Este trabalho tem como objetivo investigar o excesso de peso na gestação na perspectiva de mulheres adultas usuárias da Atenção Primária à Saúde (APS) do município de Macaé-RJ. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo descritiva, fundamentada na perspectiva teórica interpretativista. Realizaram-se entrevistas em profundidade, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo temática adaptada de Bardin. Foram entrevistadas 12 gestantes, maiores de 20 anos, com diagnóstico nutricional de excesso de peso, residentes em Macaé-RJ e que realizavam pré-natal em duas unidades da APS do município, em 2017. O gestar com excesso de peso foi um desafio para as entrevistadas por suscitar percepções e sensações ambíguas de naturalização do peso excessivo, baixa autoestima, limitação na realização de atividades cotidianas e temor em relação ao que esperar do próprio corpo no puerpério. Foi possível apreender que os sentidos atribuídos ao gestar com excesso de peso demandam humanização, integralidade e efetividade da assistência nutricional, para que seja compromissada com a saúde das mulheres, suas histórias de vida e relações sociais às quais estão submetidas, a fim de minimizar a problemática do excesso de peso gestacional e suas consequências em gestantes adultas assistidas pela APS do município de Macaé-RJ.DOI: 10.12957/demetra.2018.33112
Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar a atenção nutricional e as práticas alimentares, na perspectiva de gestantes com excesso de peso assistidas na Atenção Básica de Macaé, Rio de Janeiro. Métodos: Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, fundamentada no paradigma interpretativista. Realizaram-se entrevistas em profundidade, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo temática adaptada de Bardin. Foram entrevistadas 12 gestantes com excesso de peso, maiores de 20 anos, residentes em Macaé-RJ. Resultados: O estudo verificou o estabelecimento de relações verticalizadas entre o profissional de saúde-usuário, descontinuidade do atendimento nutricional e a não adesão às orientações dietéticas por algumas participantes. Houve maior aceitação do ganho de peso gestacional excessivo e adoção de práticas alimentares ambíguas, permeadas tanto pelo consumo exagerado de alimentos quanto pela retirada de alimentos considerados “ruins e/ou besteiras”. O discurso verticalizado do profissional de saúde, frequentemente autoritário, e a anulação da mulher enquanto sujeito ativo na construção do cuidado se manifestaram, de forma implícita, nas narrativas. Conclusão: A naturalização do excesso de peso gestacional, concepções construídas no imaginário social como o “comer por dois” e “desejos” durante a gestação, o conjunto das práticas alimentares nesse período e o suporte familiar constituem elementos relevantes a serem considerados pelas equipes de saúde para a organização da atenção nutricional.
Objetivo: identificar como a fitoterapia, uma das práticas integrativas e complementares mais incidentes no Sistema Único de Saúde, tem sido apropriada pelos profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município do Rio de Janeiro, destacando os limites dessa utilização na perspectiva do direito à saúde integral. Metodologia: por meio de uma metodologia qualitativa, do tipo exploratória, foi realizado um estudo transversal sobre o uso e a prescrição de fitoterápicos e plantas medicinais por médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde, de dezembro de 2016 a março de 2018, por meio da aplicação de um questionário fechado e entrevista semiestruturada. Resultados: a fitoterapia ainda não foi apropriada pelos profissionais de saúde pesquisados: 66,7% dos médicos e 41,7% dos enfermeiros afirmaram prescrever fitoterápicos, entretanto, a maioria afirmou não ter tido nenhuma instrução sobre o assunto. O cultivo de plantas medicinais foi observado nas visitas domiciliares por 76,9% dos agentes comunitários de saúde e 54% dos enfermeiros. Já o uso pela população foi relatado por 83,3% dos enfermeiros e 80,9% dos médicos. Conclusão: A fitoterapia ainda permanece marginal na ESF. Promover e ampliar o uso da fitoterapia na Atenção Primária à Saúde pode resultar em experiências inovadoras que envolvam usuários, profissionais de saúde e gestores para transformar as condições de saúde da população.
A produção de registros audiovisuais e fotográficos ao longo da realização de uma pesquisa antropológica pode contribuir com a formação de vínculos entre o pesquisador e os grupos pesquisados, a partir da constante devolução das imagens e sons. Mas também propõe desafios, torna o trabalho de campo mais árduo e coloca em questão a maneira como são representadas as pessoas pesquisadas. O objetivo deste artigo é analisar como, ao longo de dez anos de pesquisa, as fotografias e filmes produzidos com base nos princípios do cinema de observação foram apropriados e circulados pelos grupos pesquisados nos processos de reconhecimento como patrimônio imaterial de saberes tradicionais sobre plantas medicinais. A experiência da pesquisa permite analisar alguns limites e algumas potencialidades da fotografia e dos registros audiovisuais e como se produzem novos sentidos e identidades a partir do uso e da circulação desses materiais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.