Este artigo analisa a construção do modelo a partir do qual vem se baseando o currículo das faculdades de medicina nas Américas e na maioria dos países europeus. Críticas que vêm sendo feitas a esse modelo são identificadas na reformulação curricular do curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). A análise do documento de reformulação curricular da UFF, de 1992, bem como sua comparação com o currículo anterior, à luz da história do modelo biomédico, da teoria curricular e da epistemologia de Ludwik Fleck, aponta em que medida essa reformulação significa uma alternativa ao modelo biomédico de formação dos médicos, ao reducionismo do ser humano ao seu organismo biológico. O novo currículo - com um aumento de 25% da carga horária e a introdução de grande número de aulas práticas, desde o início do curso -, apesar de ainda estar centrado nos aspectos biológicos, já se volta para uma formação mais humanista e se propõe a questionar as "verdades científicas".
Durante a formação em Medicina, os alunos se deparam com casos de violência contra crianças, porém, quando não recebem orientação adequada, pode haver graves consequências. O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento sobre a abordagem do tema Violência contra Crianças na graduação em Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e análise da percepção dos alunos, médicos e professores quanto a sua capacidade de lidar com o tema. Relatamos ainda a produção de recursos pedagógicos para disciplinas do curso a fim de contribuir para aperfeiçoar a formação médica. Foram aplicados questionários autoavaliativos a 120 estudantes, 10 residentes e 10 docentes. A análise mostrou que os alunos declaram a abordagem do tema durante a formação, mas permanecem inseguros. Verificou-se também que alunos dos primeiros anos acreditam que até o final do curso estarão preparados para lidar com o tema, o que parece não ocorrer. Docentes de Pediatria relataram abordar o tema em aula, e somente residentes desta área tiveram contato com casos e se consideraram seguros para agir. Os resultados indicam a necessidade de novas estratégias pedagógicas para formar médicos capacitados para lidar com violência contra crianças.
Health systems need medical professionals who can and will work in outpatient settings, such as general practitioner practices or health centres. However, medical students complete only a small portion of their medical training there. Furthermore, this type of training is sometimes seen as inferior to training in academic medical centres and university hospitals. Hence, the healthcare system’s demand and the execution of medical curricula do not match. Robust concepts for better alignment of both these parts are lacking. This study aims to (1) describe decentral learning environments in the context of traditional medical curricula and (2) derive ideas for implementing such scenarios further in existing curricula in response to particular medicosocietal needs.This study is designed as qualitative cross-national comparative education research. It comprises three steps: first, two author teams consisting of course managers from Brazil and Germany write a report on change management efforts in their respective faculty. Both teams then compare and comment on the other’s report. Emerging similarities and discrepancies are categorised. Third, a cross-national analysis is conducted on the category system.Stakeholders of medical education (medical students, teaching faculty, teachers in decentral learning environments) have differing standards, ideals and goals that are influenced by their own socialisation—prominently, Flexner’s view of university hospital training as optimal training. We reiterate that both central and decentral learning environments provide meaningful complementary learning opportunities. Medical students must be prepared to navigate social aspects of learning and accept responsibility for communities. They are uniquely positioned to serve as visionaries and university ambassadors to communities. As such, they can bridge the gap between university hospitals and decentral learning environments.
O presente estudo objetiva contribuir para a discussão de algumas das competências necessárias ao processo de supervisão em saúde: competência político-gerencial, com ênfase na gestão participativa; competência no cuidado em saúde, com ênfase na integralidade; e competência educacional, com ênfase nas metodologias ativas de ensino e aprendizagem. O desenvolvimento dessas habilidades precisa ser contemplado no processo de formação e educação permanente em saúde, bem como, em especial, a reflexão sobre o caráter transformador do processo de supervisão.
O trabalho se propõe analisar as relações dos saberes que criam a identidade dos docentes da área da saúde e valorizar o entendimento das relações e posicionamentos sociais que imprimem marcas, no exercício da docência, como elementos que contribuem ou não para a efetivação das propostas de transformação dos processos de formação em saúde em curso, a partir dos condicionantes éticos e políticos do Sistema Único de Saúde (SUS). O reconhecimento de tais relações pressupõe a busca na construção de uma nova cultura no interior dos cursos de graduação em saúde, imprimindo importância aos saberes identitários docentes que, por inúmeras vezes, dão contornos aos processos pedagógicos universitários.
RESUMOEste artigo é parte de uma pesquisa ABSTRACT This article is part of the author's master's dissertation, one of the specific goals of which was to discuss ideas about comprehensive health care among medical interns from the Fluminense Federal University (UFF). This concept is incorporated
Resumo O artigo analisa o impacto das mudanças em curso, com base na aprovação da lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, na formação dos jovens, em particular na abordagem da saúde na escola. Debatemos como as alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, introduzidas pela referida lei, poderão afetar a educação em saúde no ambiente escolar, retomando o debate sobre a educação em saúde na escola, a proposição da saúde como tema transversal e a abordagem da saúde nos livros didáticos. A contrarreforma do ensino médio significará, na prática, a flexibilização ou a supressão de conteúdos anteriormente obrigatórios a partir da instauração de itinerários formativos e arranjos curriculares com potencial para subtrair o debate do campo das ciências sociais e humanas, das quais comumente têm-se a expectativa de contribuir para a superação das concepções e práticas estritamente biomédicas do processo saúde-doença. Consideramos que profissionais de saúde, professores, pesquisadores e estudantes devam ampliar esse debate e participar efetivamente da luta pela reversão da contrarreforma tal como aprovada. Palavras-chave ensino médio; Reforma do Estado; currículo; educação em saúde.Abstract This article analyzes the impact of the ongoing changes, with the enactment of Brazilian Federal Law no. 13415, from February 16th, 2017, in the training of youths, especially regarding the approach to health in schools. We discuss how the changes in the Law of National Education Guidelines and Foundations (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, in Portuguese), introduced by the aforementioned law will affect education in health in school settings, reviving the debate about education in health in schools, the proposal of health as a cross-sectional topic, and the approach to health in schoolbooks. The counter-reformation of secondary education will mean, in practice, the adaptation or suppression of content that was previously mandatory with the establishment of training itineraries and syllabus arrangements with a potential to take the debate away from the fields of Social Sciences and Humanities, fields that are commonly expected to contribute to overcome the strictly biomedical conceptions and practices of the health-illness process. We consider that health professionals, teachers, researchers and students should expand this debate and effectively take part in the struggle for the reversal of the counter-reformation as it was enacted. Keywords Secondary education; reform of the State; syllabus; education in health.Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons. Daniel Nunes Miranda, Claudia March, Lilian Koifman Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, 2019; 17(2):e0020736 IntroduçãoNeste ensaio, desenvolvemos uma reflexão inicial sobre os possíveis impactos da contrarreforma do ensino médio nas práticas de educação em saúde no ambiente escolar. Partimos da premissa de Mészáros (2005, p. 25) de que "os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodução estão ...
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