrantes espanhóis, seja, ainda, do estudo agrário e dos camponeses do Brasil, etc.
O objetivo deste artigo é discutir alguns dos desdobramentos da interpretação da teoria do desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo, presente em várias passagens da obra de Michael Löwy, a fim de indicar sua importância para a renovação crítica do marxismo latino-americano. Para tanto, buscaremos avançar por três momentos: 1) em primeiro lugar, iremos apresentar os delineamentos gerais da teoria do desenvolvimento desigual e combinado na obra de Löwy; 2) na sequência, vamos destacar a importância do contexto histórico latino-americano entre os anos de 1959 e 1979 no esforço interpretativo e político de Löwy, balizado, sobretudo, pela atualização da teoria do desenvolvimento desigual e combinado; finalmente, 3) argumentaremos que a fecundidade da interpretação de Löwy, no tocante ao contexto latino-americano, advém de sua familiaridade com o pensamento do marxista peruano José Carlos Mariátegui.
Resenha do livro: TRAVERSO, Enzo. Melancolia de esquerda: marxismo, história e memória. Belo Horizonte/Veneza, Editora Âyiné, 2018.
Resumo O objetivo deste artigo é discutir alguns desdobramentos presentes na trajetória intelectual e política de Aníbal Quijano (1930-2018). Procura-se reconstruir especialmente o contexto de “crise dos paradigmas” das ciências sociais e de declínio da esquerda marxista, que se manifestaram de modo acentuado na década de 1980, examinando como o sociólogo peruano encontrou soluções para a encruzilhada histórica que se anunciava a uma geração de cientistas sociais engajados na América Latina. Parte-se da hipótese de que a cristalização de um ciclo de derrotas políticas possibilitou um novo redirecionamento teórico para Quijano entender a história latino-americana em sua moldura política e epistêmica. Por fim, analisa-se o movimento de aproximação e distanciamento que o autor faz com a tradição marxista a partir da perspectiva adotada da “colonialidade do poder”.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.