OBJETIVO: O objetivo dessa pesquisa foi desenvolver um programa de treinamento de estratégias de comunicação para indivíduos idosos, portadores de deficiência auditiva, usuários de aparelhos de amplificação sonora individual e seus familiares. Além disso, objetivamos verificar a contribuição da participação de familiares no processo de reabilitação audiológica desses sujeitos e promover melhor adaptação dos mesmos em relação ao uso do aparelho auditivo. MÉTODOS: Fizeram parte da pesquisa 30 indivíduos com presbiacusia da cidade de Cascavel (PR). A amostra foi divida em dois grupos, o grupo 1 (grupo controle) foi constituído por 15 indivíduos que receberam uma única sessão de orientação e o grupo 2 (grupo experimental) constituiu-se de 15 idosos que participaram de um programa de reabilitação fonoaudiológica fracionado em seis sessões. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos controle e experimental, quando comparadas as entrevistas dos pacientes e familiares, em aspectos como: manuseio da prótese auditiva, uso do telefone com a prótese auditiva e uso do diálogo em ambientes ruidosos. CONCLUSÕES: Neste estudo constatou-se que os idosos tiveram necessidade de acompanhamento fonoaudiológico após a adaptação do aparelho auditivo, pois sozinhos, muitas vezes, não conseguiam manusear a prótese auditiva e utilizá-la de maneira adequada.
Com o objetivo de debater a problemática que envolve a inclusão do aluno surdo no ensino regular, esse estudo se propõe a analisar aspectos envolvidos em tal problemática a partir da visão de um grupo de professores. Para tanto, foi aplicado questionário junto a 36 professores inseridos na Rede Pública do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná. A análise dos dados evidencia que as principais dificuldades citadas ora relacionam-se aos próprios professores - à falta de conhecimento acerca da surdez, à dificuldade de interação com o surdo, ao desconhecimento de LIBRAS -, ora aos sujeitos surdos - a própria surdez e a dificuldade de compreensão que tais sujeitos apresentam na ótica dos professores. Cabe ressaltar que os professores, sujeitos dessa pesquisa, não relacionam as suas dificuldades para ensinar com as dificuldades de seus alunos para aprender, como se o desconhecimento dos professores acerca da surdez, por exemplo, não tivesse implicações diretas na aprendizagem dos surdos. Conclui-se que a inclusão de surdos no ensino regular significa mais do que apenas criar vagas e proporcionar recursos materiais, é necessário que a escola e a sociedade sejam inclusivas, assegurando igualdade de oportunidades a todos os alunos e contando com professores capacitados e compromissados com a educação de todos.
TEMA: a Fonoaudiologia vem utilizando os recursos da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) para proporcionar maior autonomia a pessoas com limitações significativas da linguagem oral. Seu uso vem lentamente se expandindo no Brasil, mas ainda não constitui prática de amplo conhecimento na área da Fonoaudiologia. OBJETIVO: analisar a produção do conhecimento acerca da CSA publicada em periódicos especializados da área da Fonoaudiologia, no período entre 1997 e 2005. CONCLUSÃO: chega-se à conclusão que um panorama mais completo da produção científica em CSA se faz necessário com uma futura análise da produção do conhecimento acerca da CSA em outras áreas que desenvolvem estudos sobre essa temática, como na Pedagogia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Psicologia, dentre outras.
A elaboração deste trabalho originou-se da minha inquietação com relação à aquisição da língua portuguesa em sua modalidade escrita por sujeitos surdos. Parecia que o fato dos sujeitos surdos apresentarem dificuldades ao adquirir a linguagem escrita se relacionava com as metodologias educacionais empregadas com esses sujeitos, que se baseavam, muitas vezes, em estratégias descontextualizadas e repetitivas. Além disso, foi possível observar que muitos estudos realizados por educadores, psicólogos, fonoaudiólogos e lingüistas, destacavam as dificuldades e as diferentes construções escritas dos surdos; alguns se detinham na sua escrita considerada "atípica"; outros na interferência da língua de sinais nas construções escritas; outros na condição da surdez, e havia, ainda, os que relacionavam a escrita a técnicas pedagógicas inadequadas. Porém, poucas eram as propostas para o desenvolvimento da escrita. Deste modo, muitos surdos continuam com dificuldades para aprender a ler e a escrever, e um grande número deles não tem acesso a práticas discursivas significativas que propiciem o domínio da linguagem escrita.
INTRODUÇÃO: a interação social e o acesso à educação e à saúde dependem de processos interlocutivos que se efetivam a partir das diferentes modalidades de linguagem. Nesse sentido, as condições de leitura e de escrita, vivenciadas pelos sujeitos, assumem papel decisivo em seus processos de envelhecimento, sobretudo ao ser considerado o fato de a sociedade atual pautar-se em atividades que envolvem diferentes níveis de letramento. OBJETIVO: este estudo objetiva analisar as condições de letramento de um grupo de pessoas com idade mínima de 60 anos frequentadores da Unidade de Saúde da Praça Ouvidor Pardinho, em Curitiba, PR. METODOLOGIA: Para analisar tais condições, foram aplicados um questionário e um teste de leitura contendo textos de gêneros diversos a um grupo de sujeitos idosos, frequentadores de uma Unidade Básica de Saúde, situada na cidade de Curitiba, Paraná. O questionário abrange idade, nível de escolarização, profissão, bem como práticas e situações de leitura e escrita. No teste de leitura, os sujeitos foram convocados a localizar informações explícitas nos textos e realizar inferências. RESULTADOS: Os resultados obtidos revelam um acesso restrito da população idosa à linguagem escrita, pois apesar de os sujeitos da pesquisa afirmarem que costumam ler livros, revistas e jornais, foi possível verificar que a maioria não consegue extrair informações apresentadas em textos simples que circulam corriqueiramente no cotidiano social. CONCLUSÃO: Convém ressaltar que o cumprimento do Estatuto do Idoso brasileiro depende da implementação de políticas públicas capazes de garantir a promoção de práticas de letramento junto a pessoas em processo de envelhecimento, uma vez que sem o desenvolvimento dessas práticas não é possível contar com princípios de equidade social que possibilitem ao idoso efetivar sua cidadania.
