Com o objetivo de debater a problemática que envolve a inclusão do aluno surdo no ensino regular, esse estudo se propõe a analisar aspectos envolvidos em tal problemática a partir da visão de um grupo de professores. Para tanto, foi aplicado questionário junto a 36 professores inseridos na Rede Pública do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná. A análise dos dados evidencia que as principais dificuldades citadas ora relacionam-se aos próprios professores - à falta de conhecimento acerca da surdez, à dificuldade de interação com o surdo, ao desconhecimento de LIBRAS -, ora aos sujeitos surdos - a própria surdez e a dificuldade de compreensão que tais sujeitos apresentam na ótica dos professores. Cabe ressaltar que os professores, sujeitos dessa pesquisa, não relacionam as suas dificuldades para ensinar com as dificuldades de seus alunos para aprender, como se o desconhecimento dos professores acerca da surdez, por exemplo, não tivesse implicações diretas na aprendizagem dos surdos. Conclui-se que a inclusão de surdos no ensino regular significa mais do que apenas criar vagas e proporcionar recursos materiais, é necessário que a escola e a sociedade sejam inclusivas, assegurando igualdade de oportunidades a todos os alunos e contando com professores capacitados e compromissados com a educação de todos.
INTRODUÇÃO: a interação social e o acesso à educação e à saúde dependem de processos interlocutivos que se efetivam a partir das diferentes modalidades de linguagem. Nesse sentido, as condições de leitura e de escrita, vivenciadas pelos sujeitos, assumem papel decisivo em seus processos de envelhecimento, sobretudo ao ser considerado o fato de a sociedade atual pautar-se em atividades que envolvem diferentes níveis de letramento. OBJETIVO: este estudo objetiva analisar as condições de letramento de um grupo de pessoas com idade mínima de 60 anos frequentadores da Unidade de Saúde da Praça Ouvidor Pardinho, em Curitiba, PR. METODOLOGIA: Para analisar tais condições, foram aplicados um questionário e um teste de leitura contendo textos de gêneros diversos a um grupo de sujeitos idosos, frequentadores de uma Unidade Básica de Saúde, situada na cidade de Curitiba, Paraná. O questionário abrange idade, nível de escolarização, profissão, bem como práticas e situações de leitura e escrita. No teste de leitura, os sujeitos foram convocados a localizar informações explícitas nos textos e realizar inferências. RESULTADOS: Os resultados obtidos revelam um acesso restrito da população idosa à linguagem escrita, pois apesar de os sujeitos da pesquisa afirmarem que costumam ler livros, revistas e jornais, foi possível verificar que a maioria não consegue extrair informações apresentadas em textos simples que circulam corriqueiramente no cotidiano social. CONCLUSÃO: Convém ressaltar que o cumprimento do Estatuto do Idoso brasileiro depende da implementação de políticas públicas capazes de garantir a promoção de práticas de letramento junto a pessoas em processo de envelhecimento, uma vez que sem o desenvolvimento dessas práticas não é possível contar com princípios de equidade social que possibilitem ao idoso efetivar sua cidadania.
Neste artigo discute-se a desconstrução do conceito de dislexia que se situa em dois polos: nas ciências da saúde que apresentam como causas da dislexia fatores orgânicos (funcionamento cerebral, fatores genéticos, dificuldades cognitivas) e nas ciências humanas, causas ligadas a fatores sociais (letramento, singularidades, fatores educacionais) cujas implicações recaem sobre dificuldades das crianças. Em um polo, há a construção de uma patologia, no outro, sua desconstrução por meio de conceitos como heterogeneidade e diferenças socioculturais. Trata-se de discussão relevante uma vez que os profissionais que trabalham nessas áreas tornam-se “cúmplices” ou “críticos” de uma dessas interpretações da realidade.
RESUMO: objetivamos com essa pesquisa apresentar aspectos que caracterizam as condições de letramento de surdos estudantes universitários, investigando o desempenho desses surdos em atividades de leitura e de escrita. Participaram dessa pesquisa vinte surdos Universitários. Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: um questionário com questões abertas e fechadas a partir do qual foram coletadas informações sobre as práticas de leitura e de escrita vivenciadas cotidianamente pelos sujeitos da pesquisa e seis textos formulados em diferentes gêneros textuais, os quais os sujeitos deveriam ler e formular respostas acerca de seus conteúdos Percebe-se por meio da análise que as condições de letramento de cada sujeito têm uma correlação direta com as práticas de linguagem vivenciadas em seus contextos de vida. Conclusões: no contexto da surdez, ainda contamos com leitores e escritores que apresentam grande dificuldade no processo de interpretação e produção textual de gêneros secundários. Esse estudo aponta, assim, a importância de um trabalho de letramento desde a escola fundamental até a universidade que envolva práticas nos mais diversos tipos de gêneros.
