Abstract:Os militares que chegaram ao poder em 1964 por um golpe de Estado foram, no início, habilmente controlados por sua ala liberal e fortemente apoiados por políticos profissionais e setores da sociedade civil. Em 1968, esses militares procuravam, a todo custo, encontrar um caminho para dar continuidade a tal aventura e manter algumas insti-AÇÃO AFIRMATIVA, AUTORITARISMO E LIBERALISMO NO BRASIL DE 1968 1 Antonio Sérgio Alfredo Guimarães RESUMO Em 1964, um golpe militar pôs fim à experiência democrática brasilei… Show more
“…O que dá base a essa forma de operar na colonialidade é a ideia de raça, que emergiu como categoria analítica e política à medida que o mundo passou a ser dividido entre as raças ocidentais (pretensamente "superiores") e as outras raças (pretensamente "inferiores") na modernidade. A classificação racial preconceituosa e discriminatória, desde então, acompanha aberta ou veladamente as teorias em todas as áreas do saber, reservadas, obviamente, as particularidades das formações sociais (GUIMARÃES, 1995).…”
Section: O Neoliberalismo E O Racismo: Uma Equação Perigosa à Populaç...unclassified
Este ensaio objetiva reafirmar o debate sobre a transversalização do conteúdo acerca das relações étnico-raciais na formação profissional de assistentes sociais, considerando o enlaçamento entre o neoliberalismo e o racismo no Brasil, o qual produz muitos impactos, seja no que toca à violação de direitos ou à naturalização de políticas públicas que não preservam vidas negras, com destaque para a política de segurança pública, que tem – nas ações da polícia militar e no encarceramento em massa – meios de manter o controle social da superpopulação relativa estagnada. Estas reflexões encontram sustentação no projeto ético-político do Serviço Social, em que um de seus pilares constitui as atuais Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Por isso, avalia-se que a formação profissional pode impulsionar e expandir elaborações teóricas e práticas antirracistas que visem à preservação da vida humana como um direito inalienável, independentemente de classe social, raça/etnia, credo religioso, orientação sexual e nacionalidade.
“…O que dá base a essa forma de operar na colonialidade é a ideia de raça, que emergiu como categoria analítica e política à medida que o mundo passou a ser dividido entre as raças ocidentais (pretensamente "superiores") e as outras raças (pretensamente "inferiores") na modernidade. A classificação racial preconceituosa e discriminatória, desde então, acompanha aberta ou veladamente as teorias em todas as áreas do saber, reservadas, obviamente, as particularidades das formações sociais (GUIMARÃES, 1995).…”
Section: O Neoliberalismo E O Racismo: Uma Equação Perigosa à Populaç...unclassified
Este ensaio objetiva reafirmar o debate sobre a transversalização do conteúdo acerca das relações étnico-raciais na formação profissional de assistentes sociais, considerando o enlaçamento entre o neoliberalismo e o racismo no Brasil, o qual produz muitos impactos, seja no que toca à violação de direitos ou à naturalização de políticas públicas que não preservam vidas negras, com destaque para a política de segurança pública, que tem – nas ações da polícia militar e no encarceramento em massa – meios de manter o controle social da superpopulação relativa estagnada. Estas reflexões encontram sustentação no projeto ético-político do Serviço Social, em que um de seus pilares constitui as atuais Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Por isso, avalia-se que a formação profissional pode impulsionar e expandir elaborações teóricas e práticas antirracistas que visem à preservação da vida humana como um direito inalienável, independentemente de classe social, raça/etnia, credo religioso, orientação sexual e nacionalidade.
“…Nas décadas que precederam as discussões sobre ações afirmativas, especialmente para acesso às universidades brasileiras, havia um silenciamento sobre racismo, pois em toda a sociedade pairava o discurso de que, no Brasil, a discriminação não era como em outros países, nem este era representado pelo ódio entre raças ou até mesmo por atos de violência (Contins & Sant'ana, 1996;Fernandes, 1972;Guimaraes, 2015;Kawakami & Jodas, 2013;Oliven, 2009;Rodrigues, 2011). No entanto, com o estabelecimento de cotas, os preconceitos foram revelados de diversas formas.…”
The study aims to analyze the quota policies for black students from public school of five state public universities of the state of Parana, in Brazil, concerning its similarities and differences, potentials and limits, strategies and procedures used for implantation and implementation of set-aside policies. Institutional documents as well as semi-structured interviews with institutional actors were used as data source. The Cycle of Policies was used for the analysis through which contexts of influence, text production and practices of quotas were exploited (Ball et al., 2016; Bowe et al., 1992). Finishing up the analysis, it was noticed that each university adopted different models of quotas according to its possibilities and limitations. The actors involved in the quotas also went through difficulties during the process, from the text production to its implementation. According to the reports, it was possible to verify that the text production generated limitations to the access of black male and female students from public school, which could have been greater since the first years of the adoption of quotas. The lack of evaluation and monitoring was also highlighted in the analysis, which is a weakness of quotas in higher education institutions.
“…O mito da democracia racial tem representado um campo discursivo autoritário, uma vez que se fecha completamente a qualquer realidade empírica de desigualdade estrutural de poder que requeira a implementação de políticas públicas voltadas à concretização de direitos de sujeitos pertencentes a grupos sociais específicos. Essa ideologia racial toma o racismo como manifestações de indivíduos e nega seu caráter institucional e estruturante das relações sociais brasileiras (Guimarães, 2015).…”
Nosso objetivo consiste em analisar a problemática da democratização do acesso às instituições públicas de educação superior no Brasil, com foco em algumas disputas do processo constituinte de 1987/88 e nas percepções de estudantes de ensino médio de escola pública sobre vestibular, ações afirmativas, universidade pública e direito à educação. Buscamos compreender essas narrativas a partir do marco teórico-conceitual de Constituição radical e de sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Enquanto procedimento metodológico, realizamos uma pesquisa sociojurídica empírica, de cunho qualitativo, que teve como fontes de coleta de dados alguns fragmentos de atas das audiências públicas realizadas pela Subcomissão dos Negros e da Educação no âmbito da Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88, e as entrevistas semiestruturadas com estudantes. Para a interpretação dos dados obtidos, procuramos utilizar as ferramentas da Análise de Conteúdo. Em termos de tensão entre poder constituinte e poder constituído, diferentes narrativas estiveram em conflito pela significação social do direito à educação e do acesso ao ensino superior na Constituinte de 1987/88. Embora a narrativa do mérito individual tenha se tornado hegemônica, a linguagem dos direitos expressa pela Constituição Federal de 1988 e o alargamento do círculo de seus intérpretes têm possibilitado novos campos semânticos para que os movimentos negro, de luta pelo direito à educação e estudantes de ensino médio público reivindiquem uma gramática jurídica compatível com as suas experiências sociais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.