As evidências sobre os benefícios do apoio contínuo durante o parto levou à recomendação de que este apoio deve ser oferecido a todas as mulheres. No Brasil, ele é garantido por lei desde 2005, mas os dados sobre a sua implementação são escassos. Nosso objetivo foi estimar a frequência e fatores sociodemográficos, obstétricos e institucionais associados à presença de acompanhantes durante o parto na pesquisa Nascer no Brasil. Foi feita análise estatística descritiva para a caracterização dos acompanhantes (em diferentes momentos do tempo da internação), fatores maternos e institucionais; as associações foram investigadas em modelos bi e multivariada. Vimos que 24,5% das mulheres não tiveram acompanhante algum, 18,8% tinham companhia contínua, 56,7% tiveram acompanhamento parcial. Preditores independentes de não ter algum, ou parcial, foram: menor renda e escolaridade, cor parda da pele, usar o setor público, multiparidade e parto vaginal. A implementação do acompanhante foi associada com ambiência adequada e regras institucionais claras sobre os direitos das mulheres ao acompanhante.
Portuguese / English: www.scielo.br/reeusp RESUMO O objetivo foi descrever os resultados maternos e perinatais da assistência no Centro de Parto Normal Casa de Maria (CPN-CM), na cidade de São Paulo. A amostra probabilística foi de 991 parturientes e seus recém-nascidos, assistidos entre 2003 e 2006. Os resultados mostraram que 92,2% das parturientes tiveram um acompanhante de sua escolha e as práticas mais utilizadas no parto foram banho de aspersão ou imersão (92,9%), amniotomia (62,6%), deambulação (47,6%), massagem de conforto (29,8%) e episiotomia (25,7%). Com relação aos recém-nascidos, 99,9% apresentaram índice de Apgar = 7 no quinto minuto; 9,3% receberam aspiração das vias aé-reas superiores; nenhum necessitou ser entubado; e 1,4% foram removidos para o hospital. O modelo de assistência praticado no CPN-CM apresenta resultados maternos e perinatais esperados para mulheres com baixo risco obstétrico, sendo alternativa segura e menos intervencionista no parto normal. DESCRITORES
Reflexões sobre o excesso de cesarianas no Brasil e a autonomia das mulheresReflections on the excessive rates of cesareans in Brazil and the empowerment of women
This cross-sectional study of 831 low-risk pregnancies compared the management of labor and delivery in a birthing center, a hospital that had previously won the "Galba de Araújo" Award (for excellence in obstetric and neonatal care), and a standard-protocol maternity facility. The rates for use of ocytocin during labor were 27. 9%, 59.5%, and 40.1%, while amniotomy was performed in 67.6%, 73.6%, and 82.2% IntroduçãoA assistência obstétrica no Brasil é caracterizada pelo emprego inapropriado de intervenções no processo fisiológico do trabalho de parto, cujo uso abusivo pode levar a efeitos danosos para mãe e filho 1,2,3 . Além de desconfortos físicos para a mulher e dos riscos associados às altas taxas de partos cirúrgicos, de episiotomias e do uso rotineiro da ocitocina e da amniotomia, acumulamse evidências sobre uma epidemia de prematuridade tardia causada pela interrupção eletiva e sem indicação clínica precisa da gravidez 4,5 .A taxa de cesárea, indicador importante do modelo de atenção chamado de "tecnicista" que está em vigor no Brasil 1,2,6 , alcançou em 2006 uma média nacional de 43,8% 7 . Essa tendência foi concomitante ao aumento da prematuridade que variou entre 3,4% e 15% em diferentes regiões do país 4 . A episiotomia, outro indicador importante, apresenta média nacional de 71,6% 7 , e estudos no Rio de Janeiro mostraram uso de ocitocina entre 39,3% e 64,4% 8,9 .Apesar do acesso praticamente universal ao pré-natal e ao parto hospitalar em todo país e dos avanços importantes no conhecimento científico, observa-se um paradoxo na assistência obstétri-ca brasileira: as mulheres e seus recém-nascidos adoecem e morrem tanto pela falta quanto pelo uso inapropriado e inseguro da tecnologia 2 .Entendendo-se como modelo de atenção a forma de organização das práticas assistenciais, ARTIGO ARTICLE Vogt SE et al.