RESUMO:As expressões cultura e identidade surdas têm se legitimado, principalmente, pela defesa da língua de sinais como sendo a língua natural dos surdos. Essa defesa se faz por meio de uma inversão teórica que toma a língua, num primeiro momento, como determinada pelas práti-cas e interações sociais e, num segundo, faz dela a definidora dessas mesmas práticas. Este artigo discute os mecanismos de legitimação dessa inversão e suas implicações sociais e teóricas.Palavras-chave: Cultura surda. Identidade surda. Língua de sinais.Lingüística. DEAF CULTURE AND DEAF IDENTITY: CROSSROAD OF SOCIAL AND THEORETICAL STRUGGLESABSTRACT: The expressions deaf culture and deaf identity have been legitimated, mainly, through the defense of sign language as being the natural language of deaf people. This defense is made through a theoretical inversion that takes the language as determined for the practical and social interactions and the proper language define these same practical. This article argues about the mechanisms of legitimation of this inversion and its social and theoretical implications.
RESUMO: as experiências com situações significativas de leitura e escrita desempenham um papel fundamental na constituição do sujeito enquanto leitor e autor. No caso das crianças surdas, a participação em práticas sociais de escrita é, desde cedo, restrita, deixando-as em desvantagem em relação às expectativas e hipóteses sobre esta modalidade. Considerando ser na família que se inicia o contato com textos escritos e que é função da escola oferecer o ensino e a diversidade da linguagem escrita, o presente artigo objetiva analisar e discutir as práticas de letramento que permeiam os meios familiar e escolar de um grupo de crianças surdas. A pesquisa foi desenvolvida com 12 professores do ensino regular e 12 pais, tendo como foco alunos surdos, que freqüentam no contraturno, o Centro de Atendimento Especializado em Surdez (CAES) em município da região metropolitana de Curitiba. Com os pais foram desenvolvidas entrevistas enfatizando as práticas de leitura no âmbito familiar. Com os professores foram utilizados questionários (questões fechadas e abertas), enfocando aspectos referentes a práticas de leitura e escrita em sala de aula. Os resultados demonstram que as práticas de leitura são restritas no âmbito familiar, o que implica em refletir sobre como a criança surda está sendo inserida no mundo da escrita e constituindo-se (ou não) como sujeito letrado. Da mesma forma, no espaço escolar as práticas de leitura e escrita são constituídas, ainda, em grande parte a partir do uso do livro didático, o que revela a falta de diversidade de gênero textual em sala de aula. PALAVRAS-CHAVE:Educação Especial; surdez; letramento; família; ensino regular.ABSTRACT: meaningful experiences in reading and writing have a major role in constituting subjects who see themselves as readers and authors. Early on, deaf children generally have little participation in social practices related to writing, which puts them at a disadvantage in relation to their expectations and hypotheses about this mode. Considering that children have their first contact with this language modality in the family and that the role of the school is to teach writing in its full diversity, this study aims to analyze and discuss literacy practices encountered at the home and school environments of a group of deaf children. The study was conducted with 12 teachers from regular schools and 12 parents, centering on deaf students who were registered at the Centro de Atendimento Especializado em Surdez (CAES), an in-service program in a neighbor city in the metropolitan area of Curitiba, Paraná. Interviews were conducted with the parents focusing on aspects related to reading practices at home. Questionnaires (with open and closed questions)
RESUMO. O processo de aquisição de linguagem da criança com autismo tem sido descrito em termos de défices e analisado de forma individual. Na tentativa de se contrapor a esse olhar patologizante, considerado reducionista, esse trabalho objetivou analisar longitudinalmente a aquisição da linguagem de uma criança com diagnóstico de síndrome autística, a partir de processos dialógicos e de uma abordagem discursiva, durante o período de dois anos e seis meses. O resultado de tal análise evidenciou que a criança sujeito desta pesquisa sempre esteve presente "na língua", e sua ecolalia é a evidência dessa presença. Seus gestos e sua fala, considerados em função de situações interativas estabelecidas com uma fonoaudióloga, permitiram acompanhar o seu processo de aquisição de linguagem, bem como a sua mudança como sujeito da linguagem, a qual é tomada como atividade constitutiva do sujeito e da própria linguagem. Palavras-chave:Linguagem; autismo; discurso. THE ACQUISITION OF LANGUAGE IN THE CHILD WITH AUTISM: A CASE STUDYABSTRACT. The child's language acquisition process with autism has been described by deficits as well analysed in an individual way. Trying to oppose