No Brasil, o trabalho com intérpretes em Língua Brasileira de Sinais iniciou-se nos anos 80 e pode, dessa forma, ser considerado recente, assim como também é recente a legitimidade da sua importância que ainda está em processo de consolidação. A presente pesquisa tem como principal objetivo discutir e explicitar questões relativas ao trabalho de intérpretes de língua de sinais em uma universidade e dois centros universitários particulares da cidade de Curitiba. Para isto foram aplicados dois questionários para dois grupos distintos, um voltado para os intérpretes que atuam em universidades da cidade de Curitiba, e outro voltado para os surdos universitários que possuem intérpretes em sala de aula. Ambos os questionários continham questões abertas e fechadas. De acordo com as análises dos dados, constatou-se a importância dos intérpretes em sala de aula para o processo de aprendizagem dos estudantes surdos. Contudo, verificou-se também uma série de questões que subjaze a discussão sobre a efetividade no contexto da interpretação, tais como: qualidade na formação dos intérpretes, conhecimento antecipado da disciplina para a tradução, dificuldade na relação Língua Portuguesa/LIBRAS, relação intérprete/professor, dentre outras. A partir dessas considerações, vemos que, no cenário da educação dos surdos brasileiros, essas questões apenas refletem o descaso das autoridades com relação à educação dessa população, assim como evidenciam as dificuldades lingüísticas e sociais relativas à surdez. Esse trabalho apresenta-se, nessa direção, como o início de uma reflexão sobre o contexto do intérprete universitário, porém, muito ainda precisa ser entendido para que mudanças mais efetivas possam ser realizadas.
RESUMO: partindo do pressuposto de que ao considerar a língua de sinais como a primeira língua do surdo é possível perceber sua inserção no mundo letrado, esse trabalho objetiva analisar produções escritas de um sujeito surdo em momento inicial de apropriação da escrita. Para tanto, concebendo a linguagem como atividade dialógica, como trabalho social e histórico, constitutivo dos sujeitos e da língua, foram analisados cinco textos produzidos, entre os anos de 1998 e 2002, por um sujeito surdo, reconhecido pela inicial R, em conjunto com a sua fonoaudióloga. Cabe esclarecer que tal profissional, proficiente em língua de sinais, atuou como interlocutora e intérprete, priorizando a natureza interativa da linguagem e interferindo nas produções escritas quando solicitada. Durante os anos trabalhados com R, observou-se que ele passou a refletir sobre seus textos e mudou sua postura perante a escrita. O fato de R e a fonoaudióloga compartilharem a língua de sinais permitiu que ele dividisse suas histórias e experiências, levando-os a registrá-las a partir da língua escrita. Deste modo, R passou a fazer uso da escrita com alternâncias e justaposições entre as duas línguas envolvidas: a língua portuguesa e a língua de sinais. A escrita tornou-se, assim, uma possibilidade a mais de manifestação da singularidade de R, que passou a reconstruir a história de sua relação com a linguagem. PALAVRAS-CHAVE:surdez; linguagem escrita; língua brasileira de sinais; educação especial.ABSTRACT: considering sign language as deaf peoples' first language, it is possible to conceive of the insertion of the deaf into the written world. This work aims to analyze the written productions of a deaf child during his initiation into literacy. We view language as a dialogic activity, as social and historic production, that enables constitution of individuals and their language. Five written texts produced between 1998 and 2002 were analyzed. These were produced by a deaf subject, R, together with his speech and language therapist. It is important to clarify that this professional was fluent in sign language, and she acted as an interpreter and interlocutor, emphasizing language as interaction and interfering in written productions when requested. During the years she worked with R, it was seen that he started to reflect upon his written production and that his attitudes towards writing changed. The fact that R and his speech and language therapist shared sign language allowed him to talk about his life and experiences; this material was then taken down as written language. Thus, R started to use written language with crossovers and juxtapositions of the two languages he used: Portuguese and sign language. Writting became an added possibility that could reveal his uniqueness as an individual, enabling him to rebuild the history of his relations to language.
RESUMO: objetivamos com essa pesquisa apresentar aspectos que caracterizam as condições de letramento de surdos estudantes universitários, investigando o desempenho desses surdos em atividades de leitura e de escrita. Participaram dessa pesquisa vinte surdos Universitários. Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: um questionário com questões abertas e fechadas a partir do qual foram coletadas informações sobre as práticas de leitura e de escrita vivenciadas cotidianamente pelos sujeitos da pesquisa e seis textos formulados em diferentes gêneros textuais, os quais os sujeitos deveriam ler e formular respostas acerca de seus conteúdos Percebe-se por meio da análise que as condições de letramento de cada sujeito têm uma correlação direta com as práticas de linguagem vivenciadas em seus contextos de vida. Conclusões: no contexto da surdez, ainda contamos com leitores e escritores que apresentam grande dificuldade no processo de interpretação e produção textual de gêneros secundários. Esse estudo aponta, assim, a importância de um trabalho de letramento desde a escola fundamental até a universidade que envolva práticas nos mais diversos tipos de gêneros.
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