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Resumo: O problema da avaliação das argumentações é um dos pontos que maiores dificuldades apresenta na teorização deste campo. Independentemente da tónica que os teóricos possam colocar na dimensão descritiva ou na dimensão normativa das suas investigações, o facto é que a avaliação é uma das molas da dinâmica interactiva e, simultaneamente, um dos corolários da argumentação como arte prática, ou seja, enquanto indissociável de tomadas de posição relativamente àquilo que nenhum conhecimento ou outra pessoa pode, verdadeiramente, decidir por nós: a construção e adopção de perspectivas. Considerando que nenhuma argumentação se esgota na avaliação de argumentos micro e abstractamente considerados, mas remete também para a própria representação ou imagem social do que seja «uma argumentação» -atestado, por exemplo, em frases como «se não me quer ouvir não vale a pena estarmos para aqui a argumentar» ou «assim não vale a pena; isto é um diálogo de surdos» -, procurou-se neste artigo abordar a pergunta «com que é que se parece uma argumentação?» de modo a destacarmos a importância e o peso que as representações da argumentação têm sobre o próprio acto social de argumentar e sugerir vias de enquadramento para uma reflexão sobre as competências argumentativas e para a ideia de uma literacia retórico-argumentativa.
Resenha do livro Retórica e Discurso Fronteiras e interfaces: das origens aos desdobramentos atuais. Homenagem à professora Lineide do Lago Salvador Mosca
Resumo: O presente trabalho visa a refletir sobre a força enunciativa da figura retórica da ironia, que se constitui de um raciocínio argumentativo indireto, mas não menos persuasivo. Ao afirmar o contrário do que realmente se deseja enunciar, ao pôr em destaque uma conclusão diferente daquela que se pretende e suas consequências, ao apontar a absurdidade, a falta de lógica, a contrariedade aos princípios admitidos, estabelecese uma distância, pelo menos parcial, entre orador e auditório. Partindo de conhecimentos em comum acerca de fatos, normas ou opiniões, e mesmo a respeito das posições pessoais do orador, a ironia expõe aquele a quem é dirigida a uma argumentação de forte impacto. Nesse processo, o lógos revela as diferenças, os níveis de tensões entre os interlocutores, podendo, como resultado, reforçar as identidades fracas, reduzir as diferenças fortes, ou mesmo, estabelecer o distanciamento definitivo. A presente análise será realizada a partir do ferramental da Nova Retórica perelmaniana, observando o papel persuasivo dessa figura retórica nas manobras de influência daquele que a enuncia. Tendo em vista que partimos dos textos escritos em língua grega, a gramática do Prof. Henrique Murachco será o nosso aparato teórico para as traduções em língua portuguesa.
O presente número de Comunicação e Sociedade é dedicado ao tema Comunicação, Argumentação e Retórica. Reúne um conjunto de textos em que são abordadas problemáticas relativas ao discurso argumentativo e ao papel da retórica no seio das práticas sociais...
Partindo da ideia de que a afirmação da objetividade é sempre produto de estratégias de objetivação, propõe-se neste texto caracterizar e assinalar a importância dos “estreitamentos focais” como um tipo de estratégia argumentativa mas, também, como uma forma de exercício de poder. Por outro lado — e à luz da noção de “estreitamento focal” — retomaremos a questão da articulação entre argumentação e demonstração, focando-nos na forma como acontece a construção argumentativa da demonstração. A interrogação final incide sobre o significado e as consequências sociais da valorização pragmática do demonstrativo enquanto dispositivo de poder e dominação.
A Revista de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação – EID&A – convidou para uma conversa o professor Rui Alexandre Grácio, autor de diversas obras dedicadas aos estudos da retórica, da argumentação e do discurso. Rui Grácio, além de inventivo e inquieto questionador e pensador, é ainda filósofo de formação, ensaísta, tradutor, editor, resenhista, poeta, compositor. Uma das bandeiras desse autor é convocar a incerteza para o foco de discussão, não só em nossa vida cotidiana, como no próprio ensino da argumentação, tema bastante explorado por ele. É o que podemos conferir nesta entrevista.
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