Resumo A Educação Popular em Saúde (EPS) constitui um campo de conhecimentos, saberes e práticas, permeado pela escuta, pelo diálogo e pela ação. Com um conjunto de experiências e produções nacionais, é um movimento político-pedagógico que articula forças de vários segmentos sociais, populares, trabalhadores de saúde, educadores e pesquisadores da saúde coletiva, dentre outros atores. Sendo fundamentada por autores como Paulo Freire, Victor Valla, entre outros, a EPS vem sendo fortalecida nas dimensões da formação, da participação, da gestão e do cuidado em saúde. O Grupo Temático (GT) de EPS da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) vem ajudando a fomentar, desenhar e expressar, apesar do desmonte vivido nos tempos de hoje na cena pública brasileira, processos de vocalizações da construção e desenvolvimento de processos educativos participativos e democráticos no Brasil. O presente artigo apresenta as experimentações e elaborações dos membros do GT através do relato dos componentes do núcleo de coordenação colegiada das últimas gestões, período reconhecido de mudanças nos cenários políticos, sociais, econômicos, educativos, sanitários, incluindo a influência da atual crise planetária que vivemos, pelos efeitos da COVID-19, especialmente na sociedade brasileira.
Este estudo tem como objeto as ações das Cirandas da Vida, em seu dialogismo entre o princípio da comunidade e a esfera institucional na formulação e implementação de políticas de saúde e tenta apreender como a perspectiva popular se expressa com arte na gestão em saúde. Busca capturar como as comunidades exprimem sua história de luta, mediante as linguagens da arte como fertilizadora do princípio de comunidade; analisar como os atores populares se inserem na formulação e implementação dessas políticas; compreender como os diferentes grupos geracionais expressam suas leituras da realidade, no dialogismo vivido na gestão em saúde e analisar como as linguagens da arte contribuem para a construção de atos limite como estratégias de superação das situações-limite apontadas nas rodas das Cirandas. Trabalhamos com a pesquisa ação, constituindo uma comunidade ampliada de pesquisa que procedeu à análise coletiva da experiência. A violência aponta como uma das situações limite, revelando o seu impacto na juventude em situação de conflito com a lei e as linguagens da artes surgem como potências, espaços de expressão, problematização e transgressão da realidade e do envolvimento desses jovens na construção de políticas. Revela ainda o enfoque de gênero e as estratégias de sócio-economia-solidária, bem como práticas de cuidado como atos-limite. O acesso aos serviços de saúde, outra situação limite apontada, revelou a necessidade de fortalecer a humanização da atenção. A arte e as práticas populares de cuidado surgem como potências dos atores populares que ocuparam rodas de gestão, incluindo seus saberes no cotidiano: o inédito viável.
Analisar, em um Centro de Saúde da Família, em Fortaleza-CE, Brasil, as concepções e práticas dos profissionais de saúde acerca da temática da promoção da saúde, propiciando um espaço de reflexão que contribua com o aprimoramento das práticas. Métodos: Desenvolveu-se a metodologia da pesquisa-ação, e os círculos de cultura foram trabalhados como caminho coletivo de problematização e interação no processo de investigação. A pesquisa foi realizada no mês de fevereiro de 2011, durante três encontros que aconteceram no espaço da roda de cogestão, momento em que todos os profissionais estão reunidos. Os encontros foram divididos da seguinte maneira: 1º encontro, apresentação da proposta de trabalho e levantamento do universo vocabular e dos temas geradores; 2º encontro, problematização, fundamentação e reflexão teórico-prática; 3º encontro, elaboração das estratégias de superação das situações-limite, construção de sínteses e avaliação. Resultados: Constatou-se certa indiferenciação conceitual pelos profissionais entre o que significam ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Contudo, a utilização da metodologia problematizadora possibilitou aos participantes a discussão dessa temática, identificando as potencialidades e os desafios de transformação dessas práticas para a construção de um novo olhar sobre a promoção da saúde no contexto do Sistema Único de Saúde. Conclusão: A maioria dos profissionais de saúde identifica a promoção da saúde com a prevenção de doenças. Podemos apontar como um dos aspectos determinantes dessa relação a formação destes profissionais, cuja base foi o modelo biomédico, focalizando suas práticas na doença e direcionando-as para a tentativa de mudanças de comportamento e estilo de vida dos indivíduos.
Era uma vez um texto-provocação construído por seis mãos. Essas mãos pertenciam a três corações e a três mentes de três seres que vinham experimentando em seu cotidiano acadêmico-profissional a potência do sensível. Encharcadas de alegria e afetos, essas mãos teciam algumas reflexões sobre as potencialidades da arte e das múltiplas linguagens no campo da Educação Popular em Saúde e a contribuição dos investimentos na dimensão estética para a ampliação das possibilidades de ação, de produção de conhecimentos e de desvelamento de processos de ensino e de aprendizagens com olhar crítico, participativo, emancipador e, sobretudo, criativo, inclusivo e amoroso. Em diálogo com outros artistas, filósofos e educadores, ensaiavam, ora proseando, ora versificando, sobre alguns desafios que rondam esta intersecção, mas também a potência dessa mistura. Fim! – Ou, na verdade, como você leitor/a vai ver ao final: Fim que sai para dar passagem para uns vários outros tantos começos!
Atriz, educadora popular, contadora de histórias e produtora cultural, brincante de reisado e de outras manifestações artísticas e culturais. Graduada em Artes Cênicas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) no ano de 2010. Especialista em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido pela FIOCRUZ/CE. Atualmente, compõe a equipe técnica do CETRA/ Centro de Estudos do Trabalho e ao Trabalhador e à Trabalhadora, que vem desenvolvendo ações de promoção à Agroecologia, Convivência com o Semiárido e da Socioeconomia Solidária, vem atuando com as juventudes agroecológicas do campo e da cidade, agricultores/as familiares, indígenas, quilombolas e contribuindo em processos de organizações em Rede e de comercialização agroecológica.
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