RESUMOO artigo em questão problematiza por intermédio de cinco categorizações a negligencia quanto à percepção das diferenças geográficas no que tange às características de indivíduos ou Estados. Esta negligência é chamada de supressão da geografia no exercício da alteridade e é criticada por meio dos pressupostos fenomenológicos que explicam a natureza híbrida, permeável e dinâmica das culturas. As categorizações trabalhadas neste artigo são os mapas culturais, as artes, as reações populares, textos acadêmicos e literários e o fazer geopolítico. O artigo apresenta ainda as consequências da supressão da geografia no exercício da alteridade, indicando a importância da temática em um momento contemporâneo marcado pela intensa interlocução intercultural. Palavras-chave: Geografia; Cultura; Espaço; Alteridade. ABSTRACTThis article problematizes by means of five categorizations the negligence regarding the perception of the geographical differences between characteristics of individuals or States. This neglect is called suppression of geography in the exercise of otherness and is criticized through the phenomenological assumptions that explain the hybrid, permeable, and dynamic nature of cultures. The categorizations presented on in this article are cultural maps, arts, popular reactions, academic and literary texts, and geopolitical making. The article also presents the consequences of the suppression of geography in the exercise of otherness, indicating the importance of the theme in a contemporary historical moment marked by intense intercultural interlocution. Keywords: Geography; Culture; Space; Otherness. RESUMENEl artículo en cuestión problematiza por intermedio de cinco categorizaciones la negligencia en cuanto a la percepción de las diferencias geográficas en lo que se refiere a las características de individuos o Estados. Esta negligencia se llama supresión de la geografía en el ejercicio de la alteridad y es criticada por los supuestos fenomenológicos que explican la naturaleza híbrida, permeable y dinámica de las culturas. Las categorizaciones trabajadas en este artículo son los mapas culturales, las artes, las reacciones populares, los textos académicos y literarios y el hacer geopolítico. El artículo presenta además las consecuencias de la supresión de la geografía en el ejercicio de la alteridad, indicando la importancia de la temática en un momento contemporáneo marcado por la intensa interlocución intercultural.
Em diversos momentos de tensão antes e após a Guerra dos Seis Dias, Israel dá sinais claros de que o acesso aos recursos hídricos fica em um segundo plano em relação ao seu objetivo mais importante: o reconhecimento do seu Estado. PALAVRAS-CHAVE: Guerra dos Seis Dias, Água, Jogos Ocultos.
O artigo em questão analisa as fronteiras dos Estados a partir de distintas condições espaciais e temporais. A partir desta análise, foram construídas quatro tipologias chamadas de condições espaço-temporais da fronteira. Na abordagem do artigo, privilegia-se uma análise mais detida acerca da situação da fronteira brasileira, como estratégia de comunicação ao leitor. Ressalta-se, por meio deste texto, que as categorias propostas não se apresentam como etapas necessárias de um processo evolutivo irremediável. Além disso, a existência de categorias não implica na crença de que uma fronteira se enquadre plenamente em seus termos, abrindo a possibilidade para a existência de características de distintas tipologias em um mesmo espaço analisado.
De caráter essencialmente epistemológico, este artigo faz uma analogia entre região e classe como categorias de análise. Parte do pressuposto de que são generalizações problemáticas: enquanto a região simplifica a diversidade do espaço ao homogeneizá-la, a classe negligencia a diversidade identitária de seus membros. Assumimos a posição de que regiões e classes são construções arbitrárias que revelam estratégias políticas e que não se sustentam frente às categorias mais amplas que as abrigam: o espaço e a sociedade. Pautado em pressupostos da pós-modernidade, o artigo defende, todavia, o uso dessas categorias, por considerar que elas se apresentam tanto como estratégia discursiva aos experts, quanto como possibilidade pedagógica aos que não são familiarizados com a relativização de suas proposições totalizantes.
