ResumoConsiderando as reflexões de Michel Foucault sobre a parresia, ou coragem da verdade e a ética na democracia, focalizo, nesse texto, as experiências de algumas militantes feministas envolvidas na luta contra a Ditadura militar brasileira, assim como na defesa dos direitos das mulheres. A partir das narrativas autobiográficas de Amelinha Teles, Crimeia Schmidt de Almeida, Gabriela Silva Leite e Ivone Gebara, destaco como a coragem da verdade, mesmo em situações de risco fez parte de suas construções subjetivas enquanto sujeitos éticos, permitindo articular subjetividade e política no próprio movimento das lutas sociais.Palavras-chave: Foucault. Feminismo. Parresia. Subjetividade. Ética.
AbstractConsidering Michel Foucault´s reflections on "parrhesia" or the courage of truth and ethics in democracy, I focus on the experience of some Brazilian feminist activists who fought against military dictatorship in Brazil as well as in defense of women´s rights. I analyse the autobiographical narratives of Amelinha Teles, Crimeia Schmidt de Almeida, Gabriela Silva Leite e Ivone Gebara, highlighting the courage of truth-telling even in moments of extreme danger as processes of self-constitution as ethical subjects. Subjectivity and Politcs are then articulated in the proper motion of the social struggles.Keywords: Foucault. Feminism. Parrhesia. Subjectivity. Ethics.
Embora muitas feministas tenham questionado a utilidade dos conceitos de MichelFoucault para pensar a teoria e as práticas feministas, produções acadêmicas mais recentes revelam uma atitude mais aberta e atenta em relação ao filósofo, como se constata nos trabalhos