Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar a atenção nutricional e as práticas alimentares, na perspectiva de gestantes com excesso de peso assistidas na Atenção Básica de Macaé, Rio de Janeiro. Métodos: Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, fundamentada no paradigma interpretativista. Realizaram-se entrevistas em profundidade, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo temática adaptada de Bardin. Foram entrevistadas 12 gestantes com excesso de peso, maiores de 20 anos, residentes em Macaé-RJ. Resultados: O estudo verificou o estabelecimento de relações verticalizadas entre o profissional de saúde-usuário, descontinuidade do atendimento nutricional e a não adesão às orientações dietéticas por algumas participantes. Houve maior aceitação do ganho de peso gestacional excessivo e adoção de práticas alimentares ambíguas, permeadas tanto pelo consumo exagerado de alimentos quanto pela retirada de alimentos considerados “ruins e/ou besteiras”. O discurso verticalizado do profissional de saúde, frequentemente autoritário, e a anulação da mulher enquanto sujeito ativo na construção do cuidado se manifestaram, de forma implícita, nas narrativas. Conclusão: A naturalização do excesso de peso gestacional, concepções construídas no imaginário social como o “comer por dois” e “desejos” durante a gestação, o conjunto das práticas alimentares nesse período e o suporte familiar constituem elementos relevantes a serem considerados pelas equipes de saúde para a organização da atenção nutricional.
O estudo visa descrever a prevalência do consumo alimentar de crianças entre 6-24 meses usuárias de uma unidade básica de saúde (UBS). Realizou-se estudo descritivo de base primária, com crianças entre 6-24 meses, usuárias de uma UBS do município de Macaé-RJ, entre outubro de 2016 e fevereiro de 2017. Foi utilizado o formulário “Marcadores de Consumo Alimentar”, proposto pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN), em contribuição ao Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). Utilizou-se a prevalência igual ou superior a 80,0%, recomendada pelo Ministério da Saúde para os indicadores de alimentação saudável. Foram analisados dados de 33 crianças, correspondendo a 78,6% do total das crianças usuárias da UBS, na faixa etária avaliada. Ao analisar os indicadores alimentares, observou-se que as crianças entre 6-12 meses não atingiram a meta de 80,0% para o consumo de frutas, legumes, verduras de folha, carnes ou ovo. Em contrapartida, as crianças entre 12-24 meses apresentaram prevalências acima da meta para o consumo de frutas e carnes ou ovo. A metade das crianças entre 6-12 meses consumiu uma vez comida de sal; e a maioria das crianças acima de 12 meses a consumiu duas vezes. Em ambas faixas etárias, houve maior consumo de alimentos em pedaços, com significância estatística apenas para aquelas acima de 12 meses. Conclui-se que as crianças entre 12-24 meses atingiram a meta do Ministério da Saúde para o consumo de frutas e carnes ou ovo.
O estudo tem como objetivo investigar a taxa de prevalência e a tendência temporal do aleitamento materno exclusivo (AME) em lactentes menores de quatro meses atendidos nas Unidades Básicas de Saúde das Estratégias de Saúde da Família (UBS/ESF) de Macaé, entre 2001 e 2015. Realizou-se estudo de série temporal que avaliou a evolução das taxas de prevalência de AME aos quatro meses, considerando o dado período, com caráter descritivo e uso de dados de base secundária, DATASUS – Banco de Dados do Sistema Único de Saúde via Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB/SUS. A análise de tendência de AME foi realizada por meio do software Jointpoint Regression Program para Windows versão 4.5.0.1. Foram analisados 56.454 registros. Para o total de crianças estudadas, o AME apresentou um aumento estatisticamente significativo de 47,2% para 69,0% entre 2001 e 2004. Para o período seguinte, a prática de AME sofreu variações até a prevalência de 73,5%, em 2015, com valor máximo de 76,8%, em 2013, mas as mesmas não apresentaram significância estatística nesse intervalo de tempo, com uma taxa anual média de 71,4% nos últimos dez anos. Uma otimista dinâmica de evolução quanto ao AME se estabeleceu durante mais de uma década no município fluminense, confirmando que o investimento em políticas e em diversas ações de promoção, proteção e apoio podem ter impacto positivo e devem permanecer para o contínuo e necessário aumento da prática de amamentação.DOI: 10.12957/demetra.2019.43562
Neste trabalho objetiva-se relatar as experiências de aprendizagem vivenciadas pelo grupo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde na modalidade Vigilância em Saúde de Doenças Crônicas não Transmissíveis. A metodologia compreendeu a Aprendizagem Baseada em Projetos e a roda de conversa nos encontros mensais para a construção de uma prática dialógica. A estruturação da análise do processo de ensino-aprendizagem foi baseada em quatro fases: planejamento, observação, ação e reflexão. A discussão dos resultados foi pautada nos pressupostos de Delors: Aprender a aprender -durante os encontros, os graduandos refletiram sobre a contribuição de sua área de conhecimento para o atendimento do usuário e o papel da interdisciplinaridade para o cuidado integral no sistema de saúde; Aprender a conhecer -reconhecimento in loco dos determinantes sociais de saúde e associação com os indicadores de saúde; Aprender a fazer -a inserção dos graduandos nas unidades de saúde; Aprender a ser -a discussão dos dados junto aos profissionais e preceptores proporcionou um espaço para a abordagem das facilidades e entraves da atuação do profissional neste campo. O projeto assumiu como pressupostos a autonomia do graduando e o exercício da responsabilidade de toda a equipe na solução de conflitos e na comunicação. Proporcionou-se a formação de um profissional pró-ativo, crítico, reflexivo, criativo e transformador.Palavras-chave: Aprendizagem. Ensino. Educação em Saúde. Recursos Humanos em Saúde.
