Resumo Introdução: Esse artigo trata da ideologia dos partidos políticos brasileiros. Os autores analisam os programas de governo dos candidatos à Presidência da República do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Aécio Neves, nas eleições de 2014. O objetivo é responder à seguinte pergunta: qual o posicionamento desses partidos políticos na escala esquerda-direita? A hipótese situa o PT na centro-esquerda e o PSDB na centro-direita. Métodos: Desde 1994, PT e PSDB tornaram-se os dois principais protagonistas das eleições presidenciais. Assim, a escolha do objeto obedece a dois critérios pragmáticos. O primeiro critério foi a seleção de partidos que disputaram a eleição presidencial de 2014 no primeiro turno. O segundo critério foi a escolha de programas de governo de candidatos à Presidência da República que conseguiram mais de 5% dos votos nas eleições para o Executivo nacional, em 2014. Este critério é uma condição da metodologia escolhida, uma vez que optamos pela a abordagem oferecida pelo Comparative Manifesto Project (CMP), cujo propósito é codificar e quantificar as afirmações propostas pelos partidos em seus programas de governo. Foi necessário realizar a codificação dos referidos programas, seguida da aplicação do índice RILE, um indicador numérico proposto pela referida metodologia. Resultados Estas duas etapas de caráter quantitativo foram precedidas pela análise qualitativa da história de ambos os partidos, bem como dos documentos em questão, realizada ao longo do próprio processo de codificação. Discussão O resultado encontrado ao final de ambas as etapas, todavia, contraria parcialmente esta hipótese. Deste modo, embora o Partido dos Trabalhadores de fato esteja à esquerda do Partido da Social Democracia Brasileira, ambos os programas estão inseridos no espectro da esquerda. Não obstante, além deste diagnóstico geral foi possível ainda inferir algumas outras nuances percebidas ao longo do processo de codificação.
Em outubro de 2018, o Brasil elegeu Jair Bolsonaro presidente da República. Com uma agenda politicamente autoritária, socialmente conservadora e economicamente neoliberal, Bolsonaro articulou aquilo que a literatura especializada convencionou chamar de um populismo de direita. O presente artigo identifica os elementos – discursos e políticas públicas – que corroboram essa percepção. O texto está estruturado em quatro seções. A primeira seção aborda o referencial teórico do populismo a partir de Laclau e Cas Mudde. A segunda traça as características do populismo de direita de Bolsonaro ao longo de seus trinta anos de vida política e que culminaram com sua eleição em 2018. Também é apresentada a forma como Bolsonaro articulou o “povo” em torno de sua campanha. A terceira apresenta as bases do autoritarismo presentes em seus dois primeiros anos de governo. Já a quarta seção, voltada para a economia política, identifica os elementos de seu neoliberalismo.
Resumo O objetivo deste trabalho é oferecer um quadro interpretativo que auxilie na compreensão do resultado das eleições presidenciais de 2018, considerando como preponderantes o fator religioso e as pautas morais para a eleição de Jair Bolsonaro. Partimos da hipótese de que o ressentimento é o afeto que catalisa os vínculos de identificação entre Bolsonaro e seu eleitorado, sobremaneira, o evangélico. Assim, após apresentarmos as ferramentas teóricas utilizadas, estruturadas a partir dos conceitos de hegemonia, equivalência e populismo, exploraremos os elementos discursivos dessa configuração, para salientar sua importância através do escrutínio dos dados empíricos, que permitem avançarmos na proposição do discurso religioso como mobilizador privilegiado dos afetos traduzidos em adesão eleitoral ao candidato.
Resumo: O presente artigo é uma nova contribuição ao debate acerca da ideologia dos partidos políticos brasileiros, formulada com o intuito de adensar a discussão metodológica sobre o tema. Com esse propósito, faremos uma revisão da bibliografia internacional acerca da metodologia elaborada pelo Comparative Manifesto Project (CMP-MARPOR) para analisar quantitativamente programas de governo, discutindo suas transformações ao longo do tempo, bem como seu processo de adaptação e expansão para a América Latina. Em seguida, iremos apresentar o índice RILE, criado para mensurar a localização de partidos políticos na escala esquerda-direita, refletindo sobre sua aplicabilidade ao contexto brasileiro, no qual a ideologia surge como resultante do processo de formação de coalizões. Por fim, demonstrando a hipótese acerca da utilidade da metodologia por nós escolhida, iremos apresentar os resultados obtidos através de sua aplicação, mapeando o posicionamento dos principais partidos políticos brasileiros e observando sua movimentação da escala ideológica ao longo de todas as eleições presidenciais realizadas no Brasil sob a égide da Constituição de 1988.
O objetivo do artigo é compreender como os indicadores sociais territorializados podem dar pistas sobre a ampliação da base eleitoral de Jair Bolsonaro em sua carreira como parlamentar e, posteriormente, como presidenciável, observando rupturas e continuidades nessa trajetória. O método utilizado será uma correlação entre o Índice de Desenvolvimento Social da cidade do Rio de Janeiro e o desempenho eleitoral espacializado do então candidato nas eleições de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. Nesse esforço, esperamos oferecer insumos àqueles que se debruçam sobre os seguintes questionamentos: qual o perfil do eleitor de Jair Bolsonaro ao longo de sua trajetória parlamentar? Houve mudanças nesse perfil? Como se deu a ampliação de suas bases eleitorais no processo de construção de sua candidatura à presidência da República?
El inicio del siglo XXI en Sudamérica se caracterizó por la emergencia de gobiernos “progresistas”. En Venezuela y Bolivia, estos gobiernos han logrado obtener mayorías sucesivas en el Congreso, impulsando a los “procesos de cambio” pero reduciendo la representación de grupos de interés minoritarios. En este artículo nuestro objetivo es contrastar las experiencias venezolana y boliviana, poniendo en relieve la reconfiguración de sus élites y fuerzas político-sociales que los condicionaron. Como hipótesis central, argumentamos que la polarización entre gobierno y oposición, crucial en los dos casos, asume características distintas respecto a los grados de pluralidad interna de ambos bloques.
In this article the authors aim to understand the specificity of violence against Black women in Brazilian politics through the analysis of testimonies of Black politicians in different administrative positions and various regions of Brazil. Adopting the “Violence Against Women in Politics” (VAWIP) analytical model developed by Mona Lena Krook, the goal of this approach is to highlight the forms that this violence takes in the Brazilian context when gender and race intersect. In doing so, the article pursues two objectives. First, it offers an overview of violence against Black women in Brazilian politics, demonstrating how this phenomenon manifests itself in the analysis of these cases. Second, it observes how the testimonies of Black women politicians go beyond the analytical model proposed by Mona Lena Krook (2020), thus accounting for the intersectional specificities of political violence.
Neste artigo trabalhamos com a hipótese de que as denominações evangélicas são as principais interlocutoras da população periférica e o fazem não só do ponto de vista da escassez, da opressão e marginalização, mas tendo como principal mediador o discurso teológico de fundo moral. Mesmo em contextos em que as CEBS foram as grandes artífices dos movimentos sociais e o catolicismo da libertação uma ferramenta potente de mobilização do significado da linguagem política transformada em ação, as igrejas evangélicas ganham terreno como articuladores legítimos das demandas sociais. Assim, antes de serem máquinas de alienação, as denominações religiosas são tecnologias de organização social, atuando como dispositivos de dominação política aderidas, em sua quase totalidade, à candidatura de Jair Bolsonaro. Desta forma, trabalharemos com o cabedal teórico de Ernesto Laclau para analisar a construção do bolsonarismo como gramática de ação política.
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