(b) As mudanças na formação em saúde, nas últimas décadas, têm estado na agenda da política do Estado brasileiro, no campo metodológico e pedagógico, com propostas de reestruturação dos currículos e maior aproximação com os serviços. A formação no campo da saúde é trabalhada neste artigo a partir de alguns conceitosferramentas, articulados a quatro tensões presentes neste campo: formação como movimento de produzir-se; formação como território do trabalho vivo; formação como experimentar e formação como criação. O propósito deste estudo consiste em ponderar as tensões apresentadas a partir dos encontros teóricos, alinhados à produção de ferramentas conceituais com potência para instalar novos modos de exercício na formação em saúde. A análise assinala o potencial criativo, exercido no micropolítico no ato da formação. Como elemento principal, amplia a experiência e a capacidade de enxergar outros ingredientes e outros territórios no agir pedagógico. Changes in health education over recent decades have been on the political agenda of the Brazilian government, in the fields of methodology and pedagogy, with projects for curriculum restructuring so as to move closer to healthcare services. Healthcare training is examined in this article starting from some concept tools, with linkage to four tensions present in this area: training as a betterment movement; training as a field of living work; training as experience; and training as creation. The purpose of this study was to examine the tensions presented, starting from theoretical meeting points, aligned with production of conceptual tools with the power to install new practices in healthcare education. The analysis indicates the creative potential that micropolitics has within the training process. As the main element, it expands experience and the capacity to discern other ingredients and other territories within pedagogical action.
O objetivo deste artigo é contribuir para a discussão das práticas de produção do cuidado pautadas pelo desafio de se deslocarem da hegemonia dos referenciais prescritivos e homogeneizantes no campo da Saúde, isto é, daqueles que submetem os processos de experimentação de uma vida a uma ideia geral e abstrata de vida, buscando enquadrar a experiência dos sujeitos em verdades que ditam maneiras de viver baseadas em concepções moralizantes e despotencializadoras. Nosso esforço será o de pensar, a partir da filosofia de Michael Foucault, um modo de estar em meio aos processos de produção do cuidado calcados por uma perspectiva ética em favor da vida em seu sentido mais amplo, norteados por aquilo que o filósofo denominou de uma “ética do cuidado de si”.
O PET-Saúde Niterói, proposto pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pela Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS), iniciou suas atividades em abril de 2010, após a publicação da aprovação da proposta do Edital nº 18, de 16 de setembro de 2009, do Ministério da Saúde, tendo como objetivos: fortalecer os mecanismos de cooperação entre gestores da rede local de saúde e a UFF, visando ampliar os cenários de aprendizagem; intensificar, na formação, a abordagem integral do processo saúde-doença e da promoção da saúde; favorecer a adoção de metodologias ativas de aprendizagem e educação permanente do trabalhador envolvido na relação trabalho e ensino; ampliar as experiências de trabalho em equipe multidisciplinar na formação dos profissionais de saúde, possibilitando a construção de novos mecanismos de atenção na rede de saúde local; fortalecer o processo de regionalização e territorialização como instrumento de ampliação da resolutividade e da integralidade da atenção efetivada pela Estratégia de Saúde da Família.O projeto aposta na compreensão do processo de aprendizagem ativa, tendo como eixo central o trabalho cotidiano nos serviços de saúde, uma vez que é no âmbito do trabalho que se consolidam os comportamentos e formas de atuação profissional, individual e coletiva. O cotidiano dos serviços de saúde configura o espaço de exposição da complexidade das relações e das instituições humanas e da integração entre teoria e prática. Um local em que os atores das cenas de ensino e de aprendizagem − professor, aluno, cidadão, usuário, trabalhador − se encontram no processo de trabalho, numa equipe de saúde multiprofissional.É importante ressaltar que a relação entre a UFF, particularmente no que se refere aos cursos da área de saúde, e a rede de saúde pública do município de Niterói se intensificou entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, sobretudo a partir do Projeto Niterói -expressão municipal das Ações Integradas de Saúde (1982). A articulação entre a universidade, os serviços de saúde e a comunidade, que se deu inicialmente de forma pontual por meio da inserção de docentes e estudantes em práticas de disciplinas, projetos de extensão e de pesquisa, se ampliou, refletindo sempre uma preocupação com a necessária integração entre formação e rede de serviços, ligando e fortalecendo a relação entre o mundo do trabalho e o mundo da aprendizagem. Atualmente, mantemos essa parceria com diversos projetos, entre eles o Pró-Saúde e, mais recentemente, o PET-Saúde.O PET-Saúde Niterói é formado por oito grupos, compostos por docentes da universidade, profissionais de saúde do município de diferentes categorias e alunos de distintos perí-odos dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição e Odontologia, configurando um aprendizado multiprofissional. No total, contamos com 8 tutores, 48 preceptores, 96 alunos bolsistas e 60 alunos não bolsistas.Nos primeiros seis meses de experiência, a interação em grupo multiprofissional/disciplinar e a adoção de métodos da pesquisa qualitativa...
