IntroduçãoUma das questões de interesse dos estudos regionais refere-se ao suposto processo de desconcentração espacial da população e das atividades econômicas. Afora as recorrentes controvérsias, que resultaram na difusão de expressões como "reversão da polarização", "desconcentração concentrada", "desenvolvimento poligonal", há pelo menos um relativo consenso acerca das evidências empíricas de queda no ímpeto de crescimento populacional dos grandes centros metropolitanos brasileiros nas últimas décadas do século passado. Embora os processos de urbanização e
Na formação do território brasileiro, os fluxos migratórios internacionais e internos desempenharam papel central. Se as correntes de imigrantes oriundas da África e da Europa fomentaram as atividades econômicas do passado, as novas ondas migratórias, a contar de meados do século XX, conformaram a dinâmica socioespacial brasileira mais recente. Ao lado de tradicionais destinos como o Japão e Estados Unidos, novos movimentos populacionais internos à América do Sul ganharam importância, incluindo os fluxos de entrada no território brasileiro. Em face dessa dinâmica migratória, constitui objetivo principal deste trabalho o levantamento das diferentes nacionalidades dos imigrantes estrangeiros residentes no Brasil e a análise das diferenças na mobilidade espacial interna desses mesmos estrangeiros. De acordo com dados extraídos dos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010, nota-se uma expressiva expansão do número de estrangeiros naturais dos países latino-americanos em terras brasileiras, em especial dos vizinhos do cone sul, e um significativo nível de mobilidade espacial interna dos paraguaios e dos bolivianos.Palavras-chave: mobilidade espacial, migração interna, migração internacional.
IntroduçãoA economia brasileira encontrou, no terceiro quartel do século XIX, um produto que permitiu reintegrá-la às correntes em expansão do comércio internacional, o café; restava resolver, no entanto, o problema da mão de obra.
Large Brazilian cities, particularly those that have experienced rapid population growth since the middle of the last century, have exhibited significant signs of population dispersion in their peripheries in recent decades. A study of the population's spatial redistribution in the Metropolitan Region of Belo Horizonte (MRBH) confirms this finding. In the process of dispersion, the levels of urban commuting increase, and commuting becomes a relevant indicator of the degree of integration within the metropolis. This paper evaluates the current magnitude and main features of reverse commuting, as characterized by the daily displacements of the population that resides not in the periphery but rather in the core. Flows from the metropolitan core towards the peripheral municipalities are examined using sample microdata on the MRBH municipalities from the 2000 and 2010 demographic censuses by combining the variables of "municipality of residence" and "municipality of work/study." The results indicate an increase in reverse commuting in both absolute and relative terms. When this flow is compared to traditional commuting (periphery/center), the relative values are considerable. In some cases, this relationship reaches notably high values, as the case of Confins (the municipality where the international airport is located), and also municipalities that are part of a relatively old conurbation, such as Nova Lima and Betim.
RESUMO:As grandes cidades brasileiras, sobretudo aquelas com rápido crescimento, vêm apresentando nas últimas três décadas sinais de queda no crescimento da população. Diversos fatores têm favorecido essa tendência, tais como aqueles relacionados aos custos sociais resultantes das chamadas "deseconomias de aglomeração", além das políticas públicas periféricos um crescimento da mobilidade, embora tenha ocorrido a redução relativa dos deslocamentos com destino ao núcleo metropolitano. Mesmo que Belo Horizonte tenha mantido sua notória centralidade regional e continue atraindo um expressivo volume dos movimentos de população, há um sensível crescimento no volume da população que trabalha no próprio município de residência, o que sugere um ganho, pelo menos relativo, de autonomia econômica da periferia metropolitana.
A proximidade entre urbanização e migração é evidente. A colonização europeia e o surgimento de núcleos de povoamento dependentes da exploração de recursos naturais foi um processo que atraiu migrantes do mundo inteiro, sobretudo quando metais preciosos eram descobertos. Cidades e povoados ganhavam muito com a imigração em massa, especialmente se a riqueza mineral ocupasse muitos anos de exploração, como ocorreu na America do Norte e no Brasil dos séculos XVIII e XIX. Esse foi o tempo da urbanização esparsa de tipo pré-industrial. Um segundo momento teve início no século XX quando determinadas cidades e regiões concentraram grande número de atividades industriais e imigrantes, a maioria deles de origem rural. No Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo tornaram-se polos regionais e atraíram milhões de imigrantes por várias décadas. Um terceiro momento iniciou-se a partir de 1980 no Brasil, com a dispersão de população e investimentos em direção a cidades de porte médio em diversas regiões do país. Esse artigo expõe algumas evidências empíricas sobre essas três temporalidades e destaca os nexos de causalidade que as explicam.
Artigo recebido para revisão em 16/05/2013 e aceito para publicação em 01/12/2013 Resumo Este trabalho resulta de pesquisa realizada no Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), no âmbito do projeto endogovernamental Geoportal MG 3D. A pesquisa tem por objetivo analisar a dinâmica espacial do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) para a Região de Planejamento Jequitinhonha/Mucuri. Esse indicador foi elaborado pelo Governo de Minas Gerais e sintetiza sete dimensões socioeconômicas dos municípios e regiões do estado: saúde, educação, renda, segurança, saneamento, cultura e finanças. A pesquisa identificou distinções na distribuição territorial do IMRS, em que valores mais elevados do indicador predominam nas regiões meridionais de Minas Gerais, enquanto os valores mais baixos são observados nas regiões setentrionais. No entanto, a pesquisa apontou que, no período 2000-2006, houve significativo incremento nos valores do IMRS nas regiões mais pobres do estado, notadamente na região do Jequitinhonha/Mucuri, foco deste estudo.
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