Introdução: O Programa Saúde na Escola prevê a ação “Promoção da saúde auditiva e identificação de educandos com possíveis sinais de alteração”. Objetivo: Identificar a proporção de estudantes que apresentam comportamentos indicativos de alterações audiológicas, em duas escolas da rede municipal de ensino de Macaé. Desenvolvimento: Foi realizado um estudo descritivo, com estudantes entre 8 e 14 anos, de duas escolas de Macaé, em 2018. Utilizou-se um formulário com informações sobre comportamentos indicativos de perda auditiva, assinalados pelo próprio estudante. Dos 199 estudantes, 46,2% eram da escola 1 e 53,8% eram da escola 2. Quanto o comportamento indicativo de alterações audiológicas, para a opção SEMPRE as maiores proporções foram: viram a cabeça na direção da voz do professor ou do colega quando fala (25,6%); têm dificuldade de ouvir o que o professor fala, quando escreve a matéria no quadro de costas (16,1%); apresentam dificuldade de falar o que está pensando (11,1%); sentem um zumbido na orelha (12,6%). Conclusão: Virar a cabeça na direção da voz do professor ou do colega quando fala e ter dificuldade de ouvir o que o professor fala quando escreve de costas foram as alterações audiológicas de maior proporção.
Introdução: Os materiais educativos e didáticos distribuídos na Atenção Básica constituem importantes estratégias de promoção da saúde e de Educação Alimentar e Nutricional. Objetivo: Apresentar o processo de construção e validação de um material educativo sobre a alimentação de crianças menores de dois anos, dirigido aos profissionais de saúde. Método: Realizou-se estudo quantitativo com delineamento estruturado em duas etapas: construção e validação do material educativo. O processo de construção do material educativo se deu a partir da revisão da literatura e das atividades práticas desenvolvidas com mães e profissionais de saúde das unidades de saúde no município de Macaé-RJ. Na validação, o material educativo foi encaminhado por e-mail aos especialistas e, da mesma forma, após ajustes, enviado aos juízes. Calcularam-se as médias aritméticas, tendo como ponto de corte a nota ≥7 de cada item para verificar a importância/adequação atribuída e os desvios-padrão, tendo como ponto de corte o valor <3 para estimar o grau de consenso entre os especialistas e juízes. Resultados: O miniguia apresenta três módulos temáticos: Aleitamento materno, Alimentação Complementar partes 1 e 2. Na validação pelos especialistas, a média(±DP) foi 8,5(±1,2), sendo o material considerado importante/adequado e consensuado por todos; pelos juízes, a média(±DP) foi 9,9(±0,3), sendo considerado importante/adequado e consensuado por todos. Conclusão: O miniguia foi considerado “importante/adequado” e consensuado pelos avaliadores.
Introdução: Após Lei de Reserva de vagas para Pessoas com Deficiência, a Escola Médica de Macaé recebeu o primeiro estudante Surdo usuário da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Justificativa: Apresentar os desafios e adaptações realizadas pela equipe de Anatomia Humana, frente à premência da construção de acessibilidade ao Surdo. Metodologia: Pesquisa-ação engendrada pela ótica da equipe da disciplina acerca do processo de reorganização e adaptação das atividades de ensino, as quais incluem aulas teóricas, práticas, palpatórias, visitas a serviços de saúde, plantões de resolução de dúvidas e avaliações. Desenvolvimento: Quase todas as atividades tiveram auxílio de Tradutor e Intérprete de Libras. As aulas práticas e palpatórias ocorreram através de abordagem individual com monitores e roteiros otimizados das aulas, e Atlas Fotográfico. Apesar da exploração didática viso espacial, reconhece-se dificuldade na compreensão dos conteúdos, em especial, pelo entrave linguístico. Conclusão: Há necessidade de diálogo com membros da comunidade surda no delineamento da adequação pedagógica, bem como a criação de sinais no campo das ciências da saúde para a formação médica.
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