“…Na contramão das leituras dualistas e evolucionistas da história, que concebiam a passagem linear e homogênea de uma sociedade "tradicional" para uma sociedade "moderna", fortemente presentes nas correntes "modernizadoras" das ciências sociais e nos manuais políticos dos Partidos Comunistas da América Latina, o autor mobilizou a categoria de "heterogeneidade histórico-estrutural" como antídoto, para afirmar que a formação econômico-social peruana estaria articulada por diversas temporalidades históricas. Utilizava, assim, um instrumental teórico semelhante ao de "desenvolvimento desigual e combinado", estilo de análise incorporado por um conjunto de cientistas sociais de sua geração, muitos deles com passagem no Chile, ainda que não se restringisse a esse círculo (como, por exemplo, Francisco de Oliveira, no Brasil, e Michael Löwy, na França), em busca de deslindar a reprodução contraditória do capitalismo na periferia (Braga, Rubbo, 2018).…”