Por uma história pública dos africanos escravizados no Brasil

Abstract

O artigo tem como objetivo principal apresentar os desafios enfrentados na construção e organização do "Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil", trabalho que faz parte do Projeto Rota do Escravo, da Unesco. A lista de 100 lugares de memória foi produzida em articulação com diversos especialistas no tema, com base em pesquisas recentes sobre a história social do tráfico e da escravidão no Brasil, e em estreito diálogo com a reavaliação do legado e dos direitos dos afrodescendentes no Brasil.

Decolonizing colonial heritage: New Agendas, actors and practices in and beyond Europe

“…With broad support from African countries, expressed at the 1992 meeting of the Organization of African Unity (OAU), UNESCO has taken up the project in compliance with demands presented by Haiti and Benin (OAU 1992;UNESCO 1993). Since then, a series of actions have been developed by member countries, including Brazil, which have resulted in the Inventory of Sites and Places of Memory of the Atlantic Slave Trade and the History of Enslaved Africans in Brazil 8 (Mattos et al 2013(Mattos et al , 2014. There is no doubt that debates held at the level of the UN represent an important change as regards questioning structural racism and implementing public reparation policies at different levels.…”

Paredes que guardam pessoas que guardam paredes. Registro e sentidos de ruínas do tempo do cativeiro.

“…Esse encontro da prática de pesquisa com pessoas e suas memórias, além dos lugares de memória (Mattos, Abreu & Guran 2014), nos permite rever alguns preceitos fundantes dessas disciplinas. Por exemplo, de que a história originalmente se ocuparia com processos, com a diacronia; de que a etnografia, em princípio, se ocuparia com o presente e com as relações e comportamentos humanos, que são observados e experimentados no presente; e de que a arqueologia valoriza, simultaneamente, as dimensões de tempo e de espaço como fundamentais para o entendimento do passado.…”

Educação para as relações étnico-raciais: o projeto Museu de História e Cultura Afro na escola

“…2021 vítimas da escravatura que jamais deixaram de resistir; a redefinição das próprias noções de liberdade, dignidade e humanidade na perspectiva dos direitos universais; a valorização da sua herança no que tange ao patrimônio cultural criado pela diáspora. Romper com o silêncio da escravidão é uma forma de lutar contra o racismo (MATTOS; ABREU; GURAN, 2014).…”