Resumo Objetivo: Compreender os hábitos, dificuldades e as estratégias alimentares de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA). Método: Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa do tipo exploratória e descritiva, realizada com 14 pais cujos filhos frequentam uma escola de educação especial especializada na educação de pessoas com TEA localizada em uma cidade do extremo sul catarinense, por meio de entrevista semiestruturada, com uso da análise de conteúdo temática. Resultados: Os dados coletados indicaram três categorias temáticas: hábitos alimentares de crianças e adolescentes com TEA; dificuldades alimentares de crianças e adolescentes com TEA; e estratégias alimentares para crianças e adolescentes com TEA. As crianças e adolescentes autistas possuem um considerável consumo de alimentos processados e ultraprocessados, além de comportamentos relativos à recusa alimentar, disfagia, baixa aceitação de alimentos sólidos, compulsão alimentar e sintomas gastrointestinais. Foi possível identificar também uma lacuna no conhecimento dos cuidadores relacionados aos aspectos sensoriais do transtorno envolvidos nos hábitos alimentares de seus filhos. Conclusão: As crianças e adolescentes com TEA apresentam uma alimentação diversificada, com tendência a hábitos alimentares disfuncionais e significativo comprometimento nas atividades sensoriais que dificultam a obtenção e o estabelecimento de uma alimentação saudável.
Este estudo busca falar da importância da abordagem multiprofissional na seletividade alimentar em crianças que apresentam TEA. Trata-se de um estudo descritivo relatando a experiência de Residentes Multiprofissionais. Esta ação foi realizada numa Instituição de Autistas. A amostra é composta por 15 crianças com idades entre 6 a 12 anos. Elaboraram-se práticas interativas que se constituíram em uma abordagem multiprofissional. As práticas foram intervenções musicais, que foram porta de entrada para outras ações e auxiliadoras na construção de vínculo. As músicas tinham conteúdos relacionados à variedade alimentar, e por meio de dinâmicas visuais, olfativas, táteis e motoras, os alimentos eram apresentados às crianças. Finalmente, as atividades foram direcionadas a apresentação dos alimentos a partir de práticas pedagógicas e da degustação. Recomenda-se que as atividades propostas no estudo sejam utilizadas no meio familiar, escolar e pela equipe de saúde, fazendo parte da rotina dessas crianças.
Introdução: A escola é um ambiente essencial para a aprendizagem e socialização. As dificuldades de aprendizagem possuem diferentes origens, por conta de deficiência intelectual ou dificuldades decorrentes do contexto, desta forma, a avaliação psicológica é um importante norteador dos procedimentos de inclusão escolar.Objetivo: Identificar a relação entre crianças que apresentavam dificuldades em sala de aula, conforme relato dos professores, e crianças com características psicológicas sugestivas de deficiência intelectual.Materiais e Métodos: Pesquisa quantitativa, em modelo de pesquisa-intervenção com 20 crianças entre 7 e 10 anos provenientes de cinco escolas públicas do município de Criciúma, Santa Catarina. Os participantes passaram por testagem psicológica com os instrumentos WASI e TDE, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, porcentagem e frequência com o software SPSS.Resultados: Observou-se que 15% das crianças apresentaram índice extremamente baixo no WASI e 12 crianças apresentaram classificação inferior no TDE.Conclusão: Identificou-se que mais da metade apresentou indícios de defasagem escolar decorrente de dificuldades de aprendizagem, e menos da metade apresentou indícios de deficiência intelectual.
A Depressão Infantil pode afetar o processo de aprendizagem das crianças. Sendo assim, o presente artigo visa avaliar a relação entre crianças com sintomas depressivos e dificuldades de aprendizagem. Para atingir os objetivos específicos da pesquisa, a aplicação do Inventário de Depressão Infantil (CDI) foi usada para verificar quais os principais sintomas apresentados pelas crianças. Entrevistamos também os professores das crianças que apresentaram sintomas depressivos para verificar se as mesmas apresentavam dificuldades de aprendizagem. A pesquisa foi qualitativa e quantitativa. A amostra foram as crianças do 2º e 3º ano do ensino fundamental, no total de 58 alunos, mais os professores titulares desses anos, sendo 4 ao total. Os instrumentos utilizados foram o CDI e entrevista semiestruturada. Análise dos resultados foi através do SPSS 20.0 e análise de conteúdo para a entrevista. Conclui-se que a depressão infantil manifesta-se de maneira bem diversificada, trazendo prejuízos a todas as crianças afetadas.
