O impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana é um problema que tem merecido atenção da comunidade científica em todo o mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento. O consumo de agrotóxicos na região sudeste do Brasil está estimado em 12kg de agrotóxico/trabalhador/ano. Em algumas áreas agrícolas do Estado do Rio de Janeiro, como na região da Microbacia do Córrego de São Lourenço, Nova Friburgo, o consumo de agrotóxico foi estimado em 56kg de agrotóxico/trabalhador/ano. Elevados níveis de contaminação humana e ambiental foram encontrados nesta região, como decorrência do uso extensivo destes agentes químicos. A avaliação do impacto sobre a saúde humana implica o conhecimento e a visualização da importância/magnitude relativa de cada uma das vias de contaminação. Inúmeros fatores, que, em geral, encontram-se inter-relacionados, contribuem para a situação encontrada na Microbacia do Córrego de São Lourenço e a forma mais adequada de se avaliar toda a dimensão deste problema é o uso de uma abordagem integrada.
ResumoObjetivo A elevada utilização de agrotóxicos, sem os cuidados necessários, tem contribuído para a degradação ambiental e o aumento das intoxicações ocupacionais, sendo um dos principais problemas de saúde pública no meio rural brasileiro. O objetivo do trabalho é avaliar a exposição de um grupo de trabalhadores da área rural do Estado do Rio de Janeiro a agrotóxicos anticolinesterásicos, através das atividades da acetilcolinesterase eritrocitária (AChE) e da butirilcolinesterase plasmática (BChE), e o impacto de alguns indicadores socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos sobre a contaminação humana. Métodos Para a avaliação da exposição de 300 agricultores residentes em cinco comunidades do distrito de Magé, RJ, uma amostra aleatória de 55 trabalhadores foi selecionada e determinadas as atividades individuais de acetilcolinesterase eritrocitártia (AChE) e butirilcolinesterase plasmática (BChE). As atividades enzimáticas foram avaliadas segundo o método de Ellman modificado por Oliveira-Silva. Dados socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos para cada trabalhador da amostra foram obtidos em entrevista estruturada. O possível papel dos indicadores socioeconômicos e de uso de agrotóxicos sobre o nível de contaminação dos trabalhadores foi estimado por análise de regressão linear múltipla, utilizando-se a atividade enzimática como variável dependente e os indicadores socioeconômicos e de uso de agrotóxicos como variáveis independentes. Resultados e ConclusõesOs dados obtidos mostraram resultados distintos em relação à incidência da exposição excessiva, de acordo com o indicador enzimático utilizado. No grupo de trabalhadores, 3,6% (2) foram identificados pelos resultados de BChE e 41,8% (23) pela AChE, sendo considerados intoxicados indivíduos com pelo menos um dos indicadores positivos. A avaliação desses dados frente aos indicadores socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos, destaca a importância do nível de escolaridade sobre a prevalência das intoxicações. Para os demais determinantes estudados, nenhuma correlação significativa foi tão evidente. Descritores
Resumo ObjetivoAnalisar os aspectos de comunicação relacionados ao procedimento de uso de agrotóxicos em uma região agrícola. Métodos O estudo foi realizado na região da Microbacia do Córrego de São Lourenço, Estado do Rio de Janeiro. Baseia-se em triangulação metodológica, utilizando: entrevistas semi-estruturadas e observações de uma amostra da população residente na área de estudo (aproximadamente 600 habitantes); questionário elaborado para a caracterização do perfil da comunidade; e registro de palestras proferidas por agrônomos e outros profissionais do comércio e do poder público para a comunidade. Resultados e DiscussãoDesvelaram-se algumas questões, como: o histórico de desinformação na região; a linguagem técnica empregada em ações educativas e de treinamento, impossibilitando a apropriação do conhecimento por parte do trabalhador rural; e a pressão da indústria/comércio, que cria "necessidades" para legitimar a venda desses produtos, resultando num processo de comunicação que realimenta a inserção desfavorável do homem do campo em uma economia de mercado mais ampla. Abstract Objective To assess communications aspects related to pesticide use in a rural
Importantes agentes para defesa contra armas de guerra química são reativadores da acetilcolinesterase humana (huAChE) inibida por compostos organofosforados neurotóxicos (OP), e precisam de uma permeabilidade razoável pela barreira hematoencefálica (HB). Neste trabalho, oximas neutras, que penetram HB melhor do que as oximas catiônicas atualmente utilizadas como agentes de defesa, foram testadas como reativadores da huAChE inibida com paraoxon usando o método de Ellman modificado e pralidoxima (2-PAM) como padrão positivo. A oxima neutra mais ativa foi a 2-tiofenoaldoxima, que reativou 93% da huAChE inibida, sendo 12% mais eficiente do que a 2-PAM. Os resultados mostraram que oximas neutras simples possuem potencial para atuarem como antídotos para intoxicação com OPs neurotóxicos, sugerindo maior investigação no desenvolvimento de agentes de defesa neutros.Important defense agents against chemical warfare weapons, which are reactivators of human acetylcholinesterase (huAChE) inhibited by neurotoxic organophosphorus compounds (OP), need a reasonable permeation of the hematoencephalic barrier (HB). In this