Before 1988, the demands of Black rural communities were diluted in the agenda of social struggles of wider categories such as rural workers. With the promulgation of the Constitution, the emergence of the term "remaining Quilombo communities" gave rise to a specific set of demands. in this scenario, the role of social scientists in the production of expert reports and academic works became a central aspect in the discussion of perceptions about the term "Quilombo". taking this into consideration, we analyze the experience of researchers from the new social Cartography of the Amazon project (PnCsA, in portuguese) and their social relations with salvaterra's Quilombo communities, Marajó island, Pará, who participated in workshops for the production of maps which resulted in a booklet entitled Quilombolas da ilha de Marajó: Pará. We aimed at investigating, based on data collection and field research, how the relations between the cartography actors became political tools in the struggle for the latter's social-territorial rights and their political organizing following the social cartography process. We point out that the social relations between the PnCsA and the Quilombo communities are characterized, on the one hand, as means for questioning the historical forms of disrespect and injustice and as mechanisms of politicizing the Quilombo social movement. on the other hand, as affirmation and academic consolidation of the Project's research practice.
O texto tem por objeto de análise a comunidade rural Matá, localizada no baixo Amazonas, Pará, a aproximadamente 55 km da cidade de Óbidos. É uma abordagem etnográfica do cotidiano dos moradores, especialmente em suas atividades na pesca, focalizando, mais precisamente, a participação das crianças. Tomamos como referência o conceito de habitus, desenvolvido por Pierre Bourdieu, para demonstrar que as atividades desenvolvidas pelas crianças e pelos jovens dessa comunidade na pesca não têm o caráter aviltante, que geralmente está associado à ideia de trabalho infantil; ao contrário, a inserção das crianças no trabalho funciona como uma estratégia de socialização e de autorreprodução, indispensável para o fortalecimento dos laços familiares, para a construção da distinção entre a fase adulta e a meninice e para a aprendizagem das técnicas de lidar com os ecossistemas dos quais fazem parte.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) objetiva contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis nas escolas públicas brasileiras, mas, em território quilombola, a oferta das refeições pelo programa, muitas vezes, conflita com a história e a identidade alimentar dos grupos. Neste artigo, analisamos a relação do quilombo de Umarizal, Baião, Pará, com a merenda escolar, mostrando como os sujeitos locais percebem o programa e como ele participa da realidade sociocultural local. Para isso, usamos metodologias qualitativas, como observação direta, entrevistas e grupo focal. Os dados foram analisados segundo os parâmetros da pesquisa etnográfica. Os resultados evidenciam que há uma descontinuidade entre o PNAE e a cultura alimentar do quilombo, causando descompasso entre o alimento oferecido na escola e a cultura local. Cumpre corrigir esse desencontro para equalizar as oportunidades ao aprendizado dos estudantes em todo o país.
Este artigo evidencia como as comunidades quilombolas expressam sua identidade no Desfile Cívico Quilombola, realizado em comemoração da independência do Brasil, no município de Salvaterra, ilha do Marajó, estado do Pará, em 2013. O evento representou o reconhecimento, por parte do poder municipal, da importância das comunidades e da cultura quilombola para Salvaterra. No desfile os grupos manifestaram suas expressões estéticas e diacríticas, narrando com isso, de forma complexa, suas identidades. Este artigo baseia-se então em pesquisa etnográfica efetuada pelos autores nos grupos sociais da Amazônia. Os resultados apresentados são o registro da complexidade que envolve a expressão da identidade social e o reconhecimento dos quilombolas como sujeitos sociais relevantes para a cultura marajoara.
Este artigo aborda a institucionalização de crianças e adolescentes pobres no Brasil, examinando sua relação com a normalização e a judicialização. Analisam-se os antecedentes históricos da medida de acolhimento institucional, seus motivos autorizadores e seus destinatários. O estudo é qualitativo com base nos dados do perfil socioeconômico e sociodemográfico dos acolhidos no município de Belém, em 2015 e em 2016. O conceito de poder disciplinar, de Foucault, é o norte para demonstrar como essa cultura institucional é respaldada pelo saber-poder que fortalece as microrrelações de dominação, já estabelecidas como forma de controle das classes populares, normalizadas e judicializadas, para cumprir os objetivos políticos. Evidencia-se a emergência da categoria negligência familiar como motivo de acolhimento institucional.
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