O termo Orientalismo passou por uma ressignificação na contemporaneidade. No período que envolve os séculos XVIII e XIX e a primeira metade do século XX, o seu discurso era comprometido ou influenciado pela mission civilisatrice europeia. Já na segunda metade do século XX, em que os impérios coloniais se desmantelaram, o seu discurso fundador passou a sobreviver como um resquício do passado, permitindo a emergência de temas que passaram a integrar o escopo de sua abordagem. No contexto da alardeada ressignificação do termo, ascende como especialista de sua temática Edward Said. Este autor, crítico literário de origem palestina e um dos principais nomes dos estudos pós-coloniais trava um embate ferrenho com o professor Bernard Lewis, dono de vasta obra sobre os povos árabes, o Islã e o Oriente Médio. O embate, que se dá no contexto da ressignificação do Orientalismo nos ensina a ser crítico e considerar o processo histórico como método imprescindível para as interpretações ou adjetivações. Através do antagonismo proporcionado pelos autores podemos entender que os estereótipos não dimensionam a pluralidade que envolve as sociedades e os seus indivíduos, se constituindo, portanto, como um problemático instrumento de representação dos mesmos.
A inadequação das regionalizações culturais mediante os pressupostos do pós-colonialismo ResumoAs reflexões sobre a categoria de análise geográfica região são abundantes e diversificadas, o que encontra explicação no enquadramento do conceito como uma importante ferramenta do fazer geográfico. Ainda assim, temas da contemporaneidade lançam desafios de natureza epistemológica sobre o uso do termo, como aquele que propomos neste artigo, que versa sobre as possibilidades de regionalizações realizadas a partir de temáticas culturais. Para tanto, o trabalho em voga leva em conta os pressupostos do pós-colonialismo, que analisam a cultura a partir de um viés antropológico moderno, estabelecendo nela predicados que remetem ao comportamento espacial e lançam, ao mesmo tempo, desafios para a representação cartográfica.Palavras-Chave: Região, Cultura, Representação Cartográfica. Abstract THE INADEQUACY OF CULTURAL REGIONALIZATIONS THROUGH THE ASSUMPTIONS OF POSTCOLONIALIST THEORIESSpeculations on the concept of the term "region" as a geographic category of analysis are abundant and diversified in the specialized literature, which demonstrates its importance and actuality. Nevertheless, the use of the term recurrently presents 226. GeoTextos, vol. 14 n. 1, julho 2018. L. Silva, A. Costa. 225-247.epistemological challenges when faced with contemporary themes, such as the possibilities of cultural regionalizations. This article aims to discuss the validity of those regionalizations considering the paradigms of postcolonialism -which bases its analysis of culture from a modern anthropological bias -, and, at the same time, to present its cartographic alternatives and challenges.
Por muito tempo negligenciada na geografia brasileira, a time geography tem sido resgatada nas geografias estrangeiras devido à disseminação do acesso a novos softwares que permitem a produção de sua paradoxal “representação mais-que-representacional”. Ao se preocupar com o arranjo de fluxos cotidianos em fragmentos do continuum espaço-temporal, a time geography apresenta um potencial de exploração do comportamento de indivíduos ou de pequenos grupos de pessoas mediante ao conjunto de fluxos mensurados. Tal perspectiva favorece não somente as relações estabelecidas pelos encontros entre as pessoas, mas também das relações que indivíduos estabelecem em meio as suas trajetórias particulares. O artigo em questão objetiva apresentar a time geography como uma ferramenta de pesquisa mais-que-representacional, ressaltando a sua capacidade de destacar as distintas noções do espaço relativo. Conclui-se que a pesquisa mais-que-representacional tem na time geography um apoio importante, mas que os métodos fenomenológicos de investigação são recursos de descrição e análise que não podem ser negligenciados pelos pesquisadores.
O artigo propõe uma exposição sobre a abordagem cultural na Geografia desde a institucionalização acadêmica da disciplina, partindo do pressuposto que as abordagens não podem ser entendidas como saberes isolados e fragmentados. Neste trabalho, correntes da Geografia são definidas como rótulos que possuem serventia didática, mas que não dão conta de dimensionar e caracterizar as estruturas híbridas do pensamento. O artigo defende assim a ideia de que as abordagens culturais são híbridas, não havendo um tipo ideal, ainda que o determinismo ambiental tenha sido praticamente banido da academia, sobrevivendo em certos recônditos do senso comum. Por intermédio de sua exposição o artigo contempla alguns dos principais conflitos e dilemas da abordagem cultural dos últimos 150 anos.
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