E ste trabalho nasceu da observação de que muitas crianças, por não seguirem o padrão proposto pela escola, são tomadas pela própria escola e por outros profissionais -médicos, psicólogos, psicopedagogoscomo portadoras de dislexia ou dificuldade de aprendizagem na escrita. Os indícios dessa dita dificuldade, porém, relacionados na maioria das vezes a trocas, omissões, adições de letras ou sílabas, escrita pautada na transcrição fonética, segmentação inadequada de vocábulos, quando investigados lingüisticamente, não apontam para um distúrbio, mas desvendam o próprio processo de aquisição da linguagem escrita.Partindo da análise lingüística de dados da escrita inicial, é possível afirmar que a dislexia 1 não se sustenta como um distúrbio vinculado à aquisição * Esse artigo é parte de tese de doutorado defendida na UFPR, em março de 2004. ** Professora do Mestrado em Distúrbios da Comunicação da Universidade Tuiuti do Paraná e autora da tese "A outra face da dislexia". ***Professora do Departamento de Lingüística da Universidade Federal do Paraná e orientadora da tese que originou esse artigo.1 Cabe esclarecer que, neste trabalho, não estamos negando a existência da dislexia adquirida, ou seja, aquela relacionada a quadros afásicos, mas buscando denunciar que não há fundamento lingüístico capaz de justificar diagnósticos de dislexia em crianças que estão em pleno processo de aquisição da escrita.
ResumoEste artigo objetiva verificar os papéis que práticas de letramento assumem para pessoas com mais de 60 anos. A pesquisa foi realizada de um ponto de vista qualitativo/quantitativo, a partir da aplicação de um questionário junto a 40 sujeitos com idade superior a 60 anos. Foram coletadas informações sobre as práticas de leitura e de escrita, as suas dificuldades, bem como a relevância dessas práticas no próprio processo de envelhecimento. Verificou-se que os idosos referem dificuldades relacionadas a questões ortográficas, textuais e biológicas. As atividades de letramento são utilizadas, também, com o objetivo de melhorar a cognição. Além disso, eles reconhecem que essas atividades trazem benefícios para a promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Palavras-chaves: Letramento; Envelhecimento; Linguagem. AbstractThis paper aims at examining the roles played by literacy classes for adults older than 60. Forty individuals over 60 years old were interviewed for this quantitative/qualitative study. Information was gathered on their experiences with reading and writing, their difficulties and the perceived relevance of those classes on the ageing process. The participants indicated having difficulties with orthographic, textual and biological questions. The literacy activities were also used to improve their cognitive abilities. Moreover, the participants identified benefits of those activities for a healthy and active ageing. Dessa forma, o envelhecimento populacional é fato consumado que exige o desenvolvimento de programas e ações capazes de contemplar a promoção da saúde na velhice, visando um envelhecimento ativo e participativo, conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Segundo Queiroz e Papaléo Neto (2007), dentre todos os programas direcionados aos idosos, aspectos que dizem respeito à sociabilidade e à educação devem assumir primazia na promoção de um envelhecimento saudá-vel. Nessa direção, entendendo que a interação social e que o acesso à educação dependem, inevitavelmente, de processos interlocutivos que se efetivam no espaço de produção da linguagem, convém destacar os papéis que a leitura e a escrita podem assumir no processo de envelhecimento.De acordo com Neri (2007), 49% da população idosa brasileira é considerada analfabeta funcional. Sendo que, desse total, 23% dos pesquisados declaram não saber ler e escrever, 4% deles afirmam só saber ler e escrever o próprio nome e 22% dos idosos consideram a leitura e a escrita atividades penosas, seja por deficiência no aprendizado, problemas de saúde, ou ambos os motivos . Ou seja, uma parcela significativa da população idosa permanece à margem da sociedade grafocêntrica atual, confirmando a necessidade de implantação de políticas pú-blicas que contemplem atividades de letramento junto a tal população. Nesse sentido, cabe destacar o papel que profissionais da saúde e da educação podem desempenhar nesse cenário, formulando propostas capazes de promover um envelhecimento saudável a partir do desen-* Endereço para correspondência: Un...
Analisar os efeitos de uma intervenção intersetorial a fim de promover relações e práticas significativas de leitura e escrita com os gêneros acadêmicos (GA) e ressignificar o sofrimento no contexto do ensino superior. Trata-se de uma pesquisa intervenção, qualitativa, junto a alunos do ensino superior. Foram propostos encontros semanais abordando experiências e práticas de leitura e escrita, conhecimento e posições subjetivas dos GA. Ao longo da intervenção evidenciaram-se mudanças nas posições quanto às experiências e condições de letramento que passaram a ser reconhecidas como constituídas histórica e coletivamente. Assim, os acadêmicos ressignificaram suas experiências e avançaram na apropriação dos GA e no enfrentamento do sofrimento vivências acadêmicas. O estudo possibilitou condições e reflexões que culminaram no protagonismo desses estudantes, enfatizando a necessidade da implementação de ações, no âmbito da assistência estudantil, voltadas às condições de letramento.
Introdução: Dentre as alterações fisiológicas do processo de envelhecimento humano, a perda auditiva relacionada à idade é uma das mais frequentes e incapacitantes, pois diminui o contato social do idoso, podendo afetar suas condições de saúde. Objetivo: Verificar a percepção de idosos sobre a restrição da participação relacionada à perda auditiva. Método: Estudo transversal e quantitativo com idosos maiores de 60 anos que têm perda auditiva, usuários ou não de aparelho de amplificação sonora. Analisou-se a audiometria tonal convencional e aplicou-se o questionário Hearing Handicap Inventory for the Elderly. Resultado: A amostra foi composta por 46 indivíduos, sendo 43,48% (n=20) do sexo feminino e 56,52% (n=26) do sexo masculino. A idade média foi 74,78 anos, com desvio padrão de 7,96 anos. A perda auditiva de maior ocorrência, em 73,91% (n=34) da amostra, foi do tipo neurossensorial bilateral e de configuração descendente, sendo que 50% (n=23) não usava aparelho de amplificação sonora individual, 45,65% (n=21) afirmou usá-lo e 4,35 (n=2) não respondeu essa questão. Quanto à participação, 82,6% dos idosos relatou restrições para participar de atividades sociais, sendo 50% da amostra (n=23) com percepção significativa. No geral, tal restrição foi maior no gênero masculino, na perda auditiva neurossensorial de grau moderado e configuração descendente, com idade até 79 anos e que não utilizavam o referido aparelho. Conclusão: Os idosos com perda auditiva apresentaram percepção significativa da restrição da participação, principalmente os que não utilizam aparelho de amplificação sonora individual, impactando negativamente sua qualidade de vida.
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