O presente trabalho integra uma pesquisa mais ampla sobre as creches comunitárias na cidade de Fortaleza. Apresentamos aqui a análise das entrevistas realizadas com 25 professoras e 48 famílias usuárias dessas creches, que procuraram captar as suas percepções sobre o trabalho desenvolvido por esse tipo de equipamento. As educadoras trazem opiniões marcadas por preconceitos e falta de informações tanto acerca da creche como das crianças e de suas famílias. Na visão das famílias, de um modo geral, a creche está realizando bem a sua função. Os dois grupos parecem carecer de modelos de atendimentos de qualidade como parâmetros para as suas avaliações. Ressaltamos a persistência da precariedade desses equipamentos e a necessidade urgente de se prover as famílias usuárias e os grupos que defendem os interesses populares de informações acerca da especificidade da qualidade da educação infantil a fim de que possam identificar tais precariedades e buscar estratégias para superá-las.
Partindo do contexto brasileiro em relação à educação de crianças pequenas, o presente artigo coloca em discussão a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil, continuando o diálogo que temos estabelecido com nossos colegas professores, pesquisadores e militantes desde o início desse processo. É destacado o papel desempenhado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), não apenas pelo seu caráter normativo, mas especialmente por evidenciar um amadurecimento da epistemologia do trabalho com as crianças em instituições educativas, e por apresentar os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, os campos de experiência propostos, concluindo com um alerta para as condições necessárias para a implantação da Base.
O artigo examina o trajeto da representação de escola num grupo de crianças pobres ao longo do seu primeiro ano de escolaridade. Foram realizadas entrevistas e aplicadas adaptações de dois procedimentos: Desenhos-Estórias e Histórias para Completar. A análise indicou que as representações iniciais evoluem negativamente. Observações em sala de aula e entrevistas com professoras revelaram incompetência pedagógica e atitudes negativas em relação à criança pobre e sua família. Os pais, que vêem na escolarização dos filhos a esperança de melhores dias, tentam amoldá-los à escola. O saldo é o fracasso escolar e a diminuição da auto-estima das crianças.
Resumo A intervenção do judiciário nas políticas de educação infantil tem favorecido a consolidação do direito à educação das crianças de 0 a 5 anos. Tal processo, estudado no contexto da judicialização das políticas públicas, gera impactos positivos e negativos sobre as ações governamentais. Esse artigo tem por objetivo analisar os efeitos diretos e indiretos da judicialização da educação infantil realizada com medidas judiciais e extrajudiciais em nove municípios, distribuídos em quatro estados. Adotou-se a abordagem qualitativa, com enfoque em estudos de caso, analisando como as Ações Civis Públicas e os Termos de Ajuste de Conduta alteraram a gestão e o planejamento municipal nos casos selecionados.
RESUMOO artigo parte dos pressupostos de que as crianças têm direito e são competentes para falar sobre as suas experiências e de que conhecer suas perspectivas sobre suas experiências educacionais enriquece e amplia o nosso conhecimento sobre elas. As falas produzidas em várias pesquisas que ouviram crianças no Brasil informam, dentre muitas outras coisas que: fazer amigos e brincar é o que mais apreciam; uma alimentação saborosa é muito importante; a boa professora é sensível às suas demandas e não grita nem castiga; não gostam das tarefas que lhes tomam tanto tempo da rotina; e, no caso das crianças negras, enfrentam problemas para construir uma boa imagem de si. São indicações fundamentais para políticas voltadas a essa etapa da educação, como políticas de formação inicial e continuada de professores, de currículo, de construção e reforma de prédios escolares, aquisição de brinquedos e livros infantis.Palavras-chave: Pesquisa com crianças. Política de Educação Infantil. Professora de educação Infantil.Currículo na Educação Infantil. Identidade étnico-racial. ABSTRACTThe present article is based on the assumption that children have the right and are capable of talking about their experiences, and that knowing their perspectives about their educational experiences enriches and expands our knowledge about them. The statements produced in several researches that have heard children in Brazil informed, among many other things that: making friends and playing is what they appreciate the most; a tasty alimentation is very important; a good teacher is sensitive to their demands and doesn't yell or punishes; they don't like assignments that take much time in the routine; and, in the case of black children, they face problems in building a good image of themselves. These are fundamental indications for policies aimed at this stage of education, such as initial and continued teacher formation policies, curriculum, school building's construction and renovation, the purchase of toys and children's books. Keywords:Researches with children. Child education policy. Teacher of early childhood education.Curriculum in Early Childhood Education. Ethnic-racial identity. RESUMENEste artículo parte de los presupuestos que los niños tienen derecho y son capaces de hablar sobre sus experiencias y que conocer sus perspectivas sobre sus experiencias educativas enriquece y amplia nuestro conocimiento sobre ellos. Las alocuciones producidas en varias investigaciones que escucharon a niños en Brasil informan, entre muchas otras cosas que: hacer amigos y jugar es lo que más valorizan; una alimentación sabrosa es muy importante; la buena profesora es sensible a sus demandas y no grita ni castiga; no les gustan las tareas que les demandan mucho tiempo de su rutina; y, en el caso de niños negros, enfrentan problemas para construir una buena imagen de sí mismos. Estas son indicaciones fundamentales para políticas orientadas a esa etapa de la educación, como políticas de formación inicial y continuada de profesores, de currículo, de construcci...
O artigo traz elementos relativos às exigências postas para a Educação Infantil pela pandemia da COVID-19. São evidenciadas demandas de maior coordenação e comprometimento entre as gestões dos níveis municipal, estadual e federal e de colaboração intersetorial envolvendo Educação, Assistência Social e Saúde, entre outros setores. Defendemos que, no planejamento do retorno, cada creche e pré-escola considere as crianças como prioridade e tenha como referência os princípios, conhecimentos e valores já construídos na área e expressos na legislação. Esse planejamento deve ser coletivo, para que todos contribuam e se responsabilizem pelas decisões. A clareza sobre a identidade da Educação Infantil deve guiar o diálogo com outras áreas e contribuir para a qualidade da educação de bebês, crianças bem pequenas e pequenas, garantindo os direitos desses sujeitos, de suas famílias e dos profissionais.
O encontro com a professora Maria Helena Patto na graduação em Psicologia influenciou profundamente as minhas opções teóricas, profissionais e políticas. As suas ideias e posições, que me impressionaram nesse momento, adquiriram mais sentido ao longo da sua orientação da minha dissertação de mestrado e tese de doutorado. Na dissertação, ouvi um grupo de crianças pobres para acompanhar as transformações da representação de escola durante o seu primeiro ano nessa instituição. A tese investigou como a escola se apropriava do projeto Ciclo Básico, buscando compreender o processo de mudança em curso. Nesses trabalhos, ficou clara a necessidade de procurar apreender o ponto de vista dos sujeitos que integram as instituições educativas e situar os fatos historicamente, considerando as suas relações com o contexto socioeconômico, político e cultural. Também a capacidade de me indignar diante de situações que desrespeitam a dignidade humana são parte do meu aprendizado com a Maria Helena.
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