Em torno das "Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana": uma conversa com historiadores
On "Na tional guide lines for the teach ing of eth nic and race re la tions and of Afro-Bra zil ian and Af ri can his tory and cul ture": con ver sa tions with his to ri ans
Mar tha Abreu e Hebe MattosO pa re cer e a re so lu ção que ins ti tu í ram as "Di re tri zes cur ri cu la res naci o na is para a edu ca ção das re la ções ét ni co-ra ci a is e para o en si no de his tó ria e cul tu ra afro-bra si le i ra e afri ca na" fo ram apro va dos pelo Con se lho Na ci o nal de Edu ca ção (CNE) em mar ço de 2004 e ho mo lo ga dos pelo Mi nis té rio da Edu ca ção (MEC) em ju nho do mes mo ano. A re so lu ção foi re sul tan te do Pa re cer CNE/CP 3/2004, que teve como re la to ra a con se lhe i ra Pe tro ni lha Be a triz Gon çal ves e Sil -5
A partir da trajetória, das composições e do repertório musical de Eduardo Sebastião das Neves, conhecido como o "Crioulo Dudu", pretendo discutir as possibilidades de expressão política de um músico negro na Primeira República. Levando em consideração os debates em torno do Atlântico Negro, o crescimento do mercado editorial e da indústria fonográfica, foi possível situar Eduardo das Neves como um produtor atuante do campo musical popular que se construía entre o final do século XIX e início do XX. Dudu conferiu ao mundo musical dimensões políticas especiais, ao criar e divulgar canções que valorizavam o patriotismo e discutiam, de uma forma irônica e irreverente, as relações raciais e a identidade do homem negro no pós-abolição. O exame da trajetória e da obra musical de Dudu permite repensar antigas concepções sobre participação política e identidade negra na Primeira República.
Through an analysis of the debates in 1871 on the Law of the ‘Free Womb’ in the Brazilian Empire, this article tries to understand the role of the slave mother and her freed children in the process of abolition. In addition, it discusses the possible obstacles and dangers the ‘Free Womb’ would present for the perpetuation of slaveowners' dominance.
Este artigo apresenta uma experiência de pesquisa, ensino e extensão, realizada por duas professoras da área de biologia e história da Universidade Federal Fluminense, sistematizando os principais passos, conteúdos e resultados da iniciativa. A experiência teve como motivação inicial os relatos de Charles Darwin, quando visitou o Brasil em 1832, particularmente quando, de Niterói, se dirigiu ao norte de Cabo Frio e registrou suas observações em um diário, posteriormente publicado. Como nesses registros se encontravam citados aspectos do ambiente natural e social próximo ao atual Parque Estadual da Serra da Tiririca (região fronteiriça entre os municípios de Niterói e Macaé), procuramos refletir sobre as possibilidades de se estudar o ambiente com vistas ao desenvolvimento de valores, principalmente aqueles ligados à formação de sentimentos de pertencimento e à valorização de um local. Para além da própria importância da presença de Darwin na região, destacamos a necessidade de contextualizar as idéias do autor nos conflitos teóricos e políticos de seu próprio tempo, assim como compreender as palavras de Darwin sobre a natureza e sobre as relações sociais escravistas daquele local e período, como reflexão e estímulo para a criação de sentimentos de pertencimento ao local.
O artigo tem como objetivo principal apresentar os desafios enfrentados na construção e organização do "Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil", trabalho que faz parte do Projeto Rota do Escravo, da Unesco. A lista de 100 lugares de memória foi produzida em articulação com diversos especialistas no tema, com base em pesquisas recentes sobre a história social do tráfico e da escravidão no Brasil, e em estreito diálogo com a reavaliação do legado e dos direitos dos afrodescendentes no Brasil.
Resumo o objetivo maior do artigo é trazer para o campo dos estudos históricos do pós--abolição uma recente reflexão sobre o legado da canção escrava -ou do "som do cativeiro" -nos estados Unidos e no Brasil. A estratégia, mais do que evidenciar as conhecidas diferenças entre os dois países, é destacar os possíveis diálo-gos e aproximações em torno das disputas e significados desse legado. Como recurso, além da historiografia especializada, utilizo as avaliações de dois exemplares intelectuais, do final do sé-culo XIX, que tiveram contato com as canções dos descendentes de escravos nas Américas e refletiram sobre os seus sentidos políticos: Du Bois e Coelho Netto. Suas avaliações inseriam-se num contexto mais amplo de internacionalização da música negra e de projeção dos músicos negros no pós-abolição. Palavras-chave: canções escravas; músi-ca negra; pós-abolição; Brasil; estados Unidos.
AbstractThe objective of this article is to bring to the field of post-abolition historical studies some reflections about the legacy of slave songs -or the "sounds of slavery" -in the United States and in Brazil. Rather than focus on the wellknown differences between the two countries, the intention here is to call the attention of the reader to possible dialogues and contacts based around the disputes and meanings attached to this legacy. As well as the specialized bibliography on this issue, I concentrate on the assessments of two intellectuals at the end of the nineteenth century, who both had contact with the songs of the descendants of slaves in the Americas and who both reflected on the political meanings of those songs: Du Bois and Coelho Netto. Their assessments are part of a broader context of the internationalization of black music and the rise to prominence of black musicians in the post-abolition period.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.