RESUMO Este estudo avaliou a prevalência de sintomas osteomusculares, nível de estresse e qualidade de vida de professores do ensino básico. A amostra foi composta de 298 professores (265 mulheres e 33 homens) da educação infantil e fundamental do município de Caçador, Santa Catarina. Foram avaliados sintomas osteomusculares (Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares), nível de estresse (Questionário dos Sintomas de Estresse de Lipp) e a qualidade de vida (Questionário WHOQOL-bref). Apresentaram sintomas osteomusculares 48% dos professores e 65% se afastaram das atividades diárias. Manifestaram algum nível de estresse 42% dos professores, principalmente na fase de resistência (73%) e quase-exaustão (19%). Os sintomas psicológicos predominaram sobre os físicos (p<0,05). Os escores médios dos domínios Físico (57,1) e Meio Ambiente (58,2) foram significativamente menores (p<0,001) que os domínios Psicológico (63,8) e Relações Sociais (71,2). O escore da qualidade de vida geral de 62,6 pontos classificou os professores como satisfeitos com a sua qualidade de vida. Em conclusão, a alta prevalência de sintomas osteomusculares e de estresse não altera a qualidade de vida de professores do ensino básico.
Desde 2005 as fotos de satélite de alta resolução do "Google Earth" possibilitaram a qualquer pessoa visualizar do espaço sua cidade, bairro e casa por meio do acesso à internet. Essa tecnologia é investida há pelo menos 50 anos num tipo de processamento que integra mapas aéreos numa rede de informações organizada para gestão de cidades. O geoprocessamento é um sistema de informação geográfica que pode ser aplicado em municípios para obter informações globais de infraestrutura, saúde, educação, saneamento e criminalidade, permitindo a construção e o planejamento de políticas públicas mais eficientes. Este dispositivo biopolítico, diante do referencial em Michel Foucault, foi objeto e método de análise em uma prefeitura municipal de Santa Catarina. Seja pelo mercado de informações que se forma, pelo acesso ilimitado dos dados e do aumento da precisão das aplicações, ou ainda sobre o agenciamento de práticas de regulação das populações e de formas de subjetividade constituídas pela gestão, vigilância e governo fino das populações, o geoprocessamento como recurso de saber e poder consegue conhecer e se constituir para governar a vida dos indivíduos. Esse mesmo caminho dissertativo possibilitou gerar inteligibilidade para avaliar possibilidades de resistência ao dispositivo e perceber historicamente como esse Sistema de Informação Geográfica (SIG) consegue agregar a gestão tanto do território quanto da população.Pa l av r a s -c h av e : geoprocessamento; biopolítica; dispositivo; governo; Michel Foucault. Geoprocesamiento como práctica biopolítica en lo gobierno municipalDesde 2005, las imágenes de satélite de alta resolución "Google Earth" permite a cualquiera ver una ciudad espacial, el barrio y el hogar a través del acceso a Internet. Esta tecnología se invierte por lo menos 50 años en una especie de proceso que integra mapas aéreos de una red de información organizada para la gestión de la ciudad. El geoprocesamiento es un sistema de información geográfica que se puede aplicar a los municipios para la infraestructura mundial de la información, la salud, la educación, el saneamiento y la delincuencia, lo que permite la construcción y la planificación de las Artigo recebido em 2 nov. 2011 e aceito em 5 set. 2012.
RESUMO: Este texto busca traçar uma história da colocação da subjetividade como objeto para as várias psicologias ao longo do século XX. Este conceito nasce no campo da filosofia do conhecimento migrando no final do século XIX para a psicanálise, de onde passa para os domínios da psicologia ganhando um tratamento histórico, social e político no final do século XX, apontando, a partir de então, para uma problematização dos processos de singularização como foco de estudo das psicologias contemporâneas. PALAVRAS-CHAVE: subjetividade; singularidade; psicologia; Michel Foucault. SUBJECTIVITY AS THE OBJECT OF PSYCHOLOGY(IES)ABSTRACT: This text intends to trace a history of where subjectivity is placed as the object for many different psychologies throughout the twentieth century. This concept originates from the field of philosophy of knowledge, migrating to psychoanalysis near the end of the nineteenth century, from where it moves to the domains of psychology, gaining a historical, social and political treatment at the end of the twentieth century, from then on, pointing to an inquiry on the process of singularization as the focus of study for contemporary psychologies. KEYWORDS: Subjectivity; singularity; psychology; Michel Foucault.Dizer, simplesmente, que o "homem" é objeto da ciên-cia psicológica ou das várias psicologias não é suficiente, porque esta entidade genérica, em princípio, é objeto comum a todas as ditas "ciências humanas" dedicadas ao seu estudo. Resta entender como esta disciplina desenha a partir desta abstração genérica seus sujeitos concretos, entender como são construídos os objetos neste campo, além de caracterizar o que singulariza o olhar das psicologias entre as ciências humanas: este moderno olhar sobre o "psicológico".Numa primeira aproximação, talvez se possa tributar a especificidade das psicologias a uma suposta "descoberta" do sujeito psicológico; melhor, ao nascimento deste sujeito nos domínios do discurso ocidental moderno, científico, ou à sua emergência como figura correlata deste discurso, considerando que esta era uma figura inexistente na cultura ocidental antes do surgimento da psicologia científica na passagem do século XIX ao XX.Mas, tratar do nascimento de um sujeito nos domínios da psicologia implica falar da sua colocação como objeto para um discurso científico socialmente autorizado a enunciar verdades a respeito de instâncias psicológicas que compõem este sujeito: o psiquismo, a cognição, a "mente", a consciência, a identidade, o self; mas também, as percepções, as interpretações, e uma certa dimensão "intrapsíquica", das emoções, do desejo, do inconsciente -o "reino da subjetividade". Implica, portanto, enunciar o "psicológico" objetivando tais instâncias: construindo-as como "realidades psíquicas", universalizando-as, substancializando-as e naturalizando-as, ancorando-as nas objetividades do corpo e da natureza, bem ao estilo do modelo de ciência da época.Suspeitando de tais naturalizações deve-se, contemporaneamente, colocar em questão a sua produção histórica em jogos...
