Resumo: A fase atual de desenvolvimento capitalista tem buscado impor na agricultura um modelo de agricultura tecnificada, com a presença cada vez menor de trabalhadores no campo. Após o incentivo à expansão do cultivo de grãos transgênicos, outro caminho que tem sido aberto é aquele dos biocombustíveisna verdade agrocombustíveis-, vendidos pela mídia como culturas "ecologicamente corretas". Trata-se de mais uma investida do agronegócio para tentar driblar os efeitos da crise pela qual tem passado, e da reapresentação dos monocultivos em grandes extensões, como é o caso da cana-deaçúcar para a produção do álcool combustível, cada vez em maior expansão no campo brasileiro, em especial naquele paulista. Os camponeses, porém, não têm aceitado essas imposições e têm buscado uma alternativa para o próprio futuro, e, com ele, também o nosso. É nesse quadro que a agroecologia tem ganhado cada vez mais espaço e, juntamente com ela, a discussão sobre a retomada da dimensão local do desenvolvimento, de um desenvolvimento que, além de local, seja capaz de autossustentar-se. O presente trabalho tratará dessa discussão a partir de exemplos bem sucedidos de produção e comercialização de produtos agroecológicos que têm proporcionado a camponeses no estado da Paraíba, do Alto Sertão à Zona da Mata, a conquista da liberdade e da autonomia camponesa através da reforma agrária. Palavras-chave: agroecologia; feira agroecológica; mandala; assentamento rural; camponês. 1 Os resultados deste trabalho fazem parte da pesquisa Agricultura para o futuro: práticas alternativas de agricultura camponesa na ótica do desenvolvimento local auto-sustentável, sob minha coordenação. Trabalho originalmente apresentado na Comunicação Coordenada Estratégias de reprodução e resistência camponesa: desafios e perspectivas,
RESUMO A partir dos anos 2000, diversas ações voltadas para a agricultura urbana e periurbana no município de São Paulo surgiram e ganharam força, impactando diretamente a atividade agrícola da maior metrópole brasileira. No extremo sul, houve a atuação do poder público, da Universidade de São Paulo e de diversas ONG, o que levou ao incentivo da prática agroecológica, ao surgimento da única cooperativa de agricultores paulistanos, a Cooperapas, e à ampliação da produção e comercialização de alimentos agroecológicos para a cidade de São Paulo.
Formada por imigrantes japoneses no interior do estado de São Paulo e fruto da cisão da Comunidade Yuba, a Comunidade Sinsei vem mostrando, ao longo de seus 41 anos de existência, que a (u)topia da produção comunitária camponesa, mais do que viável, é possível. O presente artigo trata, de forma sintética, de sua origem, de sua forma de organização baseada no tripé assembléia, caixa comum e religião das atividades econômicas que realiza, da forma como vem construindo sua geografia e das perspectivas para o futuro da comunidade
A presente pesquisa de mestrado teve como objetivo analisar a prática da autogestão na perspectiva libertária e a influência do anarquismo através da análise conceitual da geografia. Para tanto, utilizamos como ponto de apoio para esta análise a Comunidade Autônoma Utopia e Luta, prédio situado no centro de Porto Alegre/RS que recebe este nome por ter sido fruto de uma ocupação no ano de 2005. A escolha por este objetivo se deu a partir da hipótese que territórios se constroem nas mais diversas escalas, em espaços e tempos diferentes, podendo trilhar caminhos de resistência efetiva às formas autoritárias de organização, sendo estas o Estado, os partidos políticos, organizações não governamentais e/ou qualquer forma hierárquica de organização. Para construir a pesquisa, foi necessário elaborar uma ampla revisão teórica do anarquismo, da autogestão e de suas variantes, expostos no primeiro capítulo. Posteriormente, optouse por abordar a Comunidade Autônoma Utopia e Luta onde foram realizadas entrevistas com os moradores e trabalhos de campo. Seguindo a lógica da observação participante, a inserção de campo se pautou nas diversas atividades propostas pela própria Comunidade. Buscou-se nas entrevistas identificar a percepção dos moradores em relação ao prédio onde moram, assim como o sentimento de pertencimento e a consciência de habitar em uma moradia fruto de ocupação e que carrega consigo as insígnias da autonomia, da autogestão, da auto-organização e da reorganização urbana. No terceiro capítulo buscamos investigar através de uma ampla revisão bibliográfica algumas concepções de território, territorialidade, autonomia e poder. Concluímos que as concepções de território, territorialidade, autonomia e poder estão fortemente impressas na Comunidade Autônoma Utopia e Luta através de sua prática de autogestão.
A ocupação da Amazônia executada a partir do golpe militar de 1964 foi orientada por uma lógica de desenvolvimento a ela externa. A visão de vazio demográfico e última fronteira para o capital fundamentou a criação de dois Planos Nacionais de Desenvolvimento e do Programa de Integração Nacional, nos quais os grandes projetos agropecuários, agroflorestais e agrominerais, bem como a construção de rodovias, entre elas a Transamazônica, estavam inseridos. Esse artigo faz uma reflexão sobre a ocupação e controle territorial da Amazônia, destacando a relação entre a construção e ocupação da Transamazônica, a colonização oficial e a repressão à Guerrilha do Araguaia e ao campesinato que ocupava o Sudeste do Pará nos anos 1970, o qual seguiu em luta pela terra e reprodução da vida. O procedimento de construção do artigo se deu por meio de revisão bibliográfica e documental e análise de entrevistas realizadas com camponeses envolvidos na Guerrilha, à luz do referencial teórico da História Oral.
No abstract
Caros leitores, o presente número da Revista Agrária traz ao debate diferentes formas de pensar e construir a relação entre natureza e espaço agrário. Ora o foco está na questão da conservação ambiental, ora nos resultados do uso capitalista da natureza, ora em práticas agrícolas alternativas, em que a natureza é repensada e recolocada no centro da produção. Considerando os tempos por nós vividos, e as tragédias decorrentes de um uso exaustivo e, por que não dizer, bárbaro, da natureza, as questões aqui colocadas são urgentes e apontam novos caminhos para orientar nossa práxis acadêmica. Ao todo são oito olhares distintos e ao mesmo tempo complementares sobre a questão, que, com grande alegria trazemos a público neste número. Na seção Dossiê, Ocimar Bim e Sueli Furlan abrem as discussões com o artigo Mosaico do Jacupiranga-Vale do Ribeira/SP: conservação, conflitos
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