this pathological look, which we consider reductionist, this work objectified to analyse in a longitudinal way the acquisition process of the child with diagnosis of autistic syndrome, from a dialogical process and a discourse approach, during the period of two years and six months. The result of this atudy showed that the child, subject of this search, has always been present "in the language" and his involuntary repetition is the evidence of this presence. The gestures and speech of this typical child, according to situations considered interactive which were set with a professional, help to keep the track of the child's process of language acquisition as well as its change as the subject of language, which is taken as a constitutive activity of the subject and the language itself.Key words: Language; autism; speech. EL ADQUISICIÓN DEL LENGUAJE EN EL NIÑO CON AUTISMO: UN ESTUDO DEL CUADRORESUMEN. El proceso de adquisición del lenguaje con autismo ha sido descrito en términos de deficits y analisados de manera individual. En la tentativa de contraponer esa mirada patologica, que nosotros consideramos reducionista, eso trabajo objetivó analisar longitudinalmente la adquisición del lenguaje de un niño con disgnóstico de síndrome autística, a partir de procesos dialógicos y de un abordaje discursivo, mientras el periodo de dos años y seis meses. El resultado de tal análisis evidenció que el niño, sujeto de esa pesquisa, siempre estuvo presente "en la lengua" y su escolalia es la evidencia de esa presencia. Los gestos y la elocución del niño, considerados en función de situaciones interactivas establecidas con un profesional, permitieron acompañar el proceso de adquisición del lenguaje del niño en cuestión, así como su cambio como sujeto del lenguaje, que es tomada como actividad constitutiva del sujeto y del propio lenguaje. Palabras-clave:Lenguaje; autism...
ResumoEste artigo objetiva verificar os papéis que práticas de letramento assumem para pessoas com mais de 60 anos. A pesquisa foi realizada de um ponto de vista qualitativo/quantitativo, a partir da aplicação de um questionário junto a 40 sujeitos com idade superior a 60 anos. Foram coletadas informações sobre as práticas de leitura e de escrita, as suas dificuldades, bem como a relevância dessas práticas no próprio processo de envelhecimento. Verificou-se que os idosos referem dificuldades relacionadas a questões ortográficas, textuais e biológicas. As atividades de letramento são utilizadas, também, com o objetivo de melhorar a cognição. Além disso, eles reconhecem que essas atividades trazem benefícios para a promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Palavras-chaves: Letramento; Envelhecimento; Linguagem. AbstractThis paper aims at examining the roles played by literacy classes for adults older than 60. Forty individuals over 60 years old were interviewed for this quantitative/qualitative study. Information was gathered on their experiences with reading and writing, their difficulties and the perceived relevance of those classes on the ageing process. The participants indicated having difficulties with orthographic, textual and biological questions. The literacy activities were also used to improve their cognitive abilities. Moreover, the participants identified benefits of those activities for a healthy and active ageing. Dessa forma, o envelhecimento populacional é fato consumado que exige o desenvolvimento de programas e ações capazes de contemplar a promoção da saúde na velhice, visando um envelhecimento ativo e participativo, conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Segundo Queiroz e Papaléo Neto (2007), dentre todos os programas direcionados aos idosos, aspectos que dizem respeito à sociabilidade e à educação devem assumir primazia na promoção de um envelhecimento saudá-vel. Nessa direção, entendendo que a interação social e que o acesso à educação dependem, inevitavelmente, de processos interlocutivos que se efetivam no espaço de produção da linguagem, convém destacar os papéis que a leitura e a escrita podem assumir no processo de envelhecimento.De acordo com Neri (2007), 49% da população idosa brasileira é considerada analfabeta funcional. Sendo que, desse total, 23% dos pesquisados declaram não saber ler e escrever, 4% deles afirmam só saber ler e escrever o próprio nome e 22% dos idosos consideram a leitura e a escrita atividades penosas, seja por deficiência no aprendizado, problemas de saúde, ou ambos os motivos . Ou seja, uma parcela significativa da população idosa permanece à margem da sociedade grafocêntrica atual, confirmando a necessidade de implantação de políticas pú-blicas que contemplem atividades de letramento junto a tal população. Nesse sentido, cabe destacar o papel que profissionais da saúde e da educação podem desempenhar nesse cenário, formulando propostas capazes de promover um envelhecimento saudável a partir do desen-* Endereço para correspondência: Un...
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