IntroduçãoA formação profissional no campo da saúde tem sido muito discutida nos últimos anos, com movimento claro de buscar articular a diversidade nos processos formativos com o mundo do trabalho, voltando atenção aos novos modos de ensinar a ser profissional.Tem-se, no sistema educacional brasileiro, uma variedade de desenhos curriculares e práticas pedagógicas que se mantêm desarticulados dos cenários de prática e desconectados de outras disciplinas. A orientação dada à formação do profissional de saúde retrata a predominância dos currículos de conteúdos sequenciais e desconsideram que alunos, professores e profissionais percorram, com singularidade, trajetórias educacionais e experienciais, traçando seu próprio projeto acadêmico e profissional 1 .
Resumo A premência das mudanças no campo da saúde mental provenientes do redirecionamento do modelo assistencial trouxe à cena o tema da formação como elemento decisivo para a sustentação do processo de reforma psiquiátrica brasileira. Este artigo apresenta resultados da pesquisa “Política de saúde mental no município do Rio de Janeiro: um estudo sobre as metodologias de formação e qualificação das equipes de saúde mental”, que teve como objetivo estudar o modo como as equipes dos centros de atenção psicossocial do município do Rio de Janeiro produzem sua agenda de formação permanente em saúde mental e como os profissionais reconhecem as formas de produzir conhecimento, pensar e agir no encontro com o trabalho e a produção do cuidado. Empregamos a observação simples e o grupo focal para coleta de dados. A análise do material procurou identificar a associação das práticas discursivas, que desenham territórios existenciais, com a prática pedagógica no processo de trabalho, articulada ao conceito de analisador. Nesse processo de investigação, foi possível identificar a produção de novas referências de saber, produzidas no ato do trabalho, capazes de transformar o mundo do trabalho e de ativar um cuidado ético, responsável e centrado nos interesses dos usuários.
A relação entre o profissional, com suas técnicas e saberes, e o usuário, com suas necessidades e o desejo de retornar a sua autonomia, é um dos espaços que pontua a integralidade na produção em saúde. Ambiente em que profissional e usuário têm poderes e autonomia e podem colaborar ou competir. O objetivo neste estudo é compreender e problematizar o termo 'integral' na educação profissional e na saúde. Este termo está relacionado a formas de se produzir saúde no interior dos serviços e à formação com acesso à totalidade dos saberes envolvidos no trabalho e na educação. Nesta perspectiva, utilizamos a pesquisa bibliográfica de base qualitativa, através de sucessivas leituras do material bibliográfico, elaborando uma discussão argumentativa entre os diferentes referenciais teóricos do campo da saúde e da educação. Ao fim, podemos identificar os distintos entrelaçamentos que constituem a integralidade integral na formação em saúde.
Death and life are dimensions involved in the process of health work and are crossed by the way society relates to diseases, patients and outcomes of this process. In this paper, we set out a qualitative research with a team of palliative care, in order to debate: why the health work process produces ways to prevent, camouflage and disregard something that follows the existence, i.e. death? Does death bring us nothing but pain and feeling of vulnerability and finitude? We build arguments that articulate the live work in action with death in the work process in health thus concluding that the professionals who participated in the study used live work in action based on a complex and dense space of living life even in the face of the death.
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