OBJECTIVE:To compare maternal and neonatal outcomes in low-risk women assisited in an alongside birth center and at a hospital. METHODS:A cross-sectional study was conducted with a representative sample of low-risk women in São Paulo (Southeastern Brazil), from 2003 to 2006. The study included 991 women who delivered a child at the alongside birth center and 325 who delivered a child at a hospital. Data were obtained from medical records. A comparative analysis was performed for all of the women, who were stratifi ed according to parity. The chi-square test and Fisher's exact test were used to compare outcomes between women who delivered in alongside birth center and those who gave birth in the hospital. RESULTS:There was a homogeneous distribution of women according to parity (45.4% were nulliparous, and 54.6% had one or more previous deliveries). Statistically signifi cant differences were found in the frequency of amniotomy (more frequent in nulliparous women treated at the hospital), the use of oxytocin during labor, and the use of postpartum analgesia (both more frequent among women of any parity treated at the hospital). The rate of episiotomy was higher in nulliparous women, both in the alongside birth center and at the hospital. Neonatal interventions were more frequent at the hospital and included aspiration of the upper airways, gastric aspiration, gastric lavage, and the use of an open oxygen mask. Other events that occurred with greater frequency at the hospital included caput succedaneum, respiratory discomfort, and admittance to the neonatal unit. There was no difference in Apgar scores at the fi fth minute or cases of maternal or perinatal death. CONCLUSIONS:Care at the alongside birth center involved fewer interventions and had maternal and neonatal outcomes similar to those of the hospital setting.
RESUMOObjetivo: verificar a cobertura e fatores associados à adesão ao exame Papanicolaou em áreas de Londrina (PR). Métodos: estudo transversal em microáreas de cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS), em 2004. Em cada UBS, foram selecionadas uma ou duas microáreas e relacionadas, por consulta ao Sistema de Informação da Atenção Básica, todas as mulheres residentes de 20 a 59 anos, as quais foram visitadas e entrevistadas. Foram consideradas como com exame atualizado aquelas submetidas à coleta nos três anos anteriores à entrevista, e em atraso as demais. Foi estudada a associação de alguns fatores em relação à situação do exame. Para o processamento e análise dos dados usou-se o programa Epi-Info 6.04d. Resultados: participaram do estudo 513 mulheres. A cobertura geral do exame foi de 80,7%, variando de 71,5 a 88,4% nas cinco áreas. Foi significativamente maior a proporção de exame em atraso (p<0,05) entre mulheres que trabalhavam somente em casa (22,4% em comparação a 14,3% das que trabalhavam fora) e entre as que pertenciam às classes econômicas D/E (24,9%), comparativamente às classes C (17,5%) e A/B (8,3%). Observou-se maior proporção de desconhecimento da data de realização do próximo exame (p<0,01) entre as que se submeteram à coleta na UBS (14,7%), em comparação àquelas de serviços privados ou conveniados (5,8%). Conclusão: houve boa cobertura geral do exame nas áreas das UBS pesquisadas, porém são necessárias ações para maior adesão das mulheres em atraso com o exame, em especial daquelas com piores condições financeiras e que trabalham exclusivamente em casa. PALAVRAS-CHAVE:Serviços de saúde; Saúde pública; Neoplasias de colo uterino; Esfregaço vaginal; Citologia; Brasil ABSTRACT Purpose: to verify the coverage and factors associated with Papanicolaou (Pap) testing in Londrina (PR), Brazil. Methods: this is a cross-sectional study, carried out in 2004, in microareas of five Basic Health Units (BHU) of Londrina. One or two microareas from each BHU were selected and a list of all women aged 20-59 years resident in these places, was made through search in the Basic Attention Information System, the women being then visited and interviewed. Those with a Pap test in the last three years were considered as having an updated examination, and the remaining as delayed. The association of some factors with the examination situation was investigated. Data analysis was performed using Epi-Info 6.04d. Results: Pap smear coverage among the 513 participants of the study was 80.7%, ranging from 71.5% to 88.4%. Delay in taking the test was higher (p<0.05) among women who worked only at home (22.4% as compared with 14.3% among those who worked outside), and among those who belonged to D/E social classes (24.9%) as compared to C (17.5%) and A/B (8.3%) classes. The proportion who ignored the next test date was higher (p<0.01) among those who had the last Papanicolaou testing at a BHU (14.7%), as compared to those who had been attended privately or by a health insurance company (5.8%). Conclusion: the coverage of Pap smear ...
We report the first documented Campylobacter jejuni outbreak in an Austrian youth centre. Sixty-four children were involved of which 38 showed classical signs of campylobacter gastroenteritis. Since unpasteurized milk distributed by a local dairy was suspected to be the source of infection, stool samples were collected from 20 cows providing the milk. Five of the cows tested positive for C. jejuni. These isolates together with 37 clinical samples were compared by pulsed-field-gel electrophoresis (PFGE). The PFGE patterns, using the restriction endonucleases SmaI and SalI, were identical for the human and bovine isolates. This finding confirmed that the outbreak was caused by the consumption of unpasteurized milk contaminated with C. jejuni.
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