RESUMO: "Ação antiúlcera das aroeiras Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-dapraia) e Myracrodruon urundeuva Allemão, Anacardiaceae (aroeira-do-sertão)". Foram avaliados, em ratos e camundongos, os efeitos antiúlcera de duas plantas usadas popularmente no Brasil para o tratamento de "males gástricos": a Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-dapraia) e a Myracrodruon urundeuva Allemão (aroeira-do-sertão). Os decoctos de ambas as plantas apresentaram um marcante efeito protetor da mucosa gástrica contra as ulcerações induzidas por estresse de imobilização em baixa temperatura em ratos. Ambas as plantas apresentaram, ainda: elevação do pH, do volume do conteúdo gástrico, redução das hemorragias gástricas e do trânsito intestinal em camundongos, mesmo em doses tão reduzidas quanto 3,4 mg/kg (1/4 da dose utilizada pelo homem).Unitermos: Schinus terebenthifolius, Myracrodruon urundeuva, pH, trânsito intestinal; úlcera gástrica; hemorragia gástrica. ABSTRACT: Schinus terebinthifoliusRaddi and the Myracrodruon urundeuva Allemão were evaluated in rats and mice for antiulcer effects, as these two plants are widely used in Brazil for gastric ulcer treatment. Extracts of the plants showed a marked protective effect against gastric ulcerations induced by immobilization stress at low temperature in rats. They also showed an increase in the pH and volume of the gastric contents, and reduction in gastric hemorrhage in rats, and decrease in intestinal transit in mice, even at the low doses of 3.4 mg/kg (1/4 of the dose used by humans).

Abstract:The diversifi ed genus Passifl ora is well distributed all over Brazil, and many species have been long used as medicinal plants, mainly against anxiety disturbances. This effect has been attributed to its rich fl avonoid composition. Flavonoids' main class, fl avonoid glycosides, has presented central action, particularly as sedativehypnotic, anxiolytic and analgesic. The objective of the present study was to make a phytochemical screening of fi ve little studied Passifl ora species, in order to evaluate their phenolic composition. For this aim, HPLC-DAD-ESI-MS/MS was used. After the preparation of the hydroalcoholic extracts, each species was evaluated by direct injection electrospray ionization (ESI) and tandem mass spectrometry. Although belonging to the same genus, the composition of each species presented particularities; this justifi es the importance of studies aiming for the phenolic composition of different Passifl ora species. Flavones C-glycosides were detected in all extracts, and are found as the main constituents in P. vitifolia, P. coccinea, P. bahiensis and P. sidifolia. In this last one, fl avone-6,8-di-C-glycoside, apigenin-6-C-rhamnosyl-8-C-arabinoside are present in high content. Cyclopassifl osides were found in high content together with cyanogenic glycosides in P. quadrangularis, while in P. coccinea, besides fl avones-Cglycosides were also found procyanidins.

Siparuna guianensis Aubl., Siparunaceae, is used as anxiolytic plants in folk medicine by South-American indians, "caboclos" and river-dwellers. This work focused the evaluation of phenolic composition of hydroethanolic extract of S. guianensis through HPLC-DAD-ESI/MS/MS. The constituents exhibited protonated, deprotonated and sodiated molecules and the MS/MS fragmentation of protonated, deprotonated and sodiated molecules provided product ions with rich structural information. Vicenin-2 (apigenin-6,8-di-C-glucoside) was the main constituent found in S. guianensis together quercetin-3,7-di-O-rhamnoside and kaempferol-3,7-di-O-rhamnoside. A commercial extract of Passiflora incarnata (Phytomedicine) was used as surrogate standard and also was analyzed through HPLC-DAD-ESI/ MS/MS, showing flavones C-glycosides as constituents, among them, vicenin-2 and vitexin. The main constituent was vitexin. Flavonols triglycosides were also found in low content in S. guianensis and were tentatively characterized as quercetin-3-O-rutinoside-7-O-rhamnoside, quercetin-3-O-pentosyl-pentoside-7-O-rhamnoside and kaempferol-3-O-pentosyl-pentoside-7-O-rhamnoside. Apigenin and kaempferol derivatives had been reported as anxiolytic agents. Flavonoids present in this extract were correlated with flavonoids reported as anxiolytics.

