A inserção no trabalho e a conclusão da escola são consideradas elementos fundamentais da inserção social no mundo adulto para uma parcela significativa da população jovem em nosso país, especialmente para aqueles que necessitam trabalhar a fim de ajudar no sustento da família. Este artigo relata parte de um estudo que investigou experiências de transição para o trabalho de adolescentes aprendizes baianos. O objetivo foi compreender os significados construídos pelos jovens acerca das relações entre trabalho e escola. Participaram da pesquisa 10 adolescentes, de ambos os sexos, com idades entre 17 e 19 anos, egressos de um programa de aprendizagem. A coleta de dados incluiu entrevistas, questionário sociodemográfico e observação participativa. A análise de conteúdo mostrou que escola e trabalho são percebidos como mundos distantes. Os resultados ressaltam o envolvimento ativo dos jovens para superar suas dificuldades e negociar oportunidades, mostrando que, para eles, trabalho e escola são projetos concomitantes.
INTRODUÇÃOHoje, transcorridos dezessete anos da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, em Nova York, e dezesseis anos da edição do ECA, no Brasil, ainda são poucos os estudos que buscam conhecer como as crianças concebem os próprios direitos e quais as concepções de infância articuladas a essas noções de direitos que elas compartilham.Nesta direção, os estudos podem contribuir para a ampliação do conhecimento científico sobre a infância no Brasil, sobretudo quando evidenciam o ponto de vista das próprias crianças. Podem constituir-se como fonte de informação Santos GLd, Chaves AM. Significados que as crianças atribuem aos seus direitos. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2007; 17(2):87-97.Resumo: O objetivo do estudo é conhecer os significados que as crianças atribuem aos seus direitos, em diferentes tipos de escola. É um estudo exploratório, comparativo, orientado pela Psicologia Sócio-Histórica. A abordagem é qualitativa. Participaram vinte e uma crianças, de ambos os sexos, de nove a onze anos de idade, sendo sete de cada escola (particular urbana, pública urbana e pública rural). Para a coleta de dados, foi solicitada aos participantes a elaboração de uma redação, sobre os direitos das crianças. As expressões obtidas foram categorizadas de acordo com o significado, que foi identificado com base na similaridade dos sentidos. As concepções compartilhadas (significados) pelas crianças são: criança tem o direito de brincar, de consumir e de estudar. Predominam os direitos individuais e a lógica da promoção, mas há significados que distinguem as crianças de cada escola. O predomínio de conceitos espontâneos indica que as crianças não têm consciência de seus direitos e, também, a precariedade da difusão do ECA e o não envolvimento da escola nesse processo. para ações governamentais ou educacionais, para políticas públicas ou novas orientações legais; enfim, para as práticas sociais passíveis de incluir as crianças como protagonistas, propiciando-lhes o desenvolvimento da solidariedade social e do sentimento de pertencimento e, conseqüentemente, o fortalecimento da cidadania. Vivemos, atualmente, num mundo extremamente dinâmico, guiado por mudanças descontínuas, velozes e inexoráveis. Testemunhamos à acentuação de uma tendência de encurtamento da infância e de alongamento da adolescência. Importa, pois, repensarmos a formação dos novos cidadãos, no sentido de entender melhor quando e como deve ser iniciado o exercício efe- Palavras
A partir da análise de cartas jesuítas, documentos históricos e crónicas de viajantes estrangeiros, referentes aos séculos XVI e XVII, identificaram-se diferentes significados para as crianças indígenas brasileiras. Verificou-se, a partir dos relatos, que a criança indígena brasileira era bem cuidada pelos membros da sua tribo, treinando-a para que se tomasse um adultoigual àqueles pertencentes à sua cultura tribal. As crianças das tribos inimigas não eram consideradas crianças, mas inimigos que deveriam ser mortos e devorados. Os jesuítas concebiam as crianças como tendo particularidades, ou seja, especificidades que as tomavam mais maleáveis que os adultos. Reconheciam que estavam em período de desenvolvimento, no qual a forrna,cão do futuro adulto deveria ser moldada. Havia, entre eles, portanto, um sentimento de infancia, apesar de pouco claro. O colonizador português (não jesuíta) via a criança indígena como escravas em potencial.