A presente pesquisa visa conhecer a influência dos sintomas ansiosos e depressivos na apropriação do conhecimento nos alunos de medicina de uma universidade brasileira. Conduziu-se dessa forma, um estudo de natureza transversal, descritiva e exploratória com 95 alunos regularmente matriculados em curso de medicina. Foram utilizados 3 instrumentos de avaliação: Escala de Ansiedade de Hamilton, Escala de Depressão do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e um questionário para avaliação da apropriação do conhecimento, criado pelos pesquisadores. Os resultaram apontaram para uma maior presença de sintomas ansiosos e depressivos em acadêmicas do sexo feminino. Além disso, a prevalência de ambos os sintomas foram maiores nos adultos jovens (96.8%), entre 19 aos 24 anos, havendo prejuízo autorreferido significativo na apropriação do conhecimento em alunos com sintomas ansiosos e depressivos moderados e graves. Dessa forma, espera-se que a pesquisa forneça subsídios para novas estratégias e ações interdisciplinares na promoção da saúde da população universitária.
A gravidez na adolescência tornou-se um grave problema de saúde pública, podendo causar sérios comprometimentos físicos e psicológicos, tanto para a mãe quanto para o filho. A partir dessa problemática, objetiva-se identificar as características psicossociais, vulnerabilidades e anseios na vida destas adolescentes. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e com uma abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 41 adolescentes de 13 a 19 anos em um município do Sul Catarinense. A interpretação dos dados ocorreu a partir da técnica de análise de conteúdo, disponibilizadas e discutida em quatro tabelas. Através dos resultados apresentados foi possível concluir que maioria destas adolescentes deseja continuar seus estudos e adentrar no mercado de trabalho, entretanto, tais anseios muitas vezes se apresentam de maneira conflituosa com a nova vida estabelecida durante e após a gravidez, dessa forma, em certas circunstâncias, seus objetivos acabam sendo projetados na vida de seus filhos.
Nas últimas décadas os princípios que orientam a atenção à saúde vêm produzindo mudanças no cenário de prática em saúde, focalizado na atenção primaria à saúde. A assistência domiciliar no sistema público de saúde aponta para a necessidade de novas tecnologias de cuidados continuo e de forma multiprofissional. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo verificar a percepção do usuário acamado e/ou domiciliado relacionada ao cuidado ofertado a domicilio na atenção básica. O estudo é caracterizado por uma abordagem quantitativa de natureza descritiva e observacional, em que foram aplicados questionários estrutura dos com 33 usuários de uma Unidade Básica de Saúde do Extremo Sul Catarinense. A pesquisa destacou que o crescimento da atenção domiciliar e do número de doenças crônicas está associado ao envelhecimento populacional. A escassez de atendimentos multiprofissionais se torna falho no contexto da promoção em saúde, onde muitos dos indivíduos vem o cuidado domiciliar como indiferente. É importante destacar o reconhecimento da atenção domiciliar como possibilidade de superar as dificuldades de acesso na rede, indicando que ela atende a um conjunto de necessidades referentes às ofertas de cuidado.
O objetivo do estudo foi compreender as representações sociais de mulheres profissionais do sexo sobre saúde. A presente pesquisa é um estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa. Foram entrevistadas 12 participantes, em situação de prostituição, moradoras da região Sul de Santa Catarina. Os instrumentos do estudo foram rede associativa e entrevista semiestruturada. Os dados foram submetidos a Classificação Hierárquica Descendente simples, realizada por meio do software IRAMUTEQ. O corpus foi dividido em 7 classes, denominadas: “Medo do HIV”, “Ameaça”, “Estado de saúde”, “Experiências”, “Médico”, “Preservativo” e “Hábitos”. Os resultados apontaram ambiguidade entre os termos saúde e doença para as profissionais do sexo, com as práticas de saúde adotadas apenas em situações extremas e ancoradas em experiências de cuidado na infância. ISTs e HIV foram amplamente citadas como um rótulo atribuído à profissão, objetificado na figura da prostituta. Identifica-se a necessidade de programas de Educação em saúde para profissionais do sexo destinados à promoção em saúde, conscientização sobre métodos de proteção e conhecimento sobre as ISTs existentes.
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