Abstract:Resumo o objetivo maior do artigo é trazer para o campo dos estudos históricos do pós--abolição uma recente reflexão sobre o legado da canção escrava -ou do "som do cativeiro" -nos estados Unidos e no Brasil. A estratégia, mais do que evidenciar as conhecidas diferenças entre os dois países, é destacar os possíveis diálo-gos e aproximações em torno das disputas e significados desse legado. Como recurso, além da historiografia especializada, utilizo as avaliações de dois exemplares intelectuais, do final do sé-… Show more
“…Nogueira (2015). 4 Sobre o legado da diáspora africana, ver Abreu (2015), Hall (2013), Rios e Mattos (2004), Viana e Abreu (2011), Abreu et al (2018) e Du Bois (1999). Uma das maiores referências no Brasil no estudo sobre as culturas vindas da África e o encontro com as nativas é o pesquisador Nei Lopes, cf.…”
Resumo: Se a escravidão que se abateu sobre o povo negro africano foi abolida há mais de cem anos no Brasil, seus grilhões permanecem presentes no racismo, na desigualdade e nas invisibilidades sociais. O samba, principal referência identitária brasileira, é secularmente renegado da historiografia oficial pela sua origem afrodescendente. Este artigo aborda o papel social do Museu do Samba frente a esses desafios. Nele se analisa a constituição dos seus acervos, como parte da patrimonialização e do direito à memória do samba. A atuação do programa educativo no entorno constitui também parte desse estudo. Numa perspectiva de partilha de territórios, trata-se de atividades educacionais dialógicas e socialmente responsáveis. Por fim, abordamos os conceitos de ágora e fórum aplicados à instituição museológica através das ações de advocacy, junto a uma de suas principais comunidades de interesse: os sambistas.
“…Nogueira (2015). 4 Sobre o legado da diáspora africana, ver Abreu (2015), Hall (2013), Rios e Mattos (2004), Viana e Abreu (2011), Abreu et al (2018) e Du Bois (1999). Uma das maiores referências no Brasil no estudo sobre as culturas vindas da África e o encontro com as nativas é o pesquisador Nei Lopes, cf.…”
Resumo: Se a escravidão que se abateu sobre o povo negro africano foi abolida há mais de cem anos no Brasil, seus grilhões permanecem presentes no racismo, na desigualdade e nas invisibilidades sociais. O samba, principal referência identitária brasileira, é secularmente renegado da historiografia oficial pela sua origem afrodescendente. Este artigo aborda o papel social do Museu do Samba frente a esses desafios. Nele se analisa a constituição dos seus acervos, como parte da patrimonialização e do direito à memória do samba. A atuação do programa educativo no entorno constitui também parte desse estudo. Numa perspectiva de partilha de territórios, trata-se de atividades educacionais dialógicas e socialmente responsáveis. Por fim, abordamos os conceitos de ágora e fórum aplicados à instituição museológica através das ações de advocacy, junto a uma de suas principais comunidades de interesse: os sambistas.
Este trabalho analisa um conjunto de documentos históricos sobre o advogado e político negro Monteiro Lopes publicado em periódicos no Rio de Janeiro no início do século XX. A partir do que foi abordado sobre o Monteiro Lopes na imprensa, buscamos compreender como marcadores raciais referidos a um sujeito negro letrado funcionaram no discurso da imprensa no período pós-abolição. Como suporte teórico-metodológico, utilizamos as perspectivas da Análise de Discurso Materialista a partir dos conceitos de Formação Discursiva e Silêncio, além da História Social para dimensionar a historicidade do discurso elaborado. A conclusão a que este trabalho chega é a de que, em meio a um processo de disputa pela produção de sentidos, alguns importantes veículos da imprensa carioca buscaram deslegitimar o lugar de poder que Monteiro Lopes havia conquistado.
O presente artigo analisa o disco We Shall Overcome. Songs of the “Freedom Riders” and the “Sit-ins”, gravado em fevereiro de 1961 pela gravadora Folkways, na cidade de Nova Iorque. Com doze canções, sendo sete no lado A e cinco no lado B, interpretadas pelos grupos The Montgomery Gospel Trio e The Nashville Quartet e pelo cantor Guy Carawan, o disco apresenta uma parte do repertório utilizado durante os eventos relacionados ao movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. Nosso objetivo é compreender de que maneira distintas tradições culturais foram mobilizadas e reformuladas a fim de atenderem as demandas do movimento. Por meio da difusão de canções em diferentes suportes, como livros e discos, diversos artistas e mediadores contribuíram para a consolidação e legitimação de um cânon de canções, parte de uma determinada tradição cultural, que foi mobilizado em prol do mais influente movimento social do país.
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