Resumo: O estudo teve como objetivo estudar a representação social da família entre mães, uma vez que, culturalmente, elas têm sido consideradas como centrais dentro do contexto familiar. A partir de uma fundamental revisão histórica das concepções de família ao longo dos séculos e da contextualização de suas imagens e funções, o estudo foi orientado teoricamente pela teoria das representações sociais. Foram entrevistadas doze mães de diferentes idades, níveis de instrução, estados civis e níveis sócio-econônicos. Os pontos criticas da entrevista relacionavam-se aos papéis da mãe na família: criação de filhos, manutenção da casa e questões relativas à convivên-cia em família. A análise das informações coletadas revelou a importância da presença da mãe na família, assim como duas noções básicas da composição desta: uma nuclear (pai-mãe-filhos) e outra concepção mais ampla, na qual a convivência e a afinidade definiam os laços familiares. A distribuição de papéis e funções entre pai e mãe diferiu significativamente de acordo com a classe económica à qual pertenciam as entrevistadas. Finalmente, identificou-se a concepção de família ideal, revelada pelo desejo das mães de possuir uma família estável, dentro de um modelo tradicional, em que o casamento e a manutenção do núcleo familiar foram considerados essenciais para a existência de uma família saudável.Palavras-chave: representação social de família; representações sociais; família. OPlNIAO / ATIJALJCZAÇÃO OPINlON / CURIRENT COMENTSO homem é, caracteristicamente, um ser social, e, como tal, sobrevive em grupos. Isto pode ser constatado desde os primórdios, onde existiam os grandes agrupamentos nômades, com uma distribuição estável das funções (MINUCHIN, 1984). Tais imensos grupos foram reduzidos às famílias. Embora estas possuam uma função biológica, que é a própria reprodução, não são exclusivamente naturais, pois a família é, também, uma instituição criada na relação entre os seres humanos e estruturada de diversas formas, em situações e tempos diferentes, visando responder às necessidades sociais (REIS, 1997). Embora tenha mudado no plano histórico, não há registro de que alguma sociedade tenha existido sem a sua formação.Refere-se ao Art. de mesmo nome, 12(1), [1][2][3][4][5][6][7][8] 2002
Este trabalho trata das representações sociais dos guardas do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico a respeito do tratamento da saúde mental dos internos, haja vista a demanda por práticas e por uma política que atenda aos propósitos da reforma psiquiátrica e da legislação penal brasileira. Realizamos entrevistas semi-estruturadas com dez sujeitos, abordando o que pensam acerca do Hospital, do interno/paciente, do seu papel e da saúde na instituição. Analisamos os dados à luz da teoria das representações sociais e os distribuímos em categorias segundo a análise temática. Como resultado da investigação, verificamos que, embora grande parte dos entrevistados mantenha visões e crenças sobre uma loucura perigosa e apontem a manutenção do seu papel como meio de controle, revelam discursos e práticas mais sensíveis à condição do louco infrator. Vislumbraram pouca mudança com a entrada dos técnicos, porém entendem como importante o aprimoramento das ações de saúde.
Este estudo teve como objetivo conhecer as representações sociais de moradores de uma comunidade remanescente de quilombo, sobre a própria comunidade, no norte da Bahia. Participaram 20 membros da comunidade de Tijuaçu, de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 41 anos. Utilizou-se uma lista de complementação de frases, com onze frases incompletas, focalizando os seguintes temas: o lugar, os moradores, o suposto olhar dos outros, as mulheres, os homens, os mais velhos, os jovens, as crianças, ser quilombola, negritude, o futuro. As frases foram analisadas por tema, sendo agrupadas com base na similitude do sentido. Os resultados indicam que é através da tradição oral que se estabelece um compromisso histórico para com a resistência quilombola. E que os mais velhos são os difusores e mantenedores das representações mais antigas e estáveis, a partir das quais são ancorados os novos conhecimentos. Os resultados permitem a compreensão de que o quilombola enfrenta as condições adversas da vida assumindo uma dupla tarefa (individual e coletiva): garantir a sua sobrevivência (e de sua família) e fortalecer a comunidade na luta contra o preconceito e a discriminação. Além disso, os resultados ensejam novas possibilidades de pesquisa, sugerindo reflexões sobre a diversidade no âmbito da população negra.
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