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Tilia species, among which is Tilia cordata Mill. (Tiliaceae), have been used in folk medicine as anxiolytic. The hydroethanolic extract was analyzed by using liquid chromatography with mass spectrometry HPLC-DAD-ESI-MS/MS in negative ion mode, and its chemical composition was compared to flavonoids reported as anxiolytics. The major flavonoids found were: quercetin-3,7-di-O-rhamnoside, kaempferol-3,7-di-O-rhamnoside and kaempferol 3-O-(6"-p-coumaroyl glucoside) or tiliroside. The anxiolytic activity of the genus Tilia has been attributed to the presence of quercetin and kaempferol derivatives, while the anxiolytic activity of T. americana var. Mexicana was attributed to tiliroside, which was also found among the major constituents of this species.Key words: Tilia cordata, HPLC-DAD-ESI-MS/MS, quercetin and kaempferol glycosides, tiliroside. RESUMO:Flavonóides glicosídeos encontrados no extrato hidroalcoólico de Tilia cordata, espécie usada como ansiolítico. As espécies de Tilia, entre elas, a Tilia cordata Mill. (Tiliaceae) são utilizadas como ansiolíticas na medicina popular. O extrato hidroalcoólico foi analisado usando cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas HPLC-DAD-ESI/MS/ MS no modo negativo e a sua composição química foi comparada com os flavonóides já reportados como ansiolíticos. Os principais flavonóides encontrados foram: quercetina-3,7-di-O-rhamnosideo, canferol-3,7-di-O-rhamnosideo, e canferol 3-O-(6"-p-cumaroil glucosideo) ou tilirosideo. A atividade ansiolítica do gênero Tília tem sido atribuída à presença de derivados de canferol e quercetina, enquanto que a atividade ansiolítica da T. americana var. Mexicana foi atribuída ao tilirosideo, o qual também foi encontrado entre os principais constituintes desta espécie. Palavras-chave: Tilia cordata, HPLC-DAD-ESI-MS/MS, glicosídeos de quercetina e canferol, tilirosideoRev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.15, n.2, p.217-224, 2013.

RESUMO: "Tratamento da dependência de drogas com plantas medicinais brasileiras". O tema "Plantas medicinais no tratamento de dependência" em um país deve ser precedido pela resposta a quatro questões: 1. O país em questão possui biodiversidade sufi ciente para permitir a descoberta de remédios naturais úteis? 2. Seus habitantes possuem tradição e cultura de procurar e utilizar recursos da natureza para aliviar e curar doenças, incluindo dependência de drogas? 3. O problema de dependência de drogas está presente no país em questão? 4. Seus habitantes reconhecem e diagnosticam a dependência de drogas como um sério problema? O álcool é, de longe, o mais sério problema de saúde quando o assunto abuso de drogas é considerado, atingindo toda a sociedade brasileira, incluindo os índios. Ao contrário, outras drogas podem ser consideradas como problemas menores e não são o foco principal deste artigo. As pessoas vivendo nas terras brasileiras mais isoladas não têm acesso ao sistema público de saúde. Conseqüentemente, estas pessoas procuram tratamento com curandeiros e raizeiros; ou, no caso dos indígenas, com os shamans. Estes doutores populares não conhecem a medicina e terapêutica acadêmicas e recorrem a plantas locais para tratar as diferentes patologias que acometem seus pacientes. Entretanto, o abuso e dependência de álcool não são vistos por eles como problemas de saúde segundo as regras e critérios da medicina acadêmica. Um levantamento foi feito em diversos livros brasileiros, teses sobre fi toterapia e alguns bancos de dados. Os resultados de tal pesquisa foram frustrantes. Não foram encontrados artigos de autores brasileiros sobre o uso de plantas para o tratamento de dependência de drogas nos bancos de dados consultados e apenas três notas muito curtas em um livro clássico escrito por Shultes e Raffauf (1990). Dos livros brasileiros sobre o uso popular de plantas medicinais, foram obtidas dez menções: a maioria delas sobre o tratamento de problemas relatados ao álcool e duas delas a respeito do tratamento da dependência de "Ayahuasca".Unitermos: Plantas medicinais, dependência de drogas, alcoolismo, Brasil, tratamento, biodiversidade. ABSTRACT:The topic "Herbal Medicines in the Treatment of Addictions" in a country must be preceded by answers to four questions: 1. Does the country in question possess a biodiversity rich enough to allow the discovery of useful medicines? 2. Do local people have tradition and culture to look for and use resources from Nature to alleviate and cure diseases, including drug dependence? 3. Is drug dependence (or addiction) present in the country in question? 4. Do people of that country recognize and diagnose such problem as a serious one? Alcohol is, by far, the most serious health problem when drug abuse is considered, reaching all of Brazilian society, including the Indians. On the contrary, other drugs may be considered as minor problems and they are not the main focus of this manuscript. The people living in Brazilian hinterland don't have access to public health systems. Cons...

Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek é tradicionalmente usada no Brasil para o tratamento de úlcera gástrica. O presente trabalho relata a investigação fitoquímica de um extrato etanólico de folhas de M. ilicifolia (EEMIL) visando o isolamento de constituintes que foram usados como marcadores químicos para monitorar o fracionamento de um extrato aquoso liofilizado de folhas de M. ilicifolia (LAEMIL). De EEMIL, quatro flavonóides foram isolados, compreendendo o triglicosídeo flavônico mauritianina (1), trifolina (2), hyperina (4), e epi-catequina (5). O fracionamento de LAEMIL levou a 5 frações, fornecendo um derivado tetraglicosilado de canferol (3), além do galactitol (6). LAEMIL e suas frações foram avaliadas quanto aos efeitos sobre o volume e pH da secreção gástrica em ratos. Análise por CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) revelou que somente frações contendo o tri-e tetra-glicosídeos flavônicos 1 e 3 causaram aumento significativo de volume gástrico e pH, indicando que esses glicosídeos têm importante papel sob o efeito gastroprotetor de folhas de M. ilicifolia.Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek is traditionally used in Brazil for treatment of gastric ulcers. Here we report the phytochemical investigation of an ethanol extract of M. ilicifolia leaves (EEMIL) aiming at the isolation of constituents which were used as chemical markers to monitor an activity-guided fractionation of a lyophilized aqueous extract of M. ilicifolia leaves (LAEMIL). From EEMIL, four flavonoids were isolated, namely the tri-flavonoid glycosides mauritianin (1), trifolin, (2) hyperin (4), and epi-catechin (5). Fractionation of LAEMIL led to 5 fractions which afforded the tetra-glycoside kaempferol derivative (3), and galactitol (6). LAEMIL and its fractions were evaluated in rats for their effects on gastric secretion volume and pH. HPLC (High Performance Liquid Chromatography) analysis revealed that only fractions containing the tri-and tetra-flavonoid glycosides 1 and 3 caused significant increase of gastric volume and pH, thus indicating that these glycosides play an important role on the gastroprotective effect of M.ilicifolia leaves. Keywords: Maytenus ilicifolia, flavonoid glycosides, gastroprotective activity, liquid chromatography IntroductionMaytenus ilicifolia Mart. ex. Reissek belongs to the Celastraceae, a pantropical family. The species is popularly known as "espinheira-santa", being found in Southern Brazil, and its leaves are traditionally used to treat dispepsy and gastric ulcers.1 The antiulcerogenic activity of M. ilicifolia leaves is well documented. Its aqueous extract causes significant reduction in the number of gastric ulcers induced by both indomethacin and cold- Leite et al. 249 Vol. 21, No. 2, 2010 restraint stress in rats. This protection was similar to that observed with cimetidine, a well known histamine H 2 receptor antagonist.2-4 Investigation of the possible mechanism of action of LAEMIL showed that, as in the case of cimetidine, it antagonises histamine H 2 receptors, although othe...

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