work, neutral oximes, which permeate HB better than the cationic oximes currently used as defense agents, were tested as reactivators of huAChE inhibited with paraoxon using the modified Ellman test with pralidoxime (2-PAM) as positive standard. The most active neutral oxime was (thiophen-2-yl)aldoxime, which reactivated 93% of the inhibited huAChE and was 12% more effective than 2-PAM. The results showed that simple neutral oximes have potential to function as antidotes for intoxication with neurotoxic OPs, suggesting further research on the development of neutral defense agents.Keywords: neutral oximes, huAChE reactivation, paraoxon, chemical warfare, (thiophen-2-yl)aldoxime IntroductionIntoxication with neurotoxic organophosphorus compounds is a serious problem caused by some pesticides used in agriculture, such as paraoxon (1) and malathion (2) ( Figure 1) and chemical warfare agents. [1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11] According to the World Health Organization, there are about 220,000 intoxications with organophosphorus pesticides throughout the world every year, leading to approximately 20,000 deaths. 1,[12][13][14] The most dangerous neurotoxic compounds are the chemical warfare agents soman (3), sarin (4), tabun (5) and VX (6) ( Figure 1). Though their use is prohibited by the United Nations, these agents have been employed as weapons by terrorist groups and by countries that did not sign the Chemical Weapon Convention administered by the Organization for the Prohibition of Chemical Weapons (OPCW).The principal target for the action of neurotoxic organophosphorus compounds is the enzyme acetylcholinesterase (AChE), a serine hydrolase that controls the nerve impulses at the cholinergic receptors in the central and peripheral nervous systems. 1,15-20 As shown in Ribeiro et al. 1217 Vol. 23, No. 7, 2012 Figure 2, the function of AChE (7) is the hydrolysis of the nerve impulse transmitter acetylcholine...
Environmental and occupational exposure to benzene from fuels is a major cause for concern for national and international authorities, as benzene is a known carcinogen in humans and there is no safe limit for exposure to carcinogens. The objective of this study was to evaluate the genotoxic effects of chronic occupational exposure to benzene among two groups of workers: filling station workers (Group I) and security guards working at vehicles entrances (Group II), both on the same busy highway in Rio de Janeiro, Brazil. Sociodemographic data on the workers were evaluated; the concentration of benzene/toluene (B/T) in atmospheric air and individual trans,trans-muconic acid (ttMA) and S-phenylmercapturic acid (S-PMA) were measured; oxidative stress was analyzed by catalase (CAT), glutathione S-transferase (GST), superoxide dismutase (SOD), thiol groups (THIOL) and malondialdehyde (MDA); genotoxicity was measured by metaphases with chromosomal abnormalities (MCA) and nuclear abnormalities, comet assay using the enzyme formamidopyrimidine DNA glycosylase (C-FPG), and methylation of repetitive element LINE-1, CDKN2B and KLF6 genes. Eighty-six workers participated: 51 from Group I and 35 from Group II. The B/T ratio was similar for both groups, but Group I had greater oscillation of benzene concentrations because of their work activities. No differences in ttMA and S-PMA, and no clinical changes were found between both groups, but linearity was observed between leukocyte count and ttMA; and 15% of workers had leukocyte counts less than 4.5 × 109 cells L−1, demanding close worker’s attention. No differences were observed between the two groups for THIOL, MDA, MCA, or nuclear abnormalities. A multiple linear relationship was obtained for the biomarkers MCA and C-FPG. A significant correlation was found between length of time in current job and the biomarkers C-FPG, MCA, GST, and MDA. Although both populations had chronic exposure to benzene, the filling station workers were exposed to higher concentrations of benzene during their work activities, indicating an increased risk of DNA damage.
O Aldicarb, conhecido vulgarmente como "chumbinho", é comercializado clandestinamente no Estado do Rio de Janeiro e está envolvido com envenenamentos, suicídios e homicídios, acarretando um grave problema de saúde pública. Este trabalho objetiva apresentar o perfil de mortalidade por Aldicarb no Estado do Rio de Janeiro, referente ao período de 1998 a 2005. Através de um banco de dados secundários do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP/RJ),que contém resultados de laudos toxicológicos e características dos periciados, foi realizado um estudo descritivo. Foram detectados 746 casos positivos de intoxicação por Aldicarb. O sexo masculino (67,2%) prevaleceu sobre o feminino (32,8%). Quanto à idade, há um predomínio de intoxicação entre indivíduos adultos (56%). Em relação à cor da pele, prevaleceu a cor branca (52,1%). O período com os maiores números de casos foi o de 1998 a 1999 (43,5%). O município com maior concentração de casos foi o Rio de Janeiro, com 440 (59,8%). Dos 746 casos, 601 (80,6%) tinham informações das circunstâncias, sendo que a maior prevalência de hospitalização foi para circunstância indeterminada com remoção do cadáver em via pública (45,1%). Sua comercialização e uso irregular, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro, demonstram que ações de fiscalização para coibir a sua utilização deveriam ser mais intensas.
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