“…Neste momento, ganha força a percepção de que não existe um ser mulher, universal (confundido com as mulheres brancas das camadas médias e altas); as mulheres são muitas, e oprimidas também a partir de seus lugares de raça/etnia, classe, origem, geografia, e outros marcadores. Teóricas(os) apontam os textos de Judith Butler como paradigmáticos do período (Cruz;Dias, 2015;Ribeiro, 2018), além dos textos de mulheres que há tempos falavam das diferenças e de como as pautas e slogans começavam e terminavam nas mulheres brancas, caso de Angela Davis ( 2004) 4 e, no Brasil, de Lélia Gonzalez (2019), entre outras. Feminismo que é marcado por uma relação importante com a academia e pela adoção, paulatina, do conceito de gênero como operacionalizador de pesquisas -o que permite a abertura para estudos que trazem à tona os condicionantes da heterossexualidade compulsória (Butler, 2003) e, logo depois, para questionar também a lógica cisgênero normativa (Louro, 2004).…”