No sentido de contribuir para a compreensão desse fenômeno de judicialização da vida que experimentamos hoje em dia, esta reflexão percorre, com Michel Foucault, as trajetórias de uma genealogia das práticas jurídicas no Ocidente. Esse percurso encontra-se delineado no texto A verdade e as formas jurídicas, bem como em Vigiar e punir. Tal genealogia das práticas jurídicas mostra a formação histórica dos procedimentos de "prova", "inquérito" e "exame" - fundamentais ao exercício do direito em nossas sociedades, suas formas no antigo Direito Grego, no Direito Romano, no antigo Direito Germânico, expondo suas relações com a Inquisição, sua passagem aos modernos aparelhos de justiça, além da sua ampla difusão em práticas sociais diversas ao longo da modernidade, justamente o que remete às condições de possibilidade da judicialização contemporânea da vida. Esta reflexão busca ainda estabelecer ligações entre essas questões - presumidamente jurídicas - e a Psicologia, como campo de conhecimento e prática social.
Este artigo promove um debate sobre as lutas sociais e políticas a partir das pesquisas de Michel Foucault, em uma história do presente, apontando contribuições das análises de arquivos e de ferramentas que nos inquietam pela força do questionamento que produzem e também pela atitude crítica e política que possibilitam, bem como a postura ética que movem nos trabalhos em psicologia social, no Brasil. O legado de Foucault é vasto pela potência de seus escritos e rupturas provocadas em diferentes áreas entre pesquisadores e militantes, em muitos países, o que diz de suas ressonâncias e da importância de escrever a respeito.
A questão metodológica é da maior importância nas análises históricas de Michel Foucault, tanto que em diferentes momentos da sua produção acadêmica e intelectual ele desenvolve, aplica e literalmente experimenta diferentes estratégias e problematizações metodológicas, propostas em termos de arqueologia do saber, genealogia do poder e genealogia da ética. Mas falar em métodos no contexto dos estudos históricos do autor é problemático à medida que não há propostas unitárias, com procedimentos fixos definidos a priori, mas indicações, regras de prudência, problematizações e estratégias móveis, aplicáveis a diferentes problemas e questões, em diferentes situações e contextos. A reflexão apresentada neste artigo percorre trajetórias metodológicas em alguns estudos genealógicos de Foucault, não no sentido de compor um método fixo e unitário mas de apontar possibilidades de aplicação metodológica a partir de uma perspectiva genealógica. Esta reflexão pretende ainda destacar decorrências políticas do emprego de estratégias genealógicas de análise.
Este artigo aborda a emergência da promoção de saúde como dispositivo de biopoder, que opera pela medicalização da população, pela educação em saúde, pela economia política e pela segurança. O texto é fruto de um recorte de parte de uma pesquisa histórica e documental, realizada como Tese de Doutorado em Psicologia. Os estudos de Michel Foucault a respeito do biopoder nos auxiliaram a analisar as práticas de promoção de saúde, em seus efeitos de saber e de poder, em um entrecruzamento de forças múltiplas. A prevenção e a promoção de saúde colocam os corpos em uma condição de controle minucioso e totalizante das condutas, compondo um dispositivo. Concluímos, afirmando que a salvação da saúde passa a ser uma verdadeira religião, na atualidade, em um crescente mercado de consumo de tecnologias sociais, com o empresariamento da vida, no